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Revisão das 14h08min de 10 de fevereiro de 2017

Karl Lueger

Karl Lueger (Wieden, Viena, 24 de outubro de 1844 — Viena, 10 de março de 1910) foi um político austríaco, presidente da Câmara de Viena entre 1897 e 1910 e foi o líder do Partido Cristão Social que tomou o poder dos liberais alemães em Viena e combateu os sociais democratas. Sendo apenas uma pequena facção no parlamento austríaco, o Partido Cristão Social ganhou uma posição minoritária na câmara de Viena em 1895 e subsequentemente ajudou Lueger a adquirir a maioria. Após três recusas, o imperador Franz Josef acabou por finalmente sancionar a sua eleição em 1897.

Conhecido pelo seu anti-semitismo, Lueger foi tido por Adolf Hitler como uma inspiração para a forma mais tarde ainda mais virulenta do anti-semitismo.[1] Ele também advogava políticas racistas contra todas as minorias de língua não-alemã na Áustria-Hungria.

O seu racismo inspirou alguns dos líderes da república austríaca (entre 1918 e 1938), tais como Ignaz Seipel, Engelbert Dollfuss e Kurt von Schuschnigg.

Percurso político

Karl Lueger nasceu numa família da pequena burguesia. Doutorou-se em Direito em 1866, e trabalhou como advogado liberal até 1870; em paralelo desenvolveu a sua oratória nas tabernas da periferia vienense. Entrou no Conselho Municipal em 1875, e rompeu abertamente com o liberalismo decimonónico, que tinha transformado o país, na década seguinte; em 1885 denunciava o capitalismo mundial, misturando muitos argumentos, e, entre estes, uma argumentação racista.[2]

Como político, surgiu num momento de situação débil para a classe média e para os pequenos artesãos, responsáveis pelo fulgor do liberalismo económico austríaco da segunda metade do século XIX que deu lugar aos grandes armazéns e ao fabrico industrial de bens. Enquanto advogado fundou o partido do "cravo branco", e com o lema "é preciso ajudar os pequenos" conseguiu arrastar as classes médias, que temiam ver-se delapidadas. Como disse Stefan Zweig nas suas memórias, "era exatamente a mesma camada social assustada que mais tarde congregou ao seu lado (...) Adolf Hitler, e K. Lueger serviu-lhe de modelo também noutro sentido: ensinou-lhse o manipulável que era o lema antissemita, que oferecia aos descontentes círculos pequeno-burgueses um adversário palpável e, por outro lado, impercetívelmente desviava o ódio pelos grandes proprietários e a riqueza feudal".[3]

A primeira gazeta do partido, claramente demagógica, o Illustrierte Wiener Volkszeitung, tinha como sub-título "Órgão dos antissemitas". Embora cedo moderasse o seu ódio, dizia sempre que ele "determinava quem é judeu ou não", prelúdio para terríveis consequências a partir de 1933.[4] Em vão o cardeal de Praga, Franziskus von Paula Schönborn, pediu ao Papa Leão XIII que suspendesse o apoio papal ao partido de Lueger (cuja foto figurava no escritório do Papa).[5]

Foi eleito presidente da câmara de Viena em 1895, mas só pode tomar posse em 1897 devido ao veto imperial, causado pelos seus ódios, e esteve no posto até 1910, quando morreu. Desde então, dominou a vida pública vienense e converteu-se em figura célebre, quase tão conhecida como o Imperador. As suas ações estenderam-se desde a suspensão vigorosa do poder da igreja católica, por exemplo tentando "reconquistar as universidades fundadas pelas nossas igrejas" (universidades a que tinham acesso livre os austro-judeus), até ações renovadoras, parciais mas eficazes: municipalizar o gás, eletrificar transportes públicos, estender a iluminação pública, regular o Danúbio. Tudo isto foi realizado com apoio da banca alemã (Deutsche Bank). Estas tarefas sociais, por certo, foram desenvolvidas com amplitude e com uma perspectiva social muito distinta, desde 1920, pelos social-democratas, que transformaram definitivamente a cidade em mais de uma década. [6]

Referências

  1. Fareed Zacharia, The Future of Freedom: Illiberal Democracy at Home and Abroad, Norton, 2003, 2007, p. 60
  2. William M. Johnston, L'esprit viennois, París, PUF, 1985, p.69 (tr. O génio austro-húngaro. História social e intelectual, 1848-1938, Oviedo, KRK, 2008)
  3. Stefan Zweig, O mundo de ontem. Memórias de um europeu.
  4. J. Riedl, Viena infame e genial, Anaya-Mario Muchnik, 1995, p. 139.
  5. J. Riedl, Viena infame y genial, 1995, p. 140.
  6. W. Johnston, L'esprit viennois, pp. 69-72
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