Francisca Atenas de Rochechouart: diferenças entre revisões

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== Biografia ==
== Biografia ==
Nascida no Castelo de [[Lussac-les-Châteaux]], era filha de Gabriel de Rochechouart, duque de Mortemart, e de Diane de Grandseigne. Em [[1658]], ao deixar o Convento de Las Saintes, onde estudou, Françoise, com o nome de ''Mademoiselle'' de Tonnay-Charente, conseguiu chegar à corte com a ajuda da Rainha-mãe, [[Ana de Áustria, rainha de França|Ana de Áustria]], e foi posta em serviço de [[Henriqueta Ana de Inglaterra]], cunhada do rei. Em fevereiro de 1663, Françoise casou-se com Luís Henrique de Pardaillan, '''Marquês de Montespan''', com o qual teve uma filha, Maria Cristina, e um filho, o duque d'Antin.
Nascida no Castelo de [[Lussac-les-Châteaux]], era filha de Gabriel de Rochechouart, duque de Mortemart, e de Diana de Grandseigne. Em [[1658]], ao deixar o Convento de Las Saintes, onde estudou, Francisca, com o nome de ''Mademoiselle'' de Tonnay-Charente, conseguiu chegar à corte com a ajuda da Rainha-mãe, [[Ana de Áustria, rainha de França|Ana de Áustria]], e foi posta em serviço de [[Henriqueta Ana de Inglaterra]], cunhada do rei. Em fevereiro de 1663, Francisca casou-se com Luís Henrique de Pardaillan, '''Marquês de Montespan''', com o qual teve uma filha, Maria Cristina, e um filho, o duque d'Antin.


Françoise e Luís XIV se conheceram no outono de [[1666]]. O rei estava então enfadado de sua primeira favorita, [[Louise de La Vallière]]. Em 1667, ele se tornou amante de Françoise. Quando o Marquês de Montespan soube do adultério de sua esposa, promoveu um grande escândalo, e por isso foi preso em [[For-l'Évêque]], e depois exilado em suas terras.
Francisca e Luís XIV se conheceram no outono de [[1666]]. O rei estava então enfadado de sua primeira favorita, [[Louise de La Vallière]]. Em 1667, ele se tornou amante de Francisca. Quando o Marquês de Montespan soube do adultério de sua esposa, promoveu um grande escândalo, e por isso foi preso em [[For-l'Évêque]], e depois exilado em suas terras.


A marquesa figurou como amante oficial do rei durante 13 anos, nos quais ficou conhecida como sendo uma mulher ardilosa e pérfida. Depois da morte de Henriqueta Ana Stuart, ocorrida em [[1670]], ''La Montespan'', como era conhecida na corte, passou ao serviço da rainha, [[Maria Teresa de Áustria (1638–1683)|Maria Teresa de Áustria]], como sua dama de companhia. La Montespan não perdia uma oportunidade de humilhar a pobre rainha, que com raiva dizia aos amigos: ''Esta prostituta é minha sentença de morte!''
A marquesa figurou como amante oficial do rei durante 13 anos, nos quais ficou conhecida como sendo uma mulher ardilosa e pérfida. Depois da morte de Henriqueta Ana Stuart, ocorrida em [[1670]], ''La Montespan'', como era conhecida na corte, passou ao serviço da rainha, [[Maria Teresa de Áustria (1638–1683)|Maria Teresa de Áustria]], como sua dama de companhia. La Montespan não perdia uma oportunidade de humilhar a pobre rainha, que com raiva dizia aos amigos: ''Esta prostituta é minha sentença de morte!''
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Enquanto Montespan detinha ainda o título de amante real (''maîtresse-en-titre''), o rei envolveu-se com outras mulheres, entre elas a bela, mas tola, [[Maria Angélica de Fontanges]], e apaixonou-se por [[Madame de Maintenon]], escolhida pela própria Montespan para governanta de seus filhos com o rei. Isso era quase como uma vingança do destino contra a astuciosa Montespan, que quando da queda de Luísa de La Valliére, pediu ao rei que a pobre a ajudasse em sua ''toilette'', argumentando que "só ela sabia arrumar seus cabelos e suas fitas".
Enquanto Montespan detinha ainda o título de amante real (''maîtresse-en-titre''), o rei envolveu-se com outras mulheres, entre elas a bela, mas tola, [[Maria Angélica de Fontanges]], e apaixonou-se por [[Madame de Maintenon]], escolhida pela própria Montespan para governanta de seus filhos com o rei. Isso era quase como uma vingança do destino contra a astuciosa Montespan, que quando da queda de Luísa de La Valliére, pediu ao rei que a pobre a ajudasse em sua ''toilette'', argumentando que "só ela sabia arrumar seus cabelos e suas fitas".


La Montespan não sabia a razão do interesse do rei por Maintenon, uma mulher gentil e piedosa. Diz-se que certa vez, Françoise disse à Maintenon que o rei possuía três amantes: ''Eu possuo o título, Fontanges, desempenha o cargo, e você possui o coração!''
La Montespan não sabia a razão do interesse do rei por Maintenon, uma mulher gentil e piedosa. Diz-se que certa vez, Francisca disse à Maintenon que o rei possuía três amantes: ''Eu possuo o título, Fontanges, desempenha o cargo, e você possui o coração!''


O desvio dos amores do rei não se deveram apenas ao temperamento arrogante de Françoise. Em meio a uma sucessão de envenenamentos em [[Paris]], [[Catherine Deshayes]], dita ''la Voisin'', foi interrogada e denunciou várias mulheres nobres como sendo suas clientes. Entre elas, encontrava-se uma mulher tão poderosa, que seria impossível pronunciar no processo. Essa não era outra senão a ardilosa Montespan. A filha da bruxa, La Monvoisin, em seu interrogatório, admitiu ter visto a amante fazendo rituais com sua mãe, e teriam chegado ao ponto de sacrificar uma criança, cujo sangue fora depositado num frasco, juntamente com suas entranhas. Madame Montespan teria levado o frasco consigo, na virilha, para enfeitiçar o rei. O episódio ficou conhecido como "''O [[Caso dos Venenos]]''".
O desvio dos amores do rei não se deveram apenas ao temperamento arrogante de Francisca. Em meio a uma sucessão de envenenamentos em [[Paris]], [[Catherine Deshayes]], dita ''la Voisin'', foi interrogada e denunciou várias mulheres nobres como sendo suas clientes. Entre elas, encontrava-se uma mulher tão poderosa, que seria impossível pronunciar no processo. Essa não era outra senão a ardilosa Montespan. A filha da bruxa, La Monvoisin, em seu interrogatório, admitiu ter visto a amante fazendo rituais com sua mãe, e teriam chegado ao ponto de sacrificar uma criança, cujo sangue fora depositado num frasco, juntamente com suas entranhas. Madame Montespan teria levado o frasco consigo, na virilha, para enfeitiçar o rei. O episódio ficou conhecido como "''O [[Caso dos Venenos]]''".


Temendo ser motivo de chacota, o rei deu um jeito de encobrir o crime de Montespan. Esta permaneceu na corte como se nada tivesse acontecido, dando festas e jantares, mas o rei passou a desprezá-la, e não comia ou bebia nada que por ela lhe fosse oferecido.
Temendo ser motivo de chacota, o rei deu um jeito de encobrir o crime de Montespan. Esta permaneceu na corte como se nada tivesse acontecido, dando festas e jantares, mas o rei passou a desprezá-la, e não comia ou bebia nada que por ela lhe fosse oferecido.

Revisão das 00h41min de 27 de fevereiro de 2019

Francisca Atenas
Marquesa de Montespan
Francisca Atenas de Rochechouart
Nascimento 5 de outubro de 1640
  Lussac-les-Châteaux, França
Morte 27 de maio de 1707 (66 anos)
  Bourbon-l'Archambault, França
Marido Luís Henrique de Pardaillan, Marquês de Montespan
Descendência Maria Cristina de Pardaillan
Luís Antônio, Duque de Antin
Luís Augusto, Duque de Maine
Luís César, Conde de Vexin
Luísa Francisca de Bourbon
Luísa Maria Ana de Bourbon
Francisca Maria de Bourbon
Luís Alexandre, Conde de Toulouse
Pai Gabriel de Rochechouart
Mãe Diana de Grandseigne
Religião Catolicismo
Assinatura Assinatura de Francisca Atenas

Francisca Atenas de Rochechouart, Marquesa de Montespan (Françoise Athénaïs; Lussac-les-Châteaux, 5 de outubro de 1640Bourbon-l'Archambault, 27 de maio de 1707), conhecida como Madame de Montespan, foi a mais famosa das inúmeras amantes do rei Luís XIV de França. Ela caiu em desgraça após ser acusada de bruxaria, no episódio que ficou conhecido como o "Caso dos Venenos".

Biografia

Nascida no Castelo de Lussac-les-Châteaux, era filha de Gabriel de Rochechouart, duque de Mortemart, e de Diana de Grandseigne. Em 1658, ao deixar o Convento de Las Saintes, onde estudou, Francisca, com o nome de Mademoiselle de Tonnay-Charente, conseguiu chegar à corte com a ajuda da Rainha-mãe, Ana de Áustria, e foi posta em serviço de Henriqueta Ana de Inglaterra, cunhada do rei. Em fevereiro de 1663, Francisca casou-se com Luís Henrique de Pardaillan, Marquês de Montespan, com o qual teve uma filha, Maria Cristina, e um filho, o duque d'Antin.

Francisca e Luís XIV se conheceram no outono de 1666. O rei estava então enfadado de sua primeira favorita, Louise de La Vallière. Em 1667, ele se tornou amante de Francisca. Quando o Marquês de Montespan soube do adultério de sua esposa, promoveu um grande escândalo, e por isso foi preso em For-l'Évêque, e depois exilado em suas terras.

A marquesa figurou como amante oficial do rei durante 13 anos, nos quais ficou conhecida como sendo uma mulher ardilosa e pérfida. Depois da morte de Henriqueta Ana Stuart, ocorrida em 1670, La Montespan, como era conhecida na corte, passou ao serviço da rainha, Maria Teresa de Áustria, como sua dama de companhia. La Montespan não perdia uma oportunidade de humilhar a pobre rainha, que com raiva dizia aos amigos: Esta prostituta é minha sentença de morte!

Conta-se que em 1670, o rei quis levar a marquesa consigo numa campanha militar, e para evitar um escândalo, levou também a rainha, e também sua antiga amante, Louise de La Vallière para ludibriar o público em relação à seu envolvimento com Montespan. Segundo Louis de Rouvroy, duque de Saint-Simon, o povo ao longo do caminho corria para olhar o rei e suas "três rainhas".

Enquanto Montespan detinha ainda o título de amante real (maîtresse-en-titre), o rei envolveu-se com outras mulheres, entre elas a bela, mas tola, Maria Angélica de Fontanges, e apaixonou-se por Madame de Maintenon, escolhida pela própria Montespan para governanta de seus filhos com o rei. Isso era quase como uma vingança do destino contra a astuciosa Montespan, que quando da queda de Luísa de La Valliére, pediu ao rei que a pobre a ajudasse em sua toilette, argumentando que "só ela sabia arrumar seus cabelos e suas fitas".

La Montespan não sabia a razão do interesse do rei por Maintenon, uma mulher gentil e piedosa. Diz-se que certa vez, Francisca disse à Maintenon que o rei possuía três amantes: Eu possuo o título, Fontanges, desempenha o cargo, e você possui o coração!

O desvio dos amores do rei não se deveram apenas ao temperamento arrogante de Francisca. Em meio a uma sucessão de envenenamentos em Paris, Catherine Deshayes, dita la Voisin, foi interrogada e denunciou várias mulheres nobres como sendo suas clientes. Entre elas, encontrava-se uma mulher tão poderosa, que seria impossível pronunciar no processo. Essa não era outra senão a ardilosa Montespan. A filha da bruxa, La Monvoisin, em seu interrogatório, admitiu ter visto a amante fazendo rituais com sua mãe, e teriam chegado ao ponto de sacrificar uma criança, cujo sangue fora depositado num frasco, juntamente com suas entranhas. Madame Montespan teria levado o frasco consigo, na virilha, para enfeitiçar o rei. O episódio ficou conhecido como "O Caso dos Venenos".

Temendo ser motivo de chacota, o rei deu um jeito de encobrir o crime de Montespan. Esta permaneceu na corte como se nada tivesse acontecido, dando festas e jantares, mas o rei passou a desprezá-la, e não comia ou bebia nada que por ela lhe fosse oferecido.

Madame de Montespan retirou-se em 1691 para Paris. Faleceu em Bourbon-l'Archambault, em 1707.

Descendência

Madame de Montespan e seus filhos

Com Luís XIV, La Montespan teve sete filhos:

  1. Luísa Francisca de Bourbon (1669-1672)
  2. Luís Augusto de Bourbon, duque de Maine (1670-1736)
  3. Luís César de Bourbon, conde de Vexin (1672-1683)
  4. Luísa Francisca de Bourbon, Mademoiselle de Nantes (1673-1743)
  5. Luísa Maria Ana de Bourbon, Mademoiselle de Tours (1674-1681)
  6. Francisca Maria de Bourbon, Mademoiselle de Blois (1677-1749)
  7. Luís Alexandre de Bourbon (1678-1737)
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