Eustácio Maleíno
Eustácio Maleíno | |
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Conhecido(a) por |
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Nacionalidade | Império Bizantino |
Progenitores | Pai: Constantino Maleíno |
Parentesco | Nicéforo II Focas (primo); Leão Focas, o Jovem (primo); Bardas Focas, o Jovem (sobrinho) |
Ocupação | General e governador |
Título | |
Religião | Cristianismo |
Eustácio Maleíno (em grego medieval: Εὐστάθιος Μαλεΐνος) foi um importante general bizantino e um dos mais ricos e influentes membros da aristocracia militar anatólia durante o final do século X. Manteve postos administrativos e militares seniores no Oriente, e esteve envolvido nas rebeliões aristocráticas contra o imperador Basílio II Bulgaróctono (r. 976–1025), lutando contra Bardas Esclero, mas apoiando a revolta de seu sobrinho Bardas Focas, o Jovem. Após o fracasso do último, não foi punido, mas sua imensa fortuna acabou por causar sua queda, com Basílio confinando-o numa mansão em Constantinopla e confiscando seus bens após sua morte.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Eustácio era filho de Constantino Maleíno, um general sênior e governador do tema da Capadócia. A família Maleíno havia se tornado por esse tempo, principalmente através da estreita associação com a família Focas, uma das famílias mais importantes e influentes da aristocracia fundiária da Ásia Menor, que forneceu ao império muitos de seus generais.[1] Assim, Eustácio podia contar tanto com a considerável autoridade de sua família como com sua experiência em assuntos militares para assegurar um alto cargo. Tornou-se estratego do Tema de Licando, antes de seu primo, o imperador Nicéforo II Focas (r. 963–969), nomeá-lo, junto com seu posto original, como o primeiro governador bizantino (duque) de Antioquia após a cidade ser tomada pelo Império Bizantino em outubro de 969.[2][3][4] Cerca de um anos depois do assassinato de Nicéforo II em dezembro de 969, Maleíno foi transferido por seu sucessor, João I Tzimisces, (r. 969–976) para Tarso, na Cilícia, um posto que ainda mantinha em 976, quando o jovem Basílio II tornou-se imperador sênior.[5]
A ascensão de Basílio II ao governo imperial não foi bem aceita pela aristocracia militar, cujos membros, apoiados pelo exército, suas grandes propriedades e suas extensas redes de clientes, havia dominado o poder durante os trinta anos anteriores, quando Nicéforo Focas e João Tzimisces governavam como protetores nominais de Basílio e seu irmão mais novo, Constantino VIII.[6] Assim, logo após a morte de Tzimisces em janeiro de 976, seu principal apoiante, o doméstico das escolas Bardas Esclero foi declarado imperador. Maleíno, um adepto de Focas e por conseguinte adversário dos aliados de Tzimisces, manteve-se leal a Basílio. Embora não tenha conseguido evitar adequadamente a eclosão da rebelião de sua base original - a região à volta de Melitene através do Antitauro - e de ter sofrido uma pesada derrota frente aos rebeldes no final do verão de 976, Maleíno continuou a servir como um general leal até a supressão final da revolta em 979.[2][7][8]
Contudo, para conter com sucesso o rebelde, Basílio e seu importante ministro, o paracemomeno Basílio Lecapeno, foram forçados a chamar de volta do exílio o general Bardas Focas, o Jovem, o sobrinho do imperador Nicéforo II, em 978 e o nomearam comandante dos exércitos orientais. Após sua vitória sobre Esclero, Focas e seus adeptos começaram a conspirar para derrubar o imperador. O conflito não eclodiu imediatamente, mas ambos os lados estabeleceram aquilo que o historiador Mark Whittow considerou uma "guerra fria".[9] Em 985, o imperador agiu, começando por demitir ou demover uma série de generais orientais leais à família Focas: o próprio Bardas Focas foi rebaixado para duque de Antioquia e Eustácio Maleíno foi dispensado do exército. Em 986, todavia, após a humilhante derrota de Basílio contra os búlgaros na batalha da Porta de Trajano e o retorno de Esclero do exílio em Bagdá, o imperador foi forçado a renomear Bardas Focas como comandante-em-chefe do Oriente. Bardas logo atraiu ardilosamente Esclero para uma reunião e o prendeu, mas agora o conflito decisivo pelo trono era inevitável: em 15 de agosto ou 14 de setembro de 987, na casa de Maleíno no tema de Carsiano, os líderes reunidos das famílias aristocráticas proclamaram Focas como imperador.[2][10]
A rebelião de Focas espalhou-se rapidamente por toda a Anatólia. Finalmente Basílio, desesperadamente necessitado de tropas leais, concluiu uma aliança matrimonial com o Rússia de Quieve: em troca de sua irmã Ana Porfirogênita, Vladimir I de Quieve (r. 980–1015) enviou 6 000 varegues com os quais Basílio conseguiu subjugar a revolta, com o próprio Focas caindo em batalha.[11] À exceção de alguns ajudantes dos rebeldes, Basílio tratou de forma relativamente generosa os apoiantes dos Focas. Assim, apesar de ser um dos mais proeminentes adeptos de Focas, Maleíno foi autorizado a manter seu título cortesão de magistro e suas extensas propriedades (fontes árabes registram que uma delas se estendia de Claudiópolis, na Bitínia, até o rio Sangário, cobrindo cerca de 115 quilômetros quadrados).[2][12][13]
Em 995, quando o imperador Basílio II retornou de sua campanha contra o Califado Fatímida na Síria, ele ficou nas propriedades de Maleíno, que supriu suntuosamente, com seus próprios recursos, as necessidades da comitiva imperial e de todo o exército. Basílio, que ficou muito impressionado e alarmado pela demonstração de riqueza e poder, levou Maleíno consigo para Constantinopla como um refém virtual, e, em janeiro de 996, emitiu uma nova lei contra a apropriação ilegal de terras de aldeias comunais pela aristocracia fundiária, os então chamados dínatos ("os poderosos"), em uma tentativa de reduzir-lhes o poder. Confinado doravante à capital, Maleíno foi bem tratado, mas, nas palavras do cronista João Escilitzes, "fornecendo-o abundantemente de tudo o que precisava, Basílio prendeu Eustácio como se ele fosse um animal selvagem em uma gaiola". Após sua morte, suas propriedades e fortuna foram confiscados pelo imperador.[12][13][14][15]
Ver também
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Precedido por Criado |
Duque de Antioquia 969 |
Sucedido por Miguel Burtzes |
Referências
- ↑ Krsmanović 2003, Chapter 1.
- ↑ a b c d Krsmanović 2003, Chapter 5.
- ↑ Holmes 2005, p. 331-334.
- ↑ Whittow 1996, p. 354.
- ↑ Holmes 2005, p. 337.
- ↑ Whittow 1996, p. 359.
- ↑ Whittow 1996, p. 361-362.
- ↑ Holmes 2005, p. 341; 451.
- ↑ Whittow 1996, p. 363-366.
- ↑ Whittow 1996, p. 368-370.
- ↑ Whittow 1996, p. 370-373.
- ↑ a b Kazhdan 1991, p. 1276.
- ↑ a b Holmes 2005, p. 465-466.
- ↑ Whittow 1996, p. 378-380.
- ↑ Krsmanović 2003, Chapters 5 e 6.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Holmes, Catherine (2005). Basil II and the Governance of Empire (976–1025) (em inglês). Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-927968-5
- Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8
- Krsmanović, Bojana (2003). «Maleínos Family». Encyclopaedia of the Hellenic World, Asia Minor (em inglês). Atenas: Foundation of the Hellenic World. Consultado em 6 de novembro de 2013
- Whittow, Mark (1996). The Making of Byzantium, 600–1025 (em inglês). Berkeley e Los Angeles: University of California Press. ISBN 0-520-20496-4