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Fábio Rosa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Fábio Luiz de Oliveira Rosa (Porto Alegre, 1960) é um empreendedor social brasileiro cujas iniciativas têm como foco a eletrificação rural e o uso de fontes renováveis de energia. [1]

Formado em Agronomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 1982, com 22 anos, em visita à região de Palmares do Sul com um colega, conheceu o prefeito da cidade, Ney Cardoso Azevedo, que lhe ofereceu o cargo de Secretário da Agricultura do município recém emancipado. [2]

Eletrificação rural em Palmares do Sul

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Buscando maneiras de melhorar a vida na região, Rosa entrevistou moradores que notaram a contínua pressão econômica que impulsiona o êxodo rural. Rosa percebeu que os altos custos da água eram um obstáculo significativo para os produtores de arroz locais, e que reduzir esses custos poderia melhorar a produtividade e a riqueza do município. Para lidar com os altos custos da água, Rosa sugeriu expandir a eletrificação rural para permitir que mais agricultores abrissem seus próprios poços para irrigação, em vez de pagar taxas exorbitantes pelos direitos de água de terceiros. [3]

Na época, 70 por cento dos residentes rurais em Palmares estavam sem eletricidade. Rosa favoreceu a expansão do acesso à eletricidade por meio de um sistema de eletrificação monofásico barato desenvolvido pelo professor Ennio Amaral, da Escola Técnica Federal de Pelotas. [4] O uso de tecnologia monofásica reduziu os custos de distribuição de energia elétrica por família, de 7.000 para 400 dólares. Usando este sistema, Rosa instituiu um bem-sucedido projeto piloto, que durou de 1984 até 1988, quando Palmares do Sul elegeu um novo prefeito, que encerrou o programa. [5]

Em 1989, Rosa tonou-se bolsista da Ashoka Empreendedores Sociais e, usando fundos da organização, ontinuou seus esforços para expandir a eletrificação rural. Em 1990, junto com o colega Ricardo de Souza Mello, começou a trabalhar no projeto Pro Luz, com o objetivo de expandir o modelo Palmares para todo o Brasil. O programa teve sucesso e o governo brasileiro foi receptivo, oferecendo até uma linha de crédito dedicada para programas de eletrificação rural. No entanto, em 1992, problemas econômicos no país levaram o governo a reduzir seus gastos sociais. [6]

Em 1992, Rosa criou a Sistemas de Tecnologia Agroelectro (STA), com o objetivo de popularizar o uso de energia solar. Percebendo que a grande barreira crítica para a adoção desta forma de energia era seu alto custo, trabalhou para torná-la atraente para produtores rurais, combinando-a com a instalação de cercas elétricas, o que poderia ajudar a resolver os problemas de sobrepastoreio em várias regiões do Brasil. Em poucos anos, a STA instalou 700 sistemas de cercas movidos a energia solar e Fábio Rosa ganhou reconhecimento nacional como "líder no fornecimento de energia solar de baixo custo". [7]

Em 2001, Rosa deixou a STA para expandir seu trabalho através de uma organização sem fins lucrativos que ele fundou, o Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas e da Auto Sustentabilidade (IDEAAS). IDEAAS foi projetado para aproveitar a estrutura básica da STA e aplicá-la como um modelo sem fins lucrativos em áreas de baixa renda. [8]

Mais recentemente, a partir de pesquisa de mercado e consulta a especialistas, Rosa projetou duas empresas no ramo da tecnologia solar que passaram a funcionar em conjunto com a STA e o IDEAAS, respectivamente: The sun shines for all (TSSFA) e Projeto Quiron. A TSSFA é um empreendimento de energia solar com fins lucrativos administrado por meio da STA que aluga pacotes de eletrificação abrangentes, incluindo kits solares e tomadas para quem não tem acesso à rede. O Projeto Quiron é uma organização sem fins lucrativos do IDEEAS que visa melhorar o bem-estar da população rural pobre de maneira ambientalmente responsável por meio da eletrificação solar, melhor gestão agrícola e conservação. [9]

Referências

  1. READ, Stuart et alii: "Effectual entrepreneurship", ed. Routledge, 2010, p. 204
  2. BORNSTEIN, David: "How to change the world: social entrepreneurs and the power of new ideas", Oxford University Press, 2007, p. 21-38. ISBN 978-0-19-533476-0.
  3. «MUGICA, Yerina: "Distributed solar energy in Brazil", UNC Business School» (PDF). Consultado em 5 de novembro de 2020 
  4. «"O homem que deu a luz", revista Época, 2007». Consultado em 5 de novembro de 2020 
  5. BORNSTEIN, David: "Making the sun shine for all", in: Changemakers Journal, maio de 2003
  6. «HARISH, Aytha & GUPTA, Vivek: "Bridging the Electricity Divide in Brazil", in: HAMSCHMIDT, Jost & PIRSON, Michael Pirson: "Case studies in social entrepreneurship and sustainability", ed. Ashoka, 2007». Consultado em 5 de novembro de 2020 
  7. «"Energia solar no Brasil", Gerotech, junho de 2016». Consultado em 5 de novembro de 2020 
  8. «"Fundador da ONG IDEAAS conta sobre a realização dos projetos", saite Ecodesenvolvimento, julho de 2011». Consultado em 5 de novembro de 2020 
  9. «"Solar power changes lives in Brazil", abril de 2011». Consultado em 5 de novembro de 2020