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Francisco Furtado de Castro do Rio de Mendonça e Faro

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Francisco Furtado de Castro do Rio de Mendonça e Faro
Francisco Furtado de Castro do Rio de Mendonça e Faro
Litografia de 1828 do Conde de Barbacena em História do Cerco do Porto.
Nascimento 11 de dezembro de 1780
Lisboa
Morte 11 de março de 1854
Lisboa
Cidadania Reino de Portugal
Ocupação chefe militar

Francisco Furtado de Castro do Rio de Mendonça e Faro (Lisboa, 11 de dezembro de 1780 — Lisboa, 11 de março de 1854), 7.º visconde de Barbacena e 2.º conde de Barbacena, foi um fidalgo da Casa Real, 11.º senhor da vila de Barbacena.

Acompanhou o pai a Minas Gerais, assentou praça de soldado no regimento de cavalaria dessa capitania em 1789. Regressando ao reino em 1797, deu baixa do exército ultramarino, e alistou-se no regimento de cavalaria do Mecklemburgo, no qual foi colocado como alferes agregado. Em 1801 fez a campanha como capitão. Quando terminou a guerra matriculou-se na Academia do Fortificação, onde fez um curso distinto, alcançando prémios em todos os anos. Sendo estudante, foi encarregado dalgumas comissões especiais, sendo uma delas a do apropriar a ordenança da cavalaria.

Quando o general francês Jean-Andoche Junot dissolveu o exército português, ficou encarregado da organização e instrução de alguns regimentos de cavalaria do sul do reino, e na Guerra Peninsular tomou parte muito activa; no recontro de Majalahonda a 11 de agosto de 1812 ficou ferido. Levado prisioneiro a Madrid, recebeu ali acolhimento do estado-maior do rei José Bonaparte. Lord Wellington pediu e obteve que o oficial voltasse para o reino. Barbacena foi dos oficiais que mereceram elogios de Beresford.

Terminada a campanha, voltou a Portugal com o posto de coronel, e embarcou depois para o Rio de Janeiro, onde foi promovido a general, nomeado inspector da cavalaria da província, veador da Fazenda da rainha D. Carlota Joaquina, e comendador da Ordem de Cristo pelos serviços prestados na meta contra os franceses. No acto da aclamação de el-rei D. João VI de Portugal, em 1816, serviu de alferes-mor, foi elevado a conde e agraciado com a grã-cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição, e graduado em marechal de campo.

Em 1818 regressou a Portugal, e nos últimos dias de Agosto do 1820 foi encarregado pelos governadores do reino de comandar as forças que deviam combater a revolução liberal, que rebentara no Porto; como, porém, esse movimento tomou grandes proporções, estendendo-se pelas províncias, Barbacena, vendo que nada podia conseguir, pediu a exoneração do comando em que fora investido e recolheu-se à vida privada, conservando-se fora da política até à chegada do D. João VI a Lisboa, em Julho de 1821.

Nomeado ministro dos negócios estrangeiros, e sendo depois substituído por Silvestre Pinheiro Ferreira, ocupou novamente lugar de veador da rainha, até ao dia em que D. Carlota Joaquina foi deportada para o Ramalhão, depois dos sucessos políticos conhecidos pelo nome de Abrilada.

Nomeado em 10 de junho de 1823 chefe do estado-maior do infante D. Miguel, que na ocasião fora investido no comando em chefe do exército; conservando-se nesta comissão até Maio de 1824 quando, saindo do reino o infante, ficou extinto o comando em chefe, e a direção superior dos negócios militares passou para a secretaria da guerra.

Em Janeiro de 1825, sendo exonerado do cargo de ministro da guerra o conde de Subserra, foi Barbacena encarregado da pasta, que conservou até 1º de agosto de 1826, em que Saldanha o substituiu, pelo facto de se mostrar pouco afeiçoado à Carta Constitucional jurada no dia antecedente, 31.

Conservando-se fiel às ideias absolutistas, foi escolhido por D. Miguel, quando rebentou a revolução do Porto em 1828, para chefe do estado-maior general. Mais tarde, em vista dos revezes sofridos pelas tropas miguelistas, quando em Julho de 1838 veio para o Porto o general Bourmont, foi nomeado chefe do estado maior general em substituição de Barbacena, a quem conferiu a patente de marechal do exército.

Terminada a campanha, Barbacena pediu a demissão de oficial do exército, mantendo-se, porém, sempre fiel às suas crenças por que combatera no campo da batalha. No seu testamento deixou legado para a criação dum asilo para meninas desamparadas, na vila de Barbacena.

A 25 de agosto de 1854, cinco meses depois da sua morte, procedeu-se à trasladação do cadáver para o jazigo. Nas exéquias que então se celebraram, proferiu uma oração fúnebre Francisco Rafael da Silveira Malhão um dos mais distintos oradores sagrados do seu tempo.

O 2.º Conde de Barbacena, que não deixou descendência, foi o último deste título, desde então vacante.

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