Estúdio em Batignolles (Fantin-Latour)

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Estúdio em Batignolles
Un atelier aux Batignolles
Estúdio em Batignolles (Fantin-Latour)
Autor Henri Fantin-Latour
Data 1870
Género Pintura
Técnica Óleo sobre tela
Dimensões 204 × 273,5 
Localização Museu de Orsay, Paris

Estúdio em Batignolles é uma pintura a óleo sobre tela de 1870 do pintor francês Henri Fantin-Latour (1836-1904) que fixou para a posteridade os protagonistas do Grupo de Batignolles.

Este Grupo era constituido por jovens pintores de vanguarda do fim século XIX que giravam à volta de Édouard Manet. O grupo recebeu o nome do bairro parisiense de Les Batignolles onde Manet tinha o seu estúdio e em cujos cafés eles tinham o costume de se encontrar entre 1869 e 1875.

A pintura inclui-se num conjunto de quatro obras de Fantin-Latour (as outras três podem ser vistas em Galeria) que representam um grupo de personalidades artísticas da sua época.

Descrição e estilo[editar | editar código-fonte]

Les Batignolles é o bairro parisiense onde vivia Manet e alguns dos futuros impressionistas. Fantin-Latour, interveniente discreto daquela época, junta à volta de Manet, que já era um pintor consagrado, jovens artistas com ideias inovadoras. A pintura evoca, por sua vez, a pintura do retrato de um dos personagens, Zacharie Astruc, por Manet (em Galeria).

Da esquerda para a direita podem reconhecer-seː

  • ̽Otto Schölderer, pintor alemão que tinha ido para Paris para se encontrar com os discípulos de Courbet;
  • Édouard Manet, sentado diante do seu cavalete;
  • Auguste Renoir (de pé), com um chapéu;
  • Zacharie Astruc (sentado, como modelo de Manet), escultor e jornalista;
  • Emile Zola, escritor e grande defensor da renovação da pintura;
  • Edmond Maître, funcionário na Câmara Municipal de Paris;
  • Frédéric Bazille, que perecerá alguns meses mais tarde, com vinte e seis anos, na guerra de 1870;
  • Claude Monet que veio a tornar-se um célebre pintor impressionista.

As atitudes são sóbrias, com trajes graves, rostos quase solenes. Fantin-Latour pretende que aqueles jovens artistas, muito depreciados na altura, sejam percebidos como personalidades sérias e respeitáveis. A ambiência geral do atelier também é de sobriedade: poucos detalhes, poucos elementos decorativos. Apenas dois acessórios fazem lembrar algumas escolhas estéticas da nova escola: a estatueta de Minerva que reflete o respeito pela tradição antiga, e o pote de cerâmica com decoração nipónica lembra a admiração daquela geração de artistas pela arte japonesa.

Neste retrato de grupo exposto no Salão de 1870, todos parecem posar para a posteridade. A obra expressa os laços que ligavam Fantin-Latour com a vanguarda da época e com Manet em particular. É como que um eco da opinião de Zola sobre Manetː "Em torno do pintor vilipendiado pelo público criou-se uma frente comum de pintores e escritores que o consideram como um mestre".[1]

Galeria[editar | editar código-fonte]

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

  1. Nota do Museu de Orsay sobre a obra [1]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Fantin-Latour, Manet, Baudelaire - L'Hommage à Delacroix, dir. de Christophe Leribault, Louvre éditions, 2011. Catálogo da Exposição organizada em torno desta obra no Museu Nacional Eugène-Delacroix, em Paris, de 7 de dezembro de 2011 a 19 de março de 2012.
  • Sophie Monneret, L'Impressionnisme et son époque, editor Robert Laffont, Paris, 1987, 2 volumes, pag. total 997, isbn 2-22105412-1

Ligação externa[editar | editar código-fonte]

  • A pintura no sítio do Museu de Orsay, [2]