Unio Itineraria

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Unio Itineraria (ou Württembergischer botanische Reiseverein) foi uma sociedade científica, destinada ao financiamento de viagens de exploração científica e à permuta dos espécimes recolhidos nessas viagens, criada em 1825 na cidade de Esslingen am Neckar (Alemanha).[1][2] A instituição extinguiu-se em 1845 devido às dificuldades financeiras resultantes dos sobrecustos das viagens realizadas.

Descrição[editar | editar código-fonte]

A Württembergische Naturhistorische Reiseverein (também conhecida por Unio itineraria) foi uma sociedade por quotas (acções) destinada a apoiar financeira e logisticamente a realização de viagens de exploração e colecta de espécimes com interesse para o estudo da história natural e a divulgar os resultados dessas viagens de exploração.[1][2]

A Unio Itineraria, como se autointitulava, foi estabelecida para promover a exploração científica, mediante recolhas de determinados (identificados) espécimes biológicos. Os fundadores e principais dinamizadores da Reiseverein (Sociedade de viagens) foram Christian Ferdinand Hochstetter e Ernst Gottlieb Steudel, o chefe dos serviços de saúde de Esslingen. Estes dois naturalistas obtiveram o apoio do rei Guilherme I de Württemberg.

A administração da Unio Itineraria ficou sediada em Esslingen am Neckar, recolhendo fundos através de assinaturas de apoio ao projecto de expedições e da venda de exemplares através de uma rede de concessionários locais. A organização também vendia aves, insectos e bibliotecas (colecções bibliográficas), frequentemente através de intermediários e agentes depositários dispersos por toda a Europa.

A Reiseverein funcionou entre os anos de 1825 e cerca de 1845. Esta corporação tornou possível enviar botânicos e mineralogistas a várias regiões do mundo para colectar material vegetal (plantas herborizadas ou sementes secas) e, em menor medida, minerais e espécimes zoológicos. Essas colecções geralmente continham novos objectos nunca antes descritos, dando origem à descrição científica de diversas espécies. Com essa actividade, a Unio Itineraria promoveu a investigação sobre a história natural de várias regiões. As receitas teriam de ser alcançadas com a venda de colecções ou partes de acções em dinheiro.[2] Os espécimes foram classificados por Hochstetter, por Steudel ou por especialistas de várias universidades europeias. A distribuição regular de plantas de herbário também garantiu a criação de uma base alargada para o estudo da flora dessas regiões, especialmente da Etiópia.[3]

No verão de 1825, o botânico Franz von Fleischer foi um dos primeiros a viajar com o apoio da sociedade, levando a cabo uma excursão de exploração da flora do Tirol.[4]

Em 1826 viajou por conta da associação um colector identificado como «Herr Müller»[5] através do sul da Alemanha, depois através de Istria e de volta a Esslingen.

Nos anos seguintes Franz von Fleischer voltou a viajar com o apoio da sociedade, visitando as ilhas Jónias, Esmirna, Constantinopla e as regiões costeiras da Grécia. Nesse período também o naturalista Christian Friedrich Ecklon colectou espécimes para a Reiseverein na África do Sul.

No relatório anual da Academia Sueca referente ao ano de 1828, há uma indicação de uma dessas viagens, que em 1828 permitiu a exploração da Noruega por uma expedição liderada por Johann Gottlob von Kurr e Johann Wilhelm Peter Hübener.[6]

Nos anos 1829 e 1830, Philipp Anton Christoph Endress (1806-1831) fez viagens botânicas aos Pirenéus.[7]

Em 1842, o aumento dos custos da expedição liderada por Wilhelm Schimper levou ao colapso da Unio Itineraria, que deixou de funcionar a partir do ano de 1845.

Vários exploradores e colectores ficaram associados ao patrocínio da Unio Itineraria, entre eles:

Notas

  1. a b Johannes Müller: Die wissenschaftlichen Vereine und Gesellschaften Deutschlands im neunzehnten Jahrhundert. 1.º volume, Asher, Berlin 1924, p. 505, (Digitalisat; O nome Esslinger Botanische Reiseverein, que foi escolhido pelo autor Arno Wörz no título da sua obra não foi usado na literatura histórica).
  2. a b c Gottlieb Wilhelm Bischoff: Lehrbuch der Botanik, 2. Bd. 2.Teil, Allgemeine Botanik, Schweizerbart, Stuttgart 1839, S. 404, Digitalisathttp://vorlage_digitalisat.test/1%3D~GB%3D1EgaAAAAYAAJ~IA%3D~MDZ%3D%0A~SZ%3DPA404~doppelseitig%3D~LT%3D~PUR%3D.
  3. Arno Wörz: Der Esslinger Botanische Reiseverein 1825–1845: Eine Aktiengesellschaft zur Durchführung naturkundlicher Sammelreisen.
  4. Hochstetter: Über das Ergebnis der botanische Reise des Pharmazeuten Fleischer nach Tyrol im Sommer 1825. In: Flora oder allgemeine botanische Zeitung, vol. 9, Regensburg 1826, p. 81 ff., Digitalisathttp://vorlage_digitalisat.test/1%3D~GB%3DqWg-AAAAcAAJ~IA%3D~MDZ%3D%0A~SZ%3DPA81~doppelseitig%3D~LT%3D~PUR%3D
  5. Este nome aparece grafado de formas diferentes, por exemplo como B. Mülber.
  6. Johann Em. Wikström: Jahresbericht der Schwedischen Academie der Wissenschaften über die Fortschritte der Botanik im Jahr 1828. Max & Co, Breslau 1835, p. 122, (tradução de Carl Traugott Beilschmied), Digitalisathttp://vorlage_digitalisat.test/1%3D~GB%3D5y8YAAAAYAAJ~IA%3D~MDZ%3D%0A~SZ%3DPA122~doppelseitig%3D~LT%3D~PUR%3D.
  7. Johann Em. Wikström: Jahresbericht der Königlich Schwedischen Akademie der Wissenschaften über die Fortschritte der Botanik im Jahr 1831. Max & Co, Breslau 1834, (Übersetzung Carl Traugott Beilschmied), pp. 145–146 Digitalisathttp://vorlage_digitalisat.test/1%3D~GB%3DRCtZAAAAcAAJ~IA%3D~MDZ%3D%0A~SZ%3DPA145~doppelseitig%3D~LT%3D~PUR%3D