Sexo a seco

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Se procura outro significado, veja Sexo não penetrativo.

Sexo a seco é a prática sexual de se manter relações sexuais sem lubrificação vaginal ou anal. A lubrificação vaginal pode ser removida usando afrodisíacos herbais, detergentes caseiros, antissépticos,[1] limpando a vagina,[2] ou colocando folhas na vagina[2] entre outros métodos.[3] A prática do sexo a seco está associada ao aumento dos riscos de saúde e contração de doenças infectocontagiosas.

Remover ou impedir a lubrificação vaginal através de práticas associadas ao sexo a seco aumenta a fricção durante a relação sexual, o que popularmente se crê que aumente a sensação de aperto vaginal, maior prazer sexual para quem penetra.[4] Alguns indivíduos insistem com o sexo a seco ao considerar que quem não o pratica possui castidade.[5] O sexo a seco pode ser doloroso tanto para quem penetra,[6][7] quanto para a pessoa penetrada.[1] A prática é comum na África Subsaariana[1][2] e há relatos de sua prática no Suriname entre mulheres afro-surinamesas.[8]

Práticas como usar saliva e lubrificantes íntimos são usadas.[9]

Riscos à saúde[editar | editar código-fonte]

A prática do sexo a seco tem sido ligada à alta incidência de infecção pelo VIH na África Subsaariana,[1] por aumentar o risco de contágio por infeções sexualmente transmissíveis (ISTs) para a pessoa que toma o papel sexual ativo e o passivo, incluso o VIH[1][3] de várias formas. O aumento da fricção durante a relação sexual pode causar lacerações na mucosa vaginal.[10] Secar a vagina também remove os lactobacilos da flora vaginal, cuja natureza antisséptica ajuda a combater as infeções sexualmente transmissíveis. Além disso, o sexo a seco aumenta o risco de rompimento do preservativo em função do aumento da fricção. Pode causar inflamação vaginal ou lesões traumáticas que por elas mesmas aumentam o risco de transmissão de doenças.

Referências

  1. a b c d e «Concern voiced over "dry sex" practices in South Africa». Cirp.org. Consultado em 5 de julho de 2011 
  2. a b c Sandala, L; Lurie, P; Sunkutu, M. R.; Chani, E. M.; Hudes, E. S.; Hearst, N (1995). «'Dry sex' and HIV infection among women attending a sexually transmitted diseases clinic in Lusaka, Zambia». AIDS (London, England). 9 Suppl 1: S61–8. PMID 8562002 
  3. a b International Family Planning Perspectives, Volume 24, Number 2, June 1998, Vaginal Drying Agents and HIV Transmission Arquivado em 2011-02-24 no Wayback Machine by Karen E. Kun.
  4. Ray, Sunanda; Gumbo, Nyasha; Mbizvo, Michael (Maio de 1996). «Local Voices: What Some Harare Men Say about Preparation for Sex». JSTOR 3775349 
  5. Sunanda Ray; Nyasha Gumbo; Michael Mbizvo (Maio de 1996). «Local Voices: What Some Harare Men Say about Preparation for Sex». Reproductive Health Matters. Reproductive Health Matters. 4 (7): 34–45. JSTOR 3775349. doi:10.1016/S0968-8080(96)90004-X 
  6. January 2001 edition of "Parade": Page 45: "Dry sex is painful for both men and women and may expose one to infection."
  7. "Women in Action" published 2001 by Isis International Page 11: "there is nothing pleasant about dry sex because both the man and woman feel pain and they experience cuts"
  8. van Andel T, de Korte S, Koopmans D, Behari-Ramdas J, Ruysschaert S (Fevereiro de 2008). «Dry sex in Suriname». J Ethnopharmacol. 116 (1): 84–8. PMID 18083316. doi:10.1016/j.jep.2007.11.003 
  9. «A saliva é um bom lubrificante? Os 5 mitos sobre sexo refutados pela ciência». O Globo. 13 de maio de 2023. Consultado em 12 de setembro de 2023 
  10. Hyena, Hank (10 de dezembro de 1999). «"Dry sex" worsens AIDS numbers in southern Africa». Salon.com. Consultado em 23 de maio de 2012 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]