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Forte Waerdemburch

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Forte Waerdemburch
Forte Waerdemburch
Detalhe do Forte Waerdenburch (1665)
Construção (1631)
Aberto ao público Não

O Forte Waerdenburch[nota 1] localizava-se em uma ponta de terra na confluência do rio Beberibe com o rio Capibaribe, atual cidade do Recife, no litoral do estado de Pernambuco, no Brasil.

Existe divergência entre os estudiosos sobre esta fortificação, que no contexto da segunda das Invasões holandesas do Brasil (1630-1654) trocou sucessivamente de mãos entre os beligerantes. Mantendo como fio condutor a localização (uma ilha na confluência dos rios Biberibe e Capibaribe, posteriormente aterrada) e a estrutura arquitetônica (com planta no formato de um polígono quadrangular regular, com baluartes nos vértices), pode-se afirmar que a sua primitiva estrutura remonta a uma bateria de campanha na ilha da Asseca, erguida em fins de 1629 na iminência da invasão neerlandesa, com o nome de Casa da Asseca ou Bateria Asseca. Conquistada por forças neerladesas (1630), a partir de 1631 foi ampliada na forma de um polígono quadrangular regular, com baluartes nos vértices, recebendo o nome de Forte Waerdenbuch, uma homenagem ao Coronel Diederick van Waerdenburch, comandante das forças de terra neerlandesas no assalto a Olinda e Recife.

Maurício de Nassau, no seu "Breve Discurso" datado de 14 de Janeiro de 1638, sob o tópico "Fortificações", informa:

"Ao norte do [forte] Ernestus fica o forte Waerdenburgh em um terreno que avança a partir do continente; é quadrangular, mas a escassez de terreno não permitiu que tivesse mais de três baluartes, a saber, no norte, ocidente e oriente, faltando o do sul. Um fosso o separa da terra firme, está cercado de água e sofre forte embate do rio, pelo que se faz necessário conservá-lo dispendiosamente por meio de sapatas. Como não parece que este forte seja necessário, e se entende que basta um reduto para guardar aquele terreno, resolveu-se deixar que o rio o vá destruindo, e reduzi-lo à forma de um reduto."

O "Relatório sobre o estado das Capitanias conquistadas no Brasil", de autoria de Adriano do Dussen, datado de 4 de Abril de 1640, complementa:

"O forte Waerdenburch, situado no continente, próximo às Salinas e fronteiro ao Recife, ao noroeste, tinha sido a princípio um forte quadrangular fechado, com três baluartes, pois à falta de terreno firme do lado do Recife e Antônio Vaz, onde está situado, não foi possível construir-se o quarto baluarte. Se este forte, por qualquer infelicidade, viesse a ser perdido, pois está sujeito a um ataque, incomodaria muito o Recife e Antônio Vaz; por isto resolveu-se derrubar as cortinas que ficam em frente a esses lugares e deixar o forte aberto desse lado. Além disto foram transformados os três baluartes em três redutos fechados, bem mais altos que os antigos muros, permanecendo, entretanto, encerrados pelas cortinas primitivas, com o que se protegeu de ataques do exterior a sua praça interna. Nesses redutos estão 5 peçazinhas de bronze, 1 de 6 libras, 2 de 4 lb (ambas espanholas) e 2 bombardas de 3 lb."

BARLÉU (1974) transcreve e complementa a informação:

"O forte de Wardenburch jaz ao lado da terra firme, ao pé das salinas. Tinha outrora quatro pontas e agora é resguardado por três bastiões, por não permitir a natureza viciosa do terreno por-se-lhe o quarto. Julgando-se fosse acessível aos estratagemas dos inimigos, lançaram-se-lhe cortinas duplas e valor da banda por onde podiam entrar. Levantaram-se agora guaritas sobre os três bastiões, mais elevadas que as trincheiras, colocando-se nelas peças de bronze para afugentar o adversário." (op. cit., p. 142-143)
Mapa (1665) do Recife, Cidade Maurícia e fortificações no final do período holandês.

Figura nos mapas de Frans Post (1612-1680) da Ilha de Antônio Vaz (1637), e de Mauritiopolis (1645. Biblioteca Nacional do Brasil, Rio de Janeiro), e no mapa "A Cidade Maurícia em 1644", de Cornelis Golijath (in: BARLÉU, Gaspar. História dos feitos recentemente praticados no Brasil. Amsterdã, 1647).

Também denominado como Forte de Santo Antônio Novo, Forte Alternar, Vila Alternar, Forte das Três Pontas e Forte do Séqua, posteriormente a sua defesa foi complementada por uma bateria (Bateria do Forte Sequá) que lhe era fronteira pelo continente. Conquistado por forças portuguesas (16??), foi reocupado por forças neerlandesas após a retirada de Diogo Esteves Pinheiro que o comandava (20 de Abril de 1648), sendo reconquistado definitivamente por forças portuguesas no contexto da ofensiva final a Recife (17 de Janeiro de 1654).

Não há informações posteriores ao conflito sobre ambas as estruturas (forte e bateria). Tanto a fortificação quanto a ilha da Asseca, na qual se situava, desapareceram em virtude de aterro que ligou a ilha ao continente. BARRETTO (1958) informa que este forte se localizou próximo aonde se erguia, à época (1958), o Hospital Militar da 7ª Região Militar (op. cit., p. 140).

  • BARLÉU, Gaspar. História dos feitos recentemente praticados durante oito anos no Brasil. Belo Horizonte: Editora Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1974. 418 p. il.
  • BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368 p.
  • GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
  • MELLO, José Antônio Gonsalves de (ed.). Fontes para a História do Brasil Holandês (Vol. 1 - A Economia Açucareira). Recife: Parque Histórico Nacional dos Guararapes, 1981. 264p. tabelas.
  • PEDRO II, Imperador do Brasil. Viagem a Pernambuco em 1859. Recife: Arquivo Público Estadual, 1952, 156 p.
  • SOUSA, Augusto Fausto de. Fortificações no Brazil. RIHGB. Rio de Janeiro: Tomo XLVIII, Parte II, 1885. p. 5-140.

Notas

  1. Algumas bibliografias citam Waardenburg como outra grafia possível.[1]

Referências

  1. David Marley (2005). Historic Cities of the Americas: An Illustrated Encyclopedia. [S.l.]: ABC-CLIO. 1010 páginas. ISBN : 9781576070277 Verifique |isbn= (ajuda) 

Ligações externas

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