Anais (história): diferenças entre revisões
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Revisão das 09h54min de 1 de maio de 2011
Anais (do latim annales, de annus, "ano") são, tradicionalmente, uma forma concisa de registro da história de um povo ou instituição, originalmente organizada ano a ano. O termo passou a designar, por derivação, qualquer publicação científica ou artística de frequência regular ou periódica, ou obra que registre memórias ou fatos pessoais.
História
Roma Antiga
As principais fontes de informação a respeito dos anais da Roma Antiga são duas passagens de dois autores da época, o célebre Cícero (De Oratore, ii. 12. 52) e Sérvio (ad Aen. i. 373), que já foram o alvo de muita discussão acadêmica. Cícero afirma que desde os períodos mais arcaicos até o pontificado de Públio Múcio Cévola (c. 131 a.C.) era comum que o pontifex maximus, sacerdote supremo da religião romana, registrasse numa tabuleta branca (álbum), que era exibida num lugar aberto de sua casa, para que as pessoas o lessem, o nome dos cônsules e outros magistrados, além dos eventos notáveis que ocorriam durante o ano (per singulos dies, nas palavras de Sérvio). Estes registros eram chamados, na época de Cícero, de Annales maximi. Após o pontificado de Públio, a prática de compilar os anais era realizada por diversos escritores não-oficiais, dos quais Cícero identifica Catão, o Velho, Píctor e Pisão. Os Annales foram tradicionalmente associados aos Commentarii Pontificum, citados por Lívio, porém parece existir razões para que se acredite que eram duas obras distintas, das quais o Commentarii era tido como mais completo e mais circunstancial.
A natureza da distinção entre os anais e uma obra histórica típica é um assunto que recebeu grande atenção; a base desta discussão parece ter se iniciado com a passagem citada anteriormente, de Cícero, e pela divisão feita comumente à obra do famoso historiador romano Tácito em Anais e Histórias. O gramático Aulo Gélio cita o também gramático Vérrio Flaco, que teria dito que História, devido à sua etimologia (do grego ιστορειν, em latim inspicere, "investigar", "questionar") é um registro de eventos que foram observados pelo próprio autor, enquanto Anais seriam registros dos eventos de tempos anteriores, organizados ano a ano.[1] Este ponto de vista sobre a distinção refletiu-se na divisão feita à obra de Tácito, que agrupou nas Historiae os eventos de seu próprio tempo, e nos Annales a história de períodos mais antigos. Não se pode dizer, no entanto, que tal separação foi sancionada pelo próprio Tácito; acredita-se que ele tenha designado toda a obra como Annales, ou que não utilizava qualquer tipo de designação.
Referências
- ↑ Aulo Gélio, Noctes Atticae (v. 18)
Este artigo incorpora texto (em inglês) da Encyclopædia Britannica (11.ª edição), publicação em domínio público.