Feira de Castro

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Feira de Castro

Praça do Mercado, onde é normalmente realizada a Feira de Castro. Ao fundo está a vila de Castro Verde, com a Basílica Real a destacar-se do casario.
Género Feira
Local Castro Verde
Período Terceiro fim-de-semana de Outubro
Primeira edição 1620 ou 1621
Idealizado por Câmara Municipal de Castro Verde
Página oficial Página oficial do Município de Castro Verde

A Feira de Castro é um evento económico e cultural organizado anualmente na vila de Castro Verde, na região do Baixo Alentejo, no Sul de Portugal. É considerada uma das mais antigas e importantes feiras tradicionais no Sul do país.[1]

Descrição e história[editar | editar código-fonte]

A feira realiza-se parcialmente em várias ruas principais de Castro Verde, e conta habitualmente com um programa cultural.[2] Ao longo da sua história foi regularmente organizada no terceiro fim-de-semana de Outubro, com uma duração variável.[1] Durante muitos anos manteve a duração de uma semana, embora algumas edições tenham chegado a atingir cerca de quinze dias.[1] Porém, na década de 2010 já estava praticamente restrita a dois ou três dias.[3] Este evento é considerado de grande importância para a região, sendo considerada, em 2015, como o principal evento deste tipo no Sul do país.[2] Por exemplo, a edição de 2008 reuniu milhares de pessoas, com origem no Alentejo, no Algarve e em Lisboa.[4] A nível municipal, tem um grande peso a nível económico, cultural e social,[2] tendo sido classificado por David Marques, vereador da Câmara de Castro Verde, como uma «das principais bandeiras do concelho».[3]

A feira foi instituída em 1620[2] ou 1621 pelo rei D. Filipe II, no sentido de gerar receitas para a construção da Igreja das Chagas do Salvador, durante um período de cerca de dois séculos.[5] A feira realizou-se com regularidade desde então, sempre no mesmo local.[2] Durante vários anos afirmou-se como a mais importante feira de gado na região, sendo habitualmente frequentada por grandes lavradores do Alentejo, que negociavam não só em gado mas também em tecidos para o Inverno, em instrumentos agrícolas e outras peças.[4] Nessa altura também era muito procurada pelos habitantes do interior do Algarve, que compravam na feira os bens que iriam necessitar durante o Inverno, e que não estavam à venda nas suas regiões.[4] Ao mesmo tempo, também foi ganhando uma grande relevância do ponto de vista cultural, sendo um local de reunião de cantadores de despique e baldão, instrumentistas que tocavam viola campaniça, e de poetas populares que vendiam pequenas obras, escritas pelos próprios.[4] Também era habitual a montagem de um circo durante a feira, e havia espaços próprios para a prática da prostituição.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c POLICARPO, Sandra (Novembro de 2011). «Adeus Ó Feira de Castro…» (PDF). O Campaniço (89). Castro Verde: Câmara Municipal de Castro Verde. p. 9. Consultado em 7 de Agosto de 2021 
  2. a b c d e «Feira de Castro momento alto do concelho». Rádio Voz da Planície. 15 de Outubro de 2015. Consultado em 2 de Julho de 2021 
  3. a b «Feira de Castro Verde "é ponto de encontro"». Rádio Pax. 18 de Outubro de 2019. Consultado em 2 de Julho de 2021 
  4. a b c d e JÚLIO, Carlos (Outubro de 2008). «Feira de Castro: A memória no presente» (PDF). O Campaniço (78). Castro Verde: Câmara Municipal de Castro Verde. p. 9. Consultado em 2 de Julho de 2021 
  5. «Castro Verde - Igreja de Nossa Senhora dos Remédios». Portal do Arqueólogo. Direcção Geral do Património Cultural. Consultado em 14 de Julho de 2021 

Leitura recomendada[editar | editar código-fonte]

  • FIGUEIRA, António Tito (2011). Imagens à Volta da Feira em 1960. Castro Verde: Câmara Municipal de Castro Verde 


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