Seminário Episcopal de Angra: diferenças entre revisões

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Apesar dessa abertura solene e das avultadas obras que se realizaram, só em 1864 é que o Seminário Episcopal de Angra recebeu os seus primeros alunos internos.
Apesar dessa abertura solene e das avultadas obras que se realizaram, só em 1864 é que o Seminário Episcopal de Angra recebeu os seus primeros alunos internos.

==A coexistência com o Liceu==
==A coexistência com o Liceu==
Na sua fase inicial o Seminário e o Liceu de Angra partilharam instalações no antigo convento franciscano, sendo que a biblioteca que o Liceu tinha, na sala do convento para esse fim destinada, era quase exclusivamente constituída por livros que lá haviam deixado os frades [[franciscano]]s.


No ano lectivo de 1901-1902 foi entregue ao Seminário todo o edifício. A decisão de entregar o edifício ao Seminário parece estar ligada à epidemia de [[febre tifóide]] que em fins de Novembro do ano de 1900, causou a morte a 5 jovens que frequentavam o Seminário. Dada a gravidade da situação, os alunos foram autorizados a ir para junto das suas famílias, até finais de Janeiro seguinte e o Liceu mudou de instalações. Tal acontecimento parece ter influído na decisão do governo de entregar ao Seminário aquele velho edifício.


A situação de utilização exclusiva das instalações durou pouco, já que em [[1910]] ambas as instituições partilhavam novamente o edifício.
==Referências==
==Referências==
* Pereira, Augusto (cónego), ''A Diocese de Angra na História dos seus Prelados'', União Gráfica Angrense, [[Angra do Heroísmo]], 1950.
* Pereira, Augusto (cónego), ''A Diocese de Angra na História dos seus Prelados'', União Gráfica Angrense, [[Angra do Heroísmo]], 1950.

Revisão das 23h35min de 28 de abril de 2006

O Seminário Episcopal de Angra, sito na cidade de Angra do Heroísmo, fundado em 1862, é a única instituição de ensino eclesiástico da Igreja Católica Romana nos Açores. Durante anos foi também a única instituição de formação pós-secundária nos Açores, tendo, dadas as dificuldades de acesso à rede liceal, assumido até à década de 1970 um papel central na formação da intelectualidade e da classe dirigente açoriana. O Seminário de Angra atingiu o seu apogeu nas décadas de 1950 e 1960, funcionando hoje com uma população estudantil muito reduzida.

Origem

Apesar do Concílio de Trento (1545-1563), na sua Sessão XXV, ter determinado que, a bem da qualidade e da ortodoxia, a formação dos sacerdotes se faria em seminários, durante os primeiros 3 séculos de história da diocese angrense, os clérigos açorianos preparavam-se maioritariamente nos conventos de religiosos existentes nas ilhas e nos colégios dos Jesuítas de Angra, Ponta Delgada e Horta (até à sua expulsão). Alguns frequentavam seminário portugueses, com um pequeno número a frequentarem a Universidade de Coimbra, a Universidade de Salamanca e seminários e colégios em Roma.

Com o andar do tempo, a função de formar o clero foi sendo progressivamente assumida pelos colégios dos Jesuítas, cuja qualidade de teológica e pastoral era considerada melhor. Mesmo assim surgem amiúde referências que prova que a formação do clero era deveras deficientes.

Face à importância que tinham assumido, a ideia de criar um seminário nos Açores ganhou novo impulso quando a expulsão dos Jesuítas fechou os três colégios existentes, deixando a formação essencialmente nas mãos dos conventos Franciscanos, manifestamente impreparados para tal.

Foi neste contexto que logo em 1788, o bispo D. Frei José da Avé-Maria Leite da Costa e Silva, à semelhança de outros prelados em dioceses que enfrentavam o mesmo problema, propôs criar um seminário no Colégio de Angra dos expulsos Jesuítas, mas nada se fez porque tal proposta foi rejeitada pelo governo.

A ideia de criar um seminário nos Açores manteve-se uma preocupação central dos prelados, de tal forma que o bispo D. José Pegado de Azevedo (1802-1812), pois deixou em testamento a sua livraria ao seu sucessor, até que houvesse em Angra um seminário.

Nas Bulas de Confirmação de D. Frei Estêvão de Jesus Maria para bispo de Angra, o papa Leão XII manifestava o desejo de que ele fundasse um seminário, conforme prescrevera o Concílio Tridentino.

Foi assim que aproveitando este mandato explícito e as condições favoráveis criadas pela Regeneração que em 1862, passados 328 anos da fundação da Diocese, e quase 300 após aquele Concílio, começou a funcionar um seminário nos Açores.

Foi aproveitado para tal fim o extinto convento de São Francisco de Angra, cujas obras de adaptação levaram 2 anos a realizar. A sua inauguração solene realizou-se a 9 de Novembro de 1862. Nesse dia teve lugar uma grande festa em honra de Nossa Senhora da Guia, titular do antigo convento, à qual assistiu o bispo diocesano e muito clero da Ilha.

Apesar dessa abertura solene e das avultadas obras que se realizaram, só em 1864 é que o Seminário Episcopal de Angra recebeu os seus primeros alunos internos.

A coexistência com o Liceu

Na sua fase inicial o Seminário e o Liceu de Angra partilharam instalações no antigo convento franciscano, sendo que a biblioteca que o Liceu tinha, na sala do convento para esse fim destinada, era quase exclusivamente constituída por livros que lá haviam deixado os frades franciscanos.

No ano lectivo de 1901-1902 foi entregue ao Seminário todo o edifício. A decisão de entregar o edifício ao Seminário parece estar ligada à epidemia de febre tifóide que em fins de Novembro do ano de 1900, causou a morte a 5 jovens que frequentavam o Seminário. Dada a gravidade da situação, os alunos foram autorizados a ir para junto das suas famílias, até finais de Janeiro seguinte e o Liceu mudou de instalações. Tal acontecimento parece ter influído na decisão do governo de entregar ao Seminário aquele velho edifício.

A situação de utilização exclusiva das instalações durou pouco, já que em 1910 ambas as instituições partilhavam novamente o edifício.

Referências

  • Pereira, Augusto (cónego), A Diocese de Angra na História dos seus Prelados, União Gráfica Angrense, Angra do Heroísmo, 1950.
  • Pereira, Augusto (cónego), O Seminário de Angra, União Gráfica Angrense, Angra do Heroísmo, 1963.

Ligações externas

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