Fotografia no Uzbequistão

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Fotografia de Isfandiar Jurji Badur, de Quiva. Data provável: 1911

A fotografia no Uzbequistão começou a desenvolver-se a partir de 1882, quando o fotógrafo e professor Wilhelm Penner, um alemão do Volga, mudou-se para Quiva integrado à migração dos menonitas russos para a Ásia Central, liderada por Claas Epp, Jr. Após a sua chegada ao Canato de Quiva, Penner partilhou as técnicas fotográficas com o estudante usbeque Khudaibergen Divanov,[1] que depois se tornaria o fundador da fotografia no Usbequistão.[2]

As primeiras fotografias da Ásia Central foram feitas por Anton Murenko, fotógrafo russo que chegou com a missão diplomática russa em 1858.[3] As primeiras fotografias a cores da Ásia Central foram feitas por Sergei Prokudin-Gorski, um dos pioneiros da fotografia a cores.[4]

As fotografias de Khudaibergen Divanov eram únicas em termos de demonstração da transição histórica das nações da Ásia Central para a União soviética. Apesar do pioneirismo nesta nova forma de artes visuais com as suas fotografias documentais de cariz etnográfico, Khudaibergen Divanov foi reprimido pelo regime da União Soviética e executado em 1940.[5] Quando foi preso, grande parte do seu arquivo foi destruído pelas forças policiais, mas a família conseguiu preservar parte do espólio. Alguns dos seus trabalhos estão atualmente guardados no Arquivo Estatal Russo de Filmes e Fotografias Documentais em Krasnogorsk, Usbequistão.[6]

No período soviético muitos fotógrafos usbeques interessaram-se pela fotografia documental. Um dos mais proeminentes representantes da fotografia usbeque foi Max Penson, um fotojornalista que foi para o Usbequistão em 1915 e mostrou as transformações históricas, sociais, religiosas e políticas que ocorreram sob influência soviética através das suas fotografias, que revelam a educação de mulheres e crianças e a construção de projetos de grande escala como o Grande Canal de Fergana e muitos outros.[7] A sua fotografia intitulada "Madonna Usbeque" recebeu o Grande Prémio da Exposição Universal de 1937 em Paris.[8]

Em 1997, um edifício no centro de Tashkent, capital do país, construído em 1934 e que tinha sido usado para albergar o Museu de História e a Direção de Exposições de Arte, passou a acolher a Casa da Fotografia Usbeque. Em 2005, a Casa da Fotografia Usbeque foi incluída na Academia de Artes do Usbequistão.[9]

Panorama of Khiva (Uzbekistan)
Panorama da cidade de Quiva, Usbequistão, 2010.

Referências

  1. «Из истории фотоискусства Ташкента | San'at | Archive of San'at magazine». San'at (em russo). Академия Искусств Узбекистана. 1 de abril de 2009. Consultado em 22 de novembro de 2016 
  2. Walter Ratliff, "Pilgrims on the Silk Road: A Muslim-Christian Encounter in Khiva", Wipf and Stock Publishers, 2010
  3. John Hannavy, "Encyclopedia of nineteenth-century photography, Volume 1", CRC Press, 2008
  4. Dikovitskaya, Margaret. 2007. «Central Asia in Early Photographs: Russian Colonial Attitudes and Visual Culture» (PDF)  Slavic Eurasian Studies, no. 14: Empire, Islam, and Politics in Central Eurasia. Sapporo: Slavic Research Center. Acesso em 13 de novembro de 2010
  5. "125 years of Uzbek photography." Orexca. Acesso em 2010-11-12
  6. V Tashkente otkrylas' vystavka k 130-letiyu H.Divanova(em russo). Publicado em 13 de outubro de 2010; Acesso em 13 de novembro de 2010
  7. Website oficial de Max Penson. Acesso em 2010-11-12
  8. Close Up. Enter World Press Photo (em inglês). Acesso em 12 de novembro de 2010.
  9. Website oficial da Casa da Fotografia Usbeque[ligação inativa]. Acesso em 16 de novembro de 2010