O Livro dos Espíritos: diferenças entre revisões
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Revisão das 17h36min de 6 de janeiro de 2020
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O Livro dos Espíritos | |||||
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Le Livre des Esprits O Livro Dos Espíritos [BR] | |||||
Publicação da 4ª Edição de O Livro dos Espíritos de 1857 em Paris | |||||
Autor(es) | Allan Kardec | ||||
Idioma | francês | ||||
País | França | ||||
Assunto | Doutrina Espírita | ||||
Gênero | Filosofia Espiritualista | ||||
Série | Obras básicas do espiritismo | ||||
Editora | LAKE | ||||
Lançamento | 18 de abril de 1857 | ||||
Páginas | 358 | ||||
Edição brasileira | |||||
Tradução | Evandro Noleto Bezerra.
Guillon Ribeiro. José Herculano Pires. Salvador Gentile | ||||
Editora | Federação Espírita Brasileira (FEB)
Instituto de Difusão Espírita (IDE) | ||||
Lançamento | 18 de Abril | ||||
Páginas | 358 | ||||
ISBN | 978-85-7328-752-3 | ||||
Cronologia | |||||
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O Livro dos Espíritos (na língua francesa, Le Livre des Esprits) é o primeiro livro da Codificação Espírita publicado por Hippolyte Léon Denizard Rivail sob o pseudônimo de Allan Kardec. Esta obra contém os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as Leis Morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade (segundo os ensinamentos dos Espíritos Superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec). É uma das oito obras fundamentais para o estudo da Doutrina Espírita juntamente com: O que é o Espiritismo (1859); O Livro dos Médiuns (1861); O Evangelho Segundo Espiritismo (1863); O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo (1865); A Gênese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (1868), Obras Póstumas (1890) e Revista Espírita (1858-1869).
História
A obra veio a público em 18 de abril de 1857, lançada no Palais Royal, em Paris, na forma de perguntas e respostas, originalmente compreendendo 501 itens. Foi fruto dos estudos de Kardec sobre os fenômenos das mesas girantes, difundidos por toda a Europa em meados do século XIX, e que, segundo muitos pesquisadores da época, possuíam origem mediúnica. Foi o primeiro de uma série de cinco livros editados pelo pedagogo sobre o mesmo tema.
As médiuns que serviram a esse trabalho foram inicialmente as jovens Caroline e Julie Boudin (respectivamente, com 16 e 14 anos à época), às quais mais tarde se juntou Celine Japhet (com 18 anos à época) e a senhorita Ermmance Defaux (14 anos na época), que tinha como guia espiritual São Luiz. no processo de revisão do livro. Após o primeiro esboço, o método das perguntas e respostas foi submetido à comparação com as comunicações obtidas por outros médiuns franceses, num total de "mais de dez", nas palavras de Kardec, cujos textos psicografados contribuíram para a estruturação do texto.
Segundo Canuto de Abreu, na página VII de O Primeiro Livro dos Espíritos, a segunda edição francesa foi lançada em 18 de março de 1860, tendo o Livro dos Espíritos, naquela reimpressão, sido revisto quase "como trabalho novo, embora os princípios não hajam sofrido nenhuma alteração, salvo pequeníssimo número de exceções, que são antes complementos e esclarecimentos que verdadeiras modificações".[1] Para esta revisão, Kardec manteve contato com grupos espíritas de cerca de 15 países da Europa e das Américas. Nesta segunda edição é que aparecem 1018 perguntas e respostas, sendo que algumas edições atuais trazem 1019 perguntas, acréscimo que, segundo a FEB (Federação Espírita Brasileira), foi devido ao Codificador não ter numerado a pergunta imediatamente após a 1010, aquela que seria a 1011. Assim sendo, o livro teria, na prática, 1019 e não, 1018 perguntas.
Características
O Livro dos Espíritos é a obra fundadora da Doutrina Espírita ou Espiritismo. Ele trata dos aspectos científico, filosófico e religioso da doutrina, lançando as bases que seriam posteriormente aprofundadas, por Allan Kardec, nas demais obras da Codificação Espírita. A sua edição definitiva é composta de quatro partes[2]: (1) Livro Primeiro - Causas primeiras; (2) Livro Segundo - Mundo espiritual ou dos Espíritos; (3) Livro Terceiro - Leis morais; (4) Livro Quarto - Esperanças e consolações.
A obra encontra-se divida da seguinte forma:
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA
PROLEGÔMENOS
LIVRO PRIMEIRO - AS CAUSAS PRIMÁRIAS:
CAPÍTULO I - DEUS
I - Deus e o Infinito.
II - Provas da Existência de Deus.
III - Atributos da Divindade.
IV - Panteísmo.
CAPÍTULO II - ELEMENTOS GERAIS DO UNIVERSO
I - Conhecimento do Princípio das Coisas.
II - Espírito e Matéria.
III - Propriedades da Matéria.
IV - Espaço Universal.
CAPÍTULO III - CRIAÇÃO
I - Formação dos Mundos.
II - Formação dos Seres Vivos.
III - Povoamento da Terra. Adão.
IV - Diversidade das Raças Humanas.
V - Pluralidade dos Mundos.
VI - Considerações e Concordâncias Bíblicas Referentes à Criação.
CAPÍTULO IV - PRINCÍPIO VITAL
I - Seres Orgânicos e Inorgânicos.
II - A Vida e a Morte.
III - Inteligência e Instinto.
LIVRO SEGUNDO - MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS:
CAPÍTULO I - DOS ESPÍRITOS
I - Origem e Natureza dos Espíritos.
II - Mundo Normal Primitivo.
III - Forma e Ubiquidade dos Espíritos.
IV - Perispírito.
VI - Escala Espírita.
VII - Progressão dos Espíritos.
VIII - Anjos e Demônios.
CAPÍTULO II - ENCARNAÇÃO DOS ESPÍRITOS
I - Finalidade da Encarnação.
II - Da Alma.
III - Materialismo.
CAPÍTULO III - RETORNO DA VIDA CORPÓREA À VIDA ESPIRITUAL
I - A Alma após a Morte. Sua Individualidade. Vida Eterna.
II - Separação da Alma e do Corpo.
III - Perturbação Espírita.
CAPÍTULO IV - PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS
I - Da reencarnação.
II - Justiça da Reencarnação.
III - Encarnação nos Diferentes Mundos.
IV - Transmigração Progressiva.
V - Sorte das Crianças Após a Morte.
VI - Sexo nos Espíritos.
VII - Parentesco, Filiação.
VIII - Semelhanças Físicas e Morais.
IX - Idéias Inatas.
CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS
CAPÍTULO VI - VIDA ESPÍRITA
I - Espíritos Errantes.
II - Mundos Transitórios.
III - Percepções, Sensações e Sofrimentos dos Espíritos.
IV - Ensaio Teórico Sobre a Sensação dos Espíritos.
V - Escolha das Provas.
VI - Relações de Além-Túmulo.
VII - Relações Simpáticas e Antipáticas dos Espíritos. Metades Eternas.
VIII - Lembrança da Existência Corpórea.
IX - Comemoração dos Mortos. Funerais.
CAPÍTULO VII - RETORNO À VIDA CORPORAL
I - Prelúdio do Retorno.
II - União da Alma com o Corpo. Aborto.
III - Faculdades Morais e Intelectuais.
IV - Influência do Organismo.
V - Idiotismo e Loucura.
VI - Da Infância.
VII - Simpatias e Antipatias Terrenas.
VIII - Esquecimento do Passado.
CAPÍTULO VIII - EMANCIPAÇÃO DA ALMA
I - O Sono e os Sonhos.
II - Visitas Espíritas Entre Vivos.
III - Transmissão Oculta de Pensamentos.
IV - Letargia, Catalepsia, Morte Aparente.
V - O Sonambulismo.
VI - Êxtase.
VII - Dupla Vista.
VIII - Resumo Teórico do Sonambulismo, do Êxtase e da Dupla Vista.
CAPÍTULO IX - INTERVENÇÕES DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO
I - Penetração do Nosso Pensamento Pelos Espíritos.
II - Influência Oculta dos Espíritos Sobre os Nossos Pensamentos e Nossas Ações.
III - Possessos.
IV - Convulsionários.
V - Afeição dos Espíritos por Certas Pessoas.
VI - Anjos da Guarda, Espíritos Protetores, Familiares ou Simpáticos.
VII - Pressentimentos.
VIII - Influência dos Espíritos Sobre os Acontecimentos da Vida.
IX - Ação dos Espíritos Sobre os Fenômenos da Natureza.
X - Os Espíritos Durante os Combates.
XI - Dos Pactos.
XII - Poder Oculto, Talismãs, Feiticeiros.
XIII - Bênção e Maldição.
CAPÍTULO X - OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO XI - OS TRÊS REINOS
I - Os minerais e as Plantas.
II - Os animais e o Homem.
III - Metempsicose.
LIVRO TERCEIRO - AS LEIS MORAIS
CAPÍTULO I - A LEI DIVINA OU NATURAL
I - Caracteres da Lei Natural.
II - Conhecimento da Lei Natural.
III - O Bem e o Mal.
IV - Divisão da Lei Natural.
CAPÍTULO II - LEI DE ADORAÇÃO
I - Finalidade da Adoração.
II - Adoração Exterior.
III - Vida Contemplativa.
IV - Da Prece.
V - Politeísmo.
VI - Sacrifícios.
CAPÍTULO III - LEI DO TRABALHO
I - Necessidade do Trabalho.
II - Limite do Trabalho. Repouso.
CAPÍTULO IV - LEI DA REPRODUÇÃO
I - População do Globo.
II - Sucessão e Aperfeiçoamento das Raças.
III - Obstáculos à Reprodução.
IV - Casamento e Celibato.
V - Poligamia.
CAPÍTULO V - LEI DA CONSERVAÇÃO
I - Instinto de Conservação.
II - Meios de Conservação.
III - Gozo dos Bens da Terra.
IV - Necessário e Supérfluo.
V - Privações Voluntárias. Mortificações.
CAPÍTULO VI - LEI DE DESTRUIÇÃO
I - Destruição Necessário e Destruição Abusiva.
II - Flagelos Destruidores.
III - Guerras.
IV - Assassino.
V - Crueldade.
VI - Duelo.
VII - Pena de Morte.
CAPÍTULO VII - LEI DE SOCIEDADE
I - Necessidade da Vida Social.
II - Vida de Isolamento. Voto de Silêncio.
III - Laços de Família.
CAPÍTULO VIII - LEI DO PROGRESSO
I - Estado Natural.
II - Marcha do Progresso.
III - Povos Degenerados.
IV - Civilização.
V - Progresso da Legislação Humana.
VI - Influência do Espiritismo no Progresso.
CAPÍTULO IX - LEI DE IGUALDADE
I - Igualdade Natural.
II - Desigualdade de Aptidões.
III - Desigualdades Sociais.
IV - Desigualdade das Riquezas.
V - Provas da Riqueza e da Miséria.
VI - Igualdade dos Direitos do Homem e da Mulher
VII - Igualdade Perante o Túmulo.
CAPÍTULO X - LEI DE LIBERDADE
I - Liberdade Natural.
II - Escravidão.
III - Liberdade de Pensamento.
IV - Liberdade de Consciência.
V - Livre-Arbítrio.
VI - Fatalidade.
VII - Conhecimento do Futuro.
VIII - Resumo Teórico do Móvel das Ações Humanas.
CAPÍTULO XI - LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE
I - Justiça e Direito Natural.
II - Direito de Propriedade. Roubo.
III - Caridade e Amor ao Próximo.
IV - Amor Maternal e Filial.
CAPÍTULO XII - PERFEIÇÃO MORAL
I - As Virtudes e os Vícios.
II - Das Paixões.
III - Do Egoísmo.
IV - Características do Homem de Bem.
V - Conhecimento de Si Mesmo.
LIVRO QUARTO - ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO I - PENAS E GOZOS TERRENOS
I - Felicidade e Infelicidade Relativas.
II - Perda de Entes Queridos.
III - Decepções, Ingratidão, Quebra de Afeições.
IV - Uniões Antipáticas.
V - Preocupação com a Morte.
VI - Desgosto pela Vida. Suicídio.
CAPÍTULO II - PENAS E GOZOS FUTUROS
I - O Nada. A Vida Futura.
II - Intuição das Penas e dos Gozos Futuros.
III - Intervenção de Deus nas Penas e Recompensas.
IV - Natureza das Penas e Gozos Futuros.
V - Penas Temporárias.
VI - Expiação e Arrependimento.
VII - Duração das Penas Futuras.
VIII - Ressurreição da Carne.
IX - Paraíso, Inferno, Purgatório. Paraíso Perdido. Pecado Original.
CONCLUSÃO
Censura
Em setembro de 1861 o Sr. Lachâtre encomendou, de Barcelona, 300 volumes de obras espíritas, dentre as quais O Livro dos Espíritos. Ao chegarem, os livros foram apreendidos pelo bispo local, num episódio que ficou conhecido como Auto de fé de Barcelona. A sentença foi executada a 9 de outubro, data que marca a intolerância religiosa, reagindo contra a divulgação da Doutrina Espírita.
A 1 de maio de 1864 a Igreja Católica incluiu a obra no "Index Librorum Prohibitorum" - o catálogo das obras cuja leitura é vedada aos seus fiéis.
Referências
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. [Tradução de Evandro Noleto Bezerra]. 4ª Edição. Brasília: FEB, 2016.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. [Tradução de Salvador Gentile com revisão de Elias Barbosa]. 182ª Edição. Araras, SP: IDE, 2009.
Ver também
- O que é o Espiritismo (1859)
- O Livro dos Médiuns (1861)
- O Evangelho Segundo Espiritismo (1863)
- O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo (1865)
- A Gênese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (1868)
- Obras Póstumas (1890)
- Revista Espírita (1858-1869)
- ↑ Abreu, Canuto (1957). O Primeiro Livro dos Espíritos. São Paulo: Companhia Editora Ismael
- ↑ KARDEC, Allan [Tradução de Evandro Noleto Bezerra a partir da 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, 10ª e 12ª edições francesas] (2016). O Livro dos Espíritos. 4ª ed. Brasília: Federação Espírita Brasileira (FEB). ISBN 978-85-7328-752-3