Fitomelanina
Fitomelanina é a designação utilizada em botânica para designar a camada dura, resistente, de coloração acastanhada a negra,[1] que recobre o pericarpo das cipselas das plantas pertencentes às tribos Eupatorieae e Heliantheae da família Asteraceae e as bagas da espécies pertencentes à subfamília Asparagoideae da família Asparagaceae.
Descrição
[editar | editar código-fonte]A fitomelanina é uma massa orgânica, acelular, formada após a fecundação através do depósito de uma substância peculiar no espaço esquizógeno entre a zona da hipoderme a camada de fibras que forma a parede dos frutos em desenvolvimento.[1]
A substância apresenta uma excepcional resistência aos ácidos concentrados e aos álcalis, é insolúvel em água e em solventes orgânicos. Para além disso, é muito resistente à decomposição bacteriana, bem como à destruição por insectos.[1][2][3]
A natureza química da fitomelanina continua sem ser completamente conhecida, tendo sido descrita indistintamente como carbonácea,[4] resinosa,[5] taninífera e amorfa.[6] Alguns estudos recentes indicam que se trata de um álcool polivinílico, em lugar de um poliacetileno como se supunha previamente.[7]
Embora o termo «fitomelanina» se utilize também para designar o exsudado de coloração negra presente nas sementes de algumas plantas fora da família das asteráceas (por exemplo, muitos membros da ordem Asparagales), a sua natureza e similitude com a camada de fitomelanina das asteráceas não está clara.[8][9]
Notas
- ↑ a b c Pandey, A. K., Wilcox, L. W., Sack, F. D. and Stuessy, F., Am. J. Bot., 1989, 76, 739–746.
- ↑ Pandey, A. K. and Singh, A., Proc. Natl. Acad. Sci. India, 1994,64BI, 115–126.
- ↑ Pandey, A. K., J. Indian Bot. Soc., 1998, 77, 35–38.
- ↑ Kiewnick, L., Pflanzenkrankh. Pflanzenschutz, 1964, 71, 294–301.
- ↑ Putt, E. D., Sci. Agric., 1944, 25, 185–188.
- ↑ De Vries, Over de vorming van phytomelan bij Tagetes patula L. en enige andere Composieten, D. H. Buurman, Leiden, 1948.
- ↑ Hegnauer, R., in The Biology and Chemistry of the Compositae (eds Haywood, V. H., Harborne, J. B. and Turner, B. L.), Academic Press, London, 1977, pp. 285–335.
- ↑ Tremolieres, M. and Carbiener, R., Rev. Ecol. Terre vie, 1985, 40, 435–450.
- ↑ Wittich, P. E. and Graven, P., Protoplasma, 1998, 201, 221–230.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Pandey, Arun K.; Wilcox, Lee W.; Sack, Fred D.; Stuessy, Tod F. (maio de 1989). «Development of the Phytomelanin Layer in Fruits of Ageratum conyzoides (Compositae)». American Journal of Botany. 76 (5): 739–746. doi:10.2307/2444420
- Pandey, AK; Dhakal, MR (25 de abril de 2001). «Phytomelanin in Compositae» (PDF). Current Science. 80 (8): 933–940
- Pandey, Arun K.; Stuessy, Tod F.; Mathur, Roshni R. (1 de abril de 2014). «Phytomelanin and Systematics of the Heliantheae Alliance (Compositae)». Plant Diversity and Evolution. 131 (3): 145–165. doi:10.1127/1869-6155/2014/0131-0077