Calabar: o Elogio da Traição: diferenças entre revisões

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'''Calabar: o Elogio da Traição''' é o título da peça de [[teatro]] musicada, escrita em [[1973]] por [[Chico Buarque]] e [[Ruy Guerra]], e editada em livro pela editora Civilização Brasileira.
'''Calabar: o elogio da traição''' é o título da peça de [[teatro]] musicada, escrita em [[1973]] por [[Chico Buarque]] e [[Ruy Guerra]], e editada em livro pela editora Civilização Brasileira.


==Sinopse==
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===Músicas===
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Dentre as músicas que compõem o repertório da obra, algumas foram sucesso, como "''Não existe pecado ao sul do Equador''" (cantada por Ney Matogrosso); "''Cala a boca, Bárbara''", e outras.
Dentre as músicas que compõem o repertório da obra, algumas foram sucesso, como "''Não existe pecado ao sul do Equador''" (cantada por [[Ney Matogrosso]]); "''Cala a boca, Bárbara''", e outras.


==Iniciativa ousada==
==Iniciativa ousada==
Calabar: o Elogio da Traição, foi escrita no final de 1973, em parceria com o cineasta [[Ruy Guerra]] e dirigida por Fernando Peixoto.
''Calabar: o elogio da traição'', foi escrita no final de 1973, em parceria com o cineasta [[Ruy Guerra]] e dirigida por Fernando Peixoto.
Era uma das mais caras produções teatrais da época, custou cerca de 30 mil [[dólar]]es e empregava mais de 80 pessoas.
Era uma das mais caras produções teatrais da época, custou cerca de trinta mil [[dólar]]es e empregava mais de oitenta pessoas.


==A peça e a ditadura==
==A peça e a ditadura==
A [[censura]] do [[regime militar]] deveria aprovar e liberar a obra em um ensaio especialmente dedicado a isso. Depois de toda a montagem pronta e da primeira liberação do texto, veio a espera pela aprovação final. Foram três meses de expectativa e, em [[20 de outubro]] de [[1974]], o general Antônio Bandeira, da [[Polícia Federal]], sem motivo aparente, proibiu a peça, proibiu o nome '''Calabar''' do título e, como se não bastasse, ainda proibiu que a proibição fosse divulgada.
A [[censura]] do [[Ditadura militar no Brasil|regime militar]] deveria aprovar e liberar a obra em um ensaio especialmente dedicado a isso. Depois de toda a montagem pronta e da primeira liberação do texto, veio a espera pela aprovação final. Foram três meses de expectativa e, em [[20 de outubro]] de [[1974]], o general Antônio Bandeira, da [[Polícia Federal]], sem motivo aparente, proibiu a peça, proibiu o nome '''Calabar''' do título e, como se não bastasse, ainda proibiu que a proibição fosse divulgada.


O prejuízo para os autores e para o ator [[Fernando Torres]], produtores da montagem, foi enorme.
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Revisão das 01h05min de 12 de outubro de 2006

 Nota: Se procura outros significados para Calabar, veja Calabar.

Calabar: o elogio da traição é o título da peça de teatro musicada, escrita em 1973 por Chico Buarque e Ruy Guerra, e editada em livro pela editora Civilização Brasileira.

Sinopse

A peça relativiza a posição de Domingos Fernandes Calabar no episódio histórico em que ele preferiu tomar partido ao lado dos holandeses contra a coroa portuguesa.

Vivia o Brasil sob a opressão do regime ditatorial militar, e era comum o uso das metáforas nas produções artísticas a fim de, por um lado, burlar a censura rigorosa do sistema (sendo popular a figura de Armando Falcão, militar encarregado dessa tarefa canhestra) e, por outro, denunciar a situação atual.

Chico Buarque foi um mestre no uso dessas figurações: e o episódio histórico do traidor Calabar, comum em todos os livros didáticos como um dos maiores exemplos de perfídia - serviu de mote para justamente questionar a chamava versão oficial.

Na peça, Domingo Calabar passa de comerciante que visava o lucro e que, por isto, traíra os portugueses e colonos brasileiros - para um quase herói, que tinha por objetivo não o ganho pessoal, mas o melhor para o povo brasileiro (na verdade um conceito ainda inexistente, no século XVIII).

A intenção dos autores, porém, não era denunciar um erro histórico, nem tinha a pretensão de promover uma revisão: o alvo era, justamente, o próprio Regime militar, sua censura, os veículos de comunicação que, engessados pelas versões dos fatos sempre acordes com o sistema, passavam ao povo imagens que precisavam ser questionadas em sua veracidade.

Músicas

Dentre as músicas que compõem o repertório da obra, algumas foram sucesso, como "Não existe pecado ao sul do Equador" (cantada por Ney Matogrosso); "Cala a boca, Bárbara", e outras.

Iniciativa ousada

Calabar: o elogio da traição, foi escrita no final de 1973, em parceria com o cineasta Ruy Guerra e dirigida por Fernando Peixoto. Era uma das mais caras produções teatrais da época, custou cerca de trinta mil dólares e empregava mais de oitenta pessoas.

A peça e a ditadura

A censura do regime militar deveria aprovar e liberar a obra em um ensaio especialmente dedicado a isso. Depois de toda a montagem pronta e da primeira liberação do texto, veio a espera pela aprovação final. Foram três meses de expectativa e, em 20 de outubro de 1974, o general Antônio Bandeira, da Polícia Federal, sem motivo aparente, proibiu a peça, proibiu o nome Calabar do título e, como se não bastasse, ainda proibiu que a proibição fosse divulgada.

O prejuízo para os autores e para o ator Fernando Torres, produtores da montagem, foi enorme.

Seis anos mais tarde, uma nova montagem estrearia, desta vez, liberada pela censura.

O livro

Publicado em livro no ano de 1994, pela editora Civilização Brasileira, Calabar já teve 19 edições. (ISBN: 8520001368)

Ligações externas

  • Sinopse - reapresentação em 1998.
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