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Alberto Chanceler notou.
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(Sinal) Portugal.''
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(tradução do latim pela Prof.ª Doutora Maria Helena da Cruz Coelho, Fac. de Letras da Universidade de Coimbra)
(tradução do latim pela Prof.ª Doutora Maria Helena da Cruz Coelho, Fac. de Letras da Universidade de Coimbra)



Revisão das 09h48min de 25 de novembro de 2009

Portugal Portugal Ancas 
  Freguesia  
Localização
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
População total (2001) 757 hab.
Densidade 119,4 hab./km²
Código postal 3780-051
Outras informações
Orago Nossa Senhora da Assunção
Sítio www.clubedeancas.com

Ancas é uma freguesia portuguesa do concelho de Anadia, com 6,34 km² de área e 757 habitantes (2001). Densidade: 119,4 hab/km². Monografia

O Local de Ancas já existia no séc. XII, século da sua iniciação paroquial. Segundo, um documento originário do cartório de Santa Cruz de Coimbra trás a doação - da "villa" de Enchas, Encas, Ancas – finalmente, feita por D. Afonso Henriques, em Novembro de 1143, a D. Marina Soares. Os limites aí indicados, relativamente fáceis de identificar no terreno, fazem a referência a “locus dictus” e a povoações como Sá (de Sangalhos), Mogofores, Paredes e S. Lourenço.

Tradução da Carta de Doação de Ancas 1143, Novembro – D. Afonso Henriques doa a vila de Ancas (c. de Anadia) a Marinha Soares. TT - CR, Santa Cruz de Coimbra, m. I (régios), doc. 24. Publ.: Documentos Medievais Portugueses, Documentos Régios, vol. I, t.I, Lisboa, 1958, doc. 201. Em nome de Cristo. Uma vez que é apanágio dos reis, e de todo o varão detentor do título de homem livre, satisfazer a sua vontade em relação aos seus próprios bens, eu Afonso rei de Portugal, filho do conde Henrique e da rainha Teresa, neto também do grande rei Afonso decidi fazer carta de doação e firmidão a ti Marinha Soares da minha vila ("uilla") própria que é chamada Ancas (Enchas) e que assim é delimitada. A oriente como divide com Mogofores e com Sá por uma fonte de Lodeiro como verte água por aquele sobreiro forcado e daí por aquela estrada mourisca e daí por aquela lagoa e daí àqueles poços e daí àquela lagoa e daí por aquela estrada pequena que vai a Paredes e daí por aquela mamoa como verte água para áfrico e daí à via de S. Lourenço e daí liga-se por aquela fonte de Lotário. Dou e concedo-te essa sobredita vila ("uillam") com as suas direituras e com todo o meu direito onde quer que possas alcançar para remédio da minha alma e pelo bom serviço que a mim sempre fizeste, de modo que deste dia tu a possuas como eu a possuí e toda a tua posteridade em perpétuo e faças dela o que te agradar. Por isso todo aquele que contra esta minha doação levantar ameaça ou de alguma maneira tentar diminui-la ou alterá-la, se feita segunda ou terceira admoestação não pagar a adequada coima, seja maldito e separado do senhor Deus e além disso pague a ti e a teus sucessores essa vila ("uillam") em duplicado ou quanto for melhorada e DC os soldos de boa moeda e ao senhor da terra outro tanto e reconheça-se culpado em divino juízo da iniquidade que perpetrou e no juízo final seja submetido a rigorosa punição, e esta minha dádiva tenha sempre validade. Feita essa firmíssima carta de doação no mês de Novembro da Era de Mª Cª LXXXª Iª. Eu Afonso príncipe da pátria, Portugalense que esta doação seriamente mandei escrever perante testemunhas idóneas roboro e com as minhas próprias mãos faço este sinal. Egas Moniz mordomo da cúria confirmo, Álvaro alferes conf., Fernando Cativo cof., Mendo Afonso conf., o senhor de Coimbra Rodrigo conf. Pedro Mendes procurador testemunha, Randulfo ts., Gonçalo Dias ts., Martinho Anaia ts., Fernando Guterres ts., Alberto Chanceler notou. (Sinal) Portugal.

(tradução do latim pela Prof.ª Doutora Maria Helena da Cruz Coelho, Fac. de Letras da Universidade de Coimbra)

Em 1561, aparece naquilo que chamamos hoje o mais antigo mapa de Portugal. De realçar que é a única terra do actual concelho de Anadia que aí consta. No século XVIII era lugar da Província da Beira, Bispado de Coimbra, Arcediago do Vouga, Correição de Montemor, provedoria de Esgueira, termo da Vila de Recardães. O pároco da freguesia, detinha o cargo vitaliciamente com o título de prior, sendo apresentado pela casa de Aveiro, que detinha o direito de padroado. No reinado de D. José com a condenação do Duque de Aveiro passou a Padroado Real. Com a Revolução liberal, toda a divisão anacrónica do reino em pequenos concelhos, muitos dos quais sem continuidade geográfica, com pequenas parcelas encravadas no meio de outros, terminou. Ancas que pertenceu primitivamente ao concelho de Recardães, passa a fazer parte do concelho de S. Lourenço do Bairro, sendo nesta altura incorporado no concelho de Anadia em 31 de Dezembro de 1853, em virtude do decreto que extinguiu o concelho de S. Lourenço do Bairro. Foi em Novembro de 1143 que o nosso primeiro monarca doou a sua “Vila de ‘enchas’ “ a um particular (Marinha Soares). Está, pois, documentalmente comprovada a existência de Ancas no século XII, que nessa época, era ainda uma propriedade rural e não uma povoação. Certamente que o povoamento da região seria bastante anterior, mas não se conhecem, até à data, vestígios arqueológicos que comprovem tal hipótese, o que nos continua a manter afastados do conhecimento efectivo do passado remoto da freguesia. No entanto, o documento de doação permite-nos ir um pouco além destes largos anos de história, na medida em que fornece alguns topónimos significativos, que surgem a propósito da demarcação dos limites territoriais de Ancas. Se topónimos como Mogofores ou Sá não levantam quaisquer dúvidas quanto à sua localização, já o mesmo não acontece com alguns outros, que entretanto se perderam ou que não são suficientemente esclarecedores. É o caso da Fonte de Lodeiro, que Mário de Saa, em “As Grandes Vias da Lusitânia”, defende que seria a fonte que abastece S. Mateus, e que se situaria na encruzilhada do caminho velho de Mogofores a Ancas, com a estrada de S. Lourenço (esta corresponde ao “Caminho da Igreja”, que unia a igreja de S. Lourenço a Vale de Estevão). Fala também de uma estrada mourisca, que ligaria Espairo, cabeço de Mogofores, Póvoa da Palmeira, Povoa do Mato e Portouro (onde ainda se situa uma velha ponte, não datada, mas que poderá ser romana). Mais difíceis de localizar são as duas lagoas (só existe uma) e a fonte do Lotário. Quanto ao topónimo Poços, apenas se pode afirmar que ele ainda existe, mas apenas ao nível da microtoponímia. Pelo que fica dito julgamos poder concluir-se que o actual território não terá ceres áreas e configuração muito diferentes das que tinha no século XII, embora, como é óbvio se tenham verificado bastantes alterações desde então. A sua constituição em paróquia também será medieval, mas os documentos comprovativos de tal afirmação não conhecer ainda a luz do dia. Da igreja paroquial apenas se sabe que sofreu uma reforma em 1689, enquanto os primeiros registos paroquiais eram de 1638. Religiosamente, Ancas estava afectada ao bispado de Coimbra e pertencia à provedoria de Esgueira; foi priorado do ducado de Aveiro. Depois da extinção deste, foi criada, em 1744, a diocese de Aveiro, procedendo-se à sua divisão e sete arciprestados sendo Ancas incluída no de Vilarinho do Bairro, juntamente com Fermentelos, Oiã, Óis do Bairro, Oliveira do Bairro, Sangalhos, S. Lourenço do Bairro e Vilarinho do Bairro. Quando a diocese é extinta (1882), Ancas volta a pertencer ao bispado de Coimbra. Por bula de 1938, a diocese de Aveiro é novamente restaurada e Ancas fica a pertencer ao arciprestado de Anadia, tal como as restantes freguesias do concelho. A padroeira da freguesia é Nossa Senhora da Assunção. Ancas não recebeu qualquer foral, mas é mencionada nas cartas de foral manuelinas (séc. XVI) de Avelãs de Cima e de Recardães, situando-se no termo deste último concelho até 1832, passando então ao de S. Lourenço do Bairro. Com a extinção deste em 1853, passou ao de Anadia. A freguesia de Ancas pertenceu, primitivamente, ao concelho de Recardães, tendo passado depois a pertencer ao de S. Lourenço, após a sua extinção. O pároco era apresentado pelo duque de Aveiro ate ao reinado de D. José I, pois tendo sido justicado como comparticipante no pretenso atentado contra D. José, evidentemente não podia exercer tal mandato. Como não tivesse sido ilibado no reinado de D. Maria I, passou por isso a ser apresentado pela coroa. Um documento originário do cartório de Santa Cruz de Coimbra traz a doação – da “villa” de Enchas, Encas, Ancas, finalmente – feita por D. Afonso Henriques, em Novembro de 1143, a Marina Soares. Os limites ai indicados, relativamente fáceis de identificar no terreno, referem-se a locus dictus e a povoações: Sá (Sangalhos), Mogofores, Paredes e S. Lourenço.


Topónimo

Enchas, no Inicio: Enchas... Encas... Ancas, foi esta a evolução do Topónimo da Freguesia, segundo os escritos na Carta de Doação de Ancas por D. Afonso Henriques a Marina Soares no ano de 1143. No entanto, o documento de doação permite-nos ir um pouco além destes largos anos de história, na medida em que fornece alguns topónimos significativos, que surgem a propósito da demarcação dos limites territoriais de Ancas. Se topónimos como Mogofores ou Sá não levantam quaisquer dúvidas quanto à sua localização, já o mesmo não acontece com alguns outros, que entretanto se perderam ou que não são suficientemente esclarecedores. É o caso da Fonte de Lodeiro, que Mário de Sa, em “As Grandes Vias da Lusitânia”, defende que seria a fonte que abastece S. Mateus, e que se situaria na encruzilhada do caminho velho de Mogofores a Ancas, com a estrada de S. Lourenço (esta corresponde ao “Caminho da Igreja”, que unia a igreja de S. Lourenço a Vale de Estevão). Quanto ao topónimo Poços, apenas se pode afirmar que ele ainda existe, mas apenas ao nível da micro toponímia. Um documento originário do cartório de Santa Cruz de Coimbra traz a doação – da “villa” de Enchas, Encas, Ancas.


Heráldica


Brasão: escudo de ouro, flor de lis de púrpura, acompanhada em chefe de dois cachos de uvas do mesmo, folhados de verde e, em ponta, de dois ramos de oliveira de verde, frutados de negro. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: «ANCAS». Bandeira: de púrpura. Cordão e borlas de ouro e púrpura. Haste e lança de ouro. Selo: nos termos da Lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Ancas - Anadia». Bandeira para hastear em edifícios (2x3) Estandarte para cerimónias e cortejos (1x1) Documentos Oficiais: Parecer emitido a 25 de Março de 1996. Publicada no Diário da República, III Série de 09/07/2003


Orago

Nossa Senhora da Assunção é a denominação dada a Maria, mãe de Jesus em alusão a sua assunção aos céus. A festa da Assunção de Maria é comemorada dia 15 de Agosto. Também é conhecida como Nossa Senhora da Glória ou Nossa Senhora da Guia. Maria (Μαρία transliteração em grego do hebraico Maryam, Miriã ou Miriam que em hebraico significa "contumácia" ou "rebelião". A origem é incerta, mas pode ter sido originalmente um nome egípcio, provavelmente derivado de mry ("amada") ou mr ("amor"), no sentido de "senhora amada". Era a mãe de Jesus de Nazaré, segundo as Sagradas Escrituras. Acredita-se que tenha nascido em Jerusalém a partir de 15 a.C., para alguns estudiosos teria nascido em Nazaré. A Igreja Católica a denomina também Co-Redentora da humanidade.


Caracterização física

Ancas é uma freguesia portuguesa do concelho de Anadia, distando da sede de Concelho 6 km. Tem 6,34 km² de área e uma densidade de 119,4 hab/km². Confronta com as Freguesias de Paredes do Bairro, São Lourenço do Bairro, Mogofores, Sangalhos e Amoreira da Gândara. Ancas assenta numa pequena e dada a sua localização sugere-nos a existência de civilização castreja e dolménica nos arredores. Com um clima mediterrânico/atlântico, caracterizado por Verões com dias quentes e noites frescas, Ancas, terra das uvas, das vinhas e de grandes vinhos, é uma região de colinas suaves, soalheiras e barrentas, cujos limites naturais são os areais da orla marítima e as serras do Buçaco (Bussaco-Bos Sacrum dos romanos) e a do Caramulo. A região é formada por solos de constituição mineral de diferentes épocas geológicas onde predominam os terrenos pobres, que variam desde os arenosos aos argilosos, encontrando-se também os franco-arenosos. A vinha é cultivada predominantemente em solos de natureza argilosa e argilo-calcária.


Economia

Desde sempre, Ancas foi "abençoada" pela terra rica e fértil, dando ao sector agrícola as condições necessárias para uma forte aposta neste sector. Fazem parte desta Freguesia grandes e afamados vinhos, conhecidos mundialmente. A vinha encontra-se em grandes bairradas, sendo este um forte sustento da economia local. Grandes áreas vitivinícolas predominam nesta Freguesia. Já no Séc. XIX, os viajantes paravam nesta região para comerem o famoso leitão e beberem os seus afamados vinhos. A designação DOC Bairrada pode ser utilizada em Vinhos Brancos, Tintos, Rosados e Espumantes e em Aguardentes Bagaceiras. Com um clima mediterrânico/atlântico, caracterizado por Verões com dias quentes e noites frescas, a Bairrada, país das uvas, das vinhas e de grandes vinhos, é uma região de colinas suaves, soalheiras e barrentas, cujos limites naturais são os areais da orla marítima e as serras do Buçaco (Bussaco-Bos Sacrum dos romanos) e a do Caramulo. A região é formada por solos de constituição mineral de diferentes épocas geológicas onde predominam os terrenos pobres, que variam desde os arenosos aos argilosos, encontrando-se também os franco-arenosos. A vinha é cultivada predominantemente em solos de natureza argilosa e argilo-calcária. No que respeita á industria, esta freguesia não tem infra-estruturas tendo somente proximidade das Zonas de localização industrial do Paraimo e de Amoreira-da-Gândara. Existem alguns serviços terciários, sobretudo nos ramos do comércio, oficinas e restauração.

Demografia

A freguesia de Anca, segundo o INE, s tem uma área total de 6,3 Km2 e uma densidade populacional de 120 habitantes por quilómetro quadrado. Na análise do Quadro verificamos que a freguesia de Ancas tem uma população residente de 757 indivíduos, sendo que 362 destes pertencem ao sexo masculino e 395 pertencem ao sexo feminino. No que respeita à população presente nesta freguesia, estiveram 728 indivíduos durante o acto censitário de 2001, em que 341 dessas presenças dizem respeito a pessoas do sexo masculino e 387 a pessoas do sexo feminino. O número total de nados vivos foi de 9, em que 6 indivíduos pertencem ao sexo masculino. Curiosamente são os mesmos dados registados em relação aos nascimentos noutra freguesia do Concelho de Anadia, mais concretamente em Aguim. Por sua vez, em relação aos óbitos, na freguesia de Ancas registaram-se um total de 17, em que 9 indivíduos pertencem ao sexo masculino. A freguesia de Ancas conta com 239 famílias clássicas residentes e com 296 alojamentos familiares (total). Relativamente à Superfície Agrícola, esta freguesia tem 192 hectares utilizados.

Resumo População: cerca de 800 habitantes Actividades económicas: agricultura e pequena indústria Património: Igreja matriz e Cruzeiros, Largo da Igreja Outros locais: Lagoa do Paúl Gastronomia: Leitão assado, chanfana, negalhos Colectividades: Clube de Caca, Campismo e Caravanismo de Ancas, Clube de Ancas e Desportivo de Ancas Orago: N. Sra. Da Assunção

Património - A Igreja Matriz - Igreja Paroquial de Ancas - Os Cruzeiros - A Frente do Mouchão - A Lagoa do Paúl - Largo da Igreja

Igreja Paroquial de Ancas A igreja paroquial, de invocação a Nossa Senhora da Assunção foi reformada no final do século XVII, no entanto nas décadas de 70 e 80 do século XX, sofreu profundas alterações, perdendo-se todo o seu recheio de talha dourada e traça original de pedra. Fica aqui a descrição artística da Igreja de Ancas, cujos pormenores, na sua maioria, deixaram de ser possível de ver: “Na porta da esquerda lê-se: ANNO DE 1689. Numa pia singela, da entrada principal, gravaram ANNO DE 1726. A igreja e de plano costumado; ombros estreitos, sem retábulos, torre a direita da fachada e sob ela o baptistério. A capela-mor e abobadada de berço corrido, em tijolo. A fachada, de cunhais em pilastra, dominados de pináculos em forma de pirâmides sobre pedestais pancados, mostra uma porta rectangular e de breve cornija, e ainda uma janela do coro, mas posterior. A torre, de cunhais igualmente apilastrados, e coroada de entablamento, havendo em cada ângulo da cornija uma gargula estriada, só ornamental. Tem cobertura piramidal e acantonada de pináculos do tipo dos da frontaria e da parede do arco cruzeiro. A porta travessa, a esquerda, segue o modelo da principal. O retábulo da capela-mor, de talha de madeira, pertence a primeira metade do século XVIII e de medianas dimensões; compõe-se de ampla tribuna, em concha, e de um par de colunas lisas a cada lado, havendo misulas intermédias. Encostam-se as paredes laterais da igreja dois outros, pequenos, do fim do século XVIII, obras comuns, com nichos entre duas colunas e de ornato concheado. O púlpito e dotado de uma singela bacia de pedra, da época da reconstrução. A pia baptismal, igualmente simples, data do século XVII. Possui uma escultura de calcaria, da Virgem com o Menino, de fino pragueado e de certa categoria, pertencente a primeira metade do século XV. A imagem de S. Brás, vestido de bispo, gótica, do inicio do século XVI, e corrente. Obras comuns e de pedra são as de Santo Amaro e Santa Amaro e Santa Luzia, ambas do século XVI.

Cruzeiros

Existem na freguesia dois cruzeiros, ambos com as datas bastante apagadas mas que devem dizer 1668, um no adro e o outro na rua do Cruzeiro, na saída para Fogueira. São de coluna dórica, cruz simples, base de alçado pentagonal, tendo sofrido, naturalmente, algumas reformas. Existe um terceiro cruzeiro, na Rua da Boiça, mas sem qualquer valor histórico ou arquitectónico.

Clube de Ancas Breve Apresentação do Club de Ancas ([www.clubedeancas.com]) “ Pela nossa palavra, que não traímos, pela nossa vontade e pelo nosso esforço.” O Clube de Ancas, com Sede na Freguesia de Ancas, Concelho de Anadia, Distrito de Aveiro, foi fundada como uma associação de “instrução, recreio e beneficência” sendo hoje uma Instituição Particular de Solidariedade Social que tem por objectivos o exercício da solidariedade social e a promoção do desenvolvimento cultural e recreativo da população de Ancas. Esta secular colectividade, foi fundada a 8 de Dezembro de 1904 e teve os seus primeiros Estatutos aprovados por alvará do Governo Civil de Aveiro, visados em 12 de Dezembro de 1939, registado a folhas vinte e oito verso, do respectivo livro de registos, pelo que nos termos do artigo 416? do Código Administrativo e considerada pessoa colectiva de utilidade publica administrativa. O objecto inicial da “Associação” (posteriormente chamada de Club de Ancas) e muito abrangente e inclusive na própria Monografia do Concelho de Anadia do Professor Nuno Rosmaninho, o Club de Ancas e apontado como a associação que introduziu o desporto no Concelho de Anadia.

Já em 1915, por desacordos entre os sócios do Club, foi criado o “Novo Club”, associação paralela ao actual, que funcionava num edifício localizado no largo do Cruzeiro. Deve-se o aparecimento desta nova associação a desavenças politicas entre Republicanos e Monárquicos, situação que foi sendo atenuada ao longo dos anos, vindo a considerar-se extinto o Novo Club. O Clube de Ancas tem a sua Sede social num edifício erguido em 1921. O edifício do Clube de Ancas, situado no Largo da Igreja, destaca-se pela sua fachada, construída de forma simétrica, de linhas geométricas bem destacadas. Este edifício foi construído ao longo dos anos, sendo a sua estrutura feita em adobe e argamassa de cal, contanto, inclusive com a colaboração da população de Ancas. A construção do Edifício foi financiada por uma Sociedade Administradora do Salão, constituída no Cartório de Coimbra no ano de 1925. Faziam parte dessa sociedade os seguintes elementos.

Durante as primeiras décadas de vida o Club de Ancas foi vanguardista ao nível da sua actividade cultural, e logo nos primeiros anos, e com base na análise documental existente dos seus registos de contas é possível verificar que eram recorrentes as apresentações de Peças de teatro e Cinema, sendo os Bailes já na altura o grande cartaz da Associação. De igual modo, esteve sempre presente no espírito desta associação o desenvolvimento de actividades de “Caridade” e “Beneficência”, iniciativas que eram organizadas pelas famílias mais ricas da terra para angariar fundos para os mais pobres e inclusive para obras de melhoramento da Igreja, Cemitério, etc. Acompanhando a actividade do Club de Ancas e possível observar o desenvolvimento da freguesia. A passagem do uso do gasómetro para o uso da electricidade. O aparecimento da rádio. Enfim, o Club de Ancas foi sempre o reflexo da sociedade da freguesia de Ancas. Em 1939 foi produzida uma alteração estatutária e verificou-se a re-fundação do Club de Ancas através da escritura dos estatutos aprovados por alvará do Governo Civil de Aveiro, visados em 12 de Dezembro de 1939, registado a folhas vinte e oito verso, do respectivo livro de registos.

Pode-se assim dizer que foi o Club de Ancas construído “ por um punhado de “carolas da terra”, com intenção de retirar os jovens daquele tempo das tabernas. Quando da última Grande Guerra 1941 a 45, a Direcção comprou um rádio, e era na Colectividade que as pessoas se reuniam para ouvir as noticias da frente da batalha ”. Nas décadas de 50 a 80, foram organizadas “ grandes noites e “matinées” de bailes, onde a mocidade se enchia de animação, ao som de conjuntos musicais, onde não se entrava sem usar fato e gravata, não se usava ténis, e o sexo feminino só usava saia e vestido, as pernas cobertas com meias, e não se fumava na sala de baile ”. Foi no actual edifício que se realizaram grandes espectáculos, tendo por ali passado grandes nomes do espectáculo português como Max, Eugenia Lima, José Cid e Gabriel Cardoso entre outros. O Edifício teve várias obras de remodelação ao longo dos anos. Em 1942 efectivou-se a primeira ampliação. Mais recentemente, e já nas décadas de 80 e 90 o edifício passou por obras de restauração, com substituição do vigamento do telhado, da telha, do vigamento dos pisos, por placas e vigas de cimento. O bar, foi remodelado, com a colocação de piso novo e construção de novas casa de banho. O Clube de Ancas tem no entanto funcionado, com maior ou menor facilidade, no desenvolvimento de algumas actividades, mais ou menos regulares, de índole recreativo e cultural, tendo levado a efeito na sua Sede, festas de angariação de fundos para fins sociais, servindo toda a população de Ancas, nomeadamente para leiloes dos cortejos paroquiais, festas para crianças e uma ou outra actividade teatral. Em 1978 foi efectivada a Criação do Núcleo Cultural e da Secção de Teatro e da Biblioteca apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. Infelizmente, e por razões várias, ao longo da década de 90, a actividade do Clube de Ancas decresceu, tendo praticamente sido limitada a organização de Bailes (sobretudo com o fim de angariação de fundos), estando o seu Núcleo Cultural sem uma actividade regular desde 1993, não potenciando, assim, o espólio de uma Biblioteca existente nem retomando a sua Secção de Teatro. Só depois de 2002, foi possível retomar um passado de enorme orgulho para a colectividade e para Ancas. Foram organizadas inúmeras actividades, as obras de remodelação forma possíveis graças ao financiamento do Programa de Apoio da Direcção-geral das Autarquias Locais, foi feita a organização contabilística da associação, enfim foram dados decisivos para o futuro da colectividade. O Club de Ancas, em 2004, e quando da comemoração do seu centenário deu início a um novo capítulo da sua já longa história – a recuperação e modernização do seu edifício histórico. Uma obra conseguida, graças ao projecto elaborado pela Câmara Municipal de Anadia e Junta de Freguesia local, e que recebeu uma comparticipação do PIDDAC no valor de 30 mil euros. No entanto, e porque o projecto inicial não contemplava alguns melhoramentos imprescindíveis (rede eléctrica, rampas de acesso para deficientes) a verdade é que a obra acabou por se cifrar num valor superior ao previsto (mais de 75 mil euros), tendo o Clube sido obrigado a assumir um esforço financeiro na ordem dos 45 mil euros, relacionada com a remodelação e a aquisição de equipamentos diversos. Daí o apelo feito à autarquia, Governo Civil e população em geral, para que a união, congregação de esforços e vontades permitam continuar o trabalho realizado. Da Autarquia Municipal não foi obtido o apoio acordado, da Junta Freguesia de Ancas, foi obtido o apoio de 250€. Foi assim feito um esforço fantástico e teve a Instituição de recorrer de capitais próprios, empréstimo bancário e donativos para concluir esta obra e “equipar as instalações”. Não menosprezando o realizado por anteriores direcções, foi possível efectuar a recuperação da Biblioteca, deixada ao abandono desde 1993, criar de um CiberCentro, com seis computadores com acesso à Internet, remodelar e equipar o bar do Club (b-club), ampliar e valorizar o salão de festas, numa obra que “deverá orgulhar os associados, mas que vai continuar a exigiu um trabalho árduo de todos. Este edifício está abrangido pelo Plano Director Municipal em vigor, ratificado em Reunião do Conselho de ministros n.º64/94 e publicado no Diário da República, I Série de 9 de Agosto de 1994, localizando-se em Zona de Equipamentos Colectivos, Parques, Largos e Jardins. Possui uma área de implantação de 348m2. De igual modo foi possível já em 2004 concretizar alguns dos sonhos da associação: reactivando-se a Secção de Teatro e criando o Cybercentro e a Escola de Musica. Durante esse mesmo período, em 2003, foram criados o Núcleo de Solidariedade e o Núcleo Empresarial e de Desenvolvimento Local. O projecto de maior ambição na associação passou a ser o de implantar na freguesia de Ancas um Centro Social edificando várias valências de apoio ao Idoso e à família, destacando-se um Lar de Idosos, Centro de Dia, Serviços de Apoio Domiciliário, e um Centro Comunitário. Para concretizar este objectivo foi efectuado no dia 21 de Novembro de 2005 uma revisão estatutária que visou estruturar o funcionamento da colectividade a luz da legislação actual e transformar o Club de Ancas numa IPSS ficando como sua designação Club de Ancas – Associação de Solidariedade Social, Recreio, Formação e Cultura. A instituição conta com cerca de 200 sócios activos. O Club de Ancas desde o início que tem por objectivo a instrução, recreio, cultura e beneficência. A associação tem-se empenhado em organizar e produzir as mais diversas actividades culturais, apresentando uma dinâmica mobilizadora e inovadora, perspectivando sempre atrair e captar novos públicos para a cultura. Neste sentido tem vindo o Club a executar Planos de Actividades e iniciativas de inegável valor cultural, do qual se destaca a organização da Semana Cultural de Ancas e o Festival Internacional de Folclore.

Para atingir estes fins culturais, possui o Club de Ancas um Núcleo Cultural que conta com uma autonomia funcional, sendo que as suas principais actividades centram-se na manutenção e dinamização de uma Biblioteca, promoção de uma Secção de Teatro, Secção de Dança (cerca de 40 alunos) e um Espaço de Informática (Cybercentro), tendo também a funcionar desde o início do ano lectivo 2004-2005 uma Escola de Música com cerca de 50 alunos e formadores qualificados.

Como já foi referido, desde 2003, existem mais dois núcleos em funcionamento: o Núcleo de Solidariedade e o Núcleo Empresarial e Desenvolvimento Local, responsável pela de formação, tendo sido já executadas inúmeras acções de formação POEFDS, POSI e mais recentemente no âmbito do POE-Centro, desenvolvendo-se também parcerias estratégicas com empresas privadas de formação e a FDTi – Fundação para o Desenvolvimento das Tecnologias de Informação.

Desde 2007, o Núcleo Empresarial e Desenvolvimento Local lançou o projecto Club do Saber, cujo objectivo é o de proporcionar apoio pedagógico a crianças e jovens, na lógica do “aprender a aprender” , funcionando não só como centro de explicações como também como um espaço para a alfabetização, e pretende a curto prazo, no âmbito do Projecto Social global que se pretende desenvolver na freguesia, e na região oeste do concelho de Anadia, vir a tomar a iniciativa para criação do Club Sénior – Universidade Sénior.

Na área social, pretendeu a Direcção do Club de Ancas com a manutenção do Núcleo de Solidariedade, lançar as bases da criação e manutenção de um Projecto Social para a freguesia de Ancas. Este Núcleo pretende no futuro, no âmbito da sua actividade, vir a desenvolver iniciativas de combate à exclusão social e de apoio aos necessitados, bem como dinamizar e sensibilizar a população para os problemas como a violência doméstica e o alcoolismo. Estas acções têm vindo a ser inscritas desde 2004 nos Planos de Actividades da Associação. Este Núcleo de Solidariedade, funciona também como principal motor da angariação do voluntariado e de fundos para o Projecto Social através de inúmeros projectos de intervenção local e de valorização da solidariedade intergeracional.

O Club de Ancas, iniciou, numa primeira fase (entre 2003 e 2005), algum trabalho de recolha de informação sobre o enquadramento das IPSS para que, no âmbito da alteração estatuária, fosse possível concretizar este tão grande objectivo, alcançado em Novembro de 2004. Desde esta altura, procedeu a Direcção da colectividade aos procedimentos de registo legal, procedendo-se à alteração da designação da associação para o Club de Ancas – Associação de Solidariedade Social, Recreio, Formação e Cultura, tendo-se verificado o seu registo enquanto IPSS a 3 de Outubro de 2005 estando os seus Estatutos Publicados Diário da República – III Série, Nº190.

No entanto, atendendo aos condicionalismos financeiros do Estado, importa, desde já clarificar qual deve ser o projecto social para a Freguesia de Ancas. Para identificar este processo, procedeu o Club de Ancas ao seu registo na Rede Social de Anadia, sendo assim membro do Conselho Local de Acção Social de Anadia, incentivando-se uma estreita colaboração com algumas Instituições de Solidariedade Social, Associações Culturais e Desportivas, Entidades Formativas e outras entidades como a Junta de Freguesia, a Paróquia de Ancas e Câmara Municipal de Anadia. De igual modo, procedeu o Club de Ancas à realização de sessões de esclarecimento, auscultando a opinião da população, processo concluído com a realização de um inquérito primeiro inquérito (2004), cujos resultados aprovam a estratégia definida.

Com a sinalização da aquisição da Quinta Convivial (1 de Julho de 2005) outras obrigações foram assumidas pela actual Direcção, nomeadamente implementar respostas sociais direccionadas ao idoso, para tal em 2007 foi efectuada uma candidatura ao Programa Pares, que contemplava um Lar de Idosos, um Centro de Dia e Apoio Domiciliário. Projecto que não foi aprovado devido á taxa de cobertura de equipamentos no concelho.

Reconhecendo que é importante trabalhar com afinco, não desiste o Club de Ancas – IPSS em procurar os apoios necessários para a implementação de um Projecto Social, acreditando que o ano de 2009 será o ano decisivo para a concretização do mesmo. A Direcção do Club formalizou durante o segundo semestre de 2008 a constituição de um equipa técnica, através de Programas Ocupacionais, através da afectação de um Técnico de Serviço Social (entretanto desvinculado) e um Técnico de Animação Socioeducativa, os quais implementaram um Projecto de Intervenção Comunitária, que estando em execução tem como objectivo a Implementação de Apoios nas Áreas de Âmbito Psicossocial e Clínico, direccionados á População Sénior da Freguesia de Ancas. Continuando a ser intenção do Club Ancas – IPSS vir a ter valências activas na instituição também em 2008 obteve em sede de Rede Social a pareceres favoráveis para a implementação da Resposta Social – SAD (com uma perspectiva suplementar de intervenção distintiva) bem como da implementação da Resposta Social - Centro Comunitário, que terá como objectivo intervir na freguesia de Ancas e zonas limítrofes, aproveitando os recursos físicos e humanos já existentes bem como as inúmeras. Ambas intenções carecem ainda de aprovação pelos serviços da Segurança Social, mas enquadram por si a justificação também de uma eventual e justificada candidatura aos Programas de Apoio ao Investimento a Respostas Integradas de Apoio Social.

Outras instituições - O Desportivo de Ancas - Clube Caça e Pesca, Campismo e Caravanismo - Comissão Fabriqueira da Igreja Paroquial de Ancas - As nossas Escolas - Posto Médico

Tradições

- Festa do 15 de Agosto - Festa do São Martinho - Festa São Geraldo - Tradicional Corrida dos Burros

--84.90.30.93 (discussão) 14h47min de 7 de outubro de 2009 (UTC)Artur Castro


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