Fílis e Aristóteles

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Têmpera e óleo sobre tela do século XVI de Giovanni Buonconsiglio.

Fílis e Aristóteles é um conto preventivo medieval sobre o triunfo de uma mulher sedutora, Fílis, sobre o intelecto masculino, representado pelo filósofo grego Aristóteles. É uma das várias histórias do Poder das Mulheres da época. Entre as primeiras versões está a obra francesa Lai d'Aristote de 1220.

A história da dominatrix e do famoso intelectual foi utilizada por artistas do século XII em diante em esculturas em pedra nas igrejas, painéis de madeira ou marfim, tecidos como tapeçarias, gravuras, pinturas a óleo, jarros de bronze e vitrais. Artistas que realizaram trabalhos sobre o tema incluem Hans Baldung, Albrecht Dürer, Lucas Cranach, Alessandro Turchi, entre outros.

História[editar | editar código-fonte]

De acordo com a lenda, o tutor de Alexandre, o Grande, Aristóteles, o aconselha a evitar Fílis para se concentrar em seus estudos e deveres reais. Fílis decide vingar-se de Aristóteles e acaba seduzindo o filósofo. Como prova de amor ela o obriga a ficar de quatro no chão do jardim para que ela desempenhe um papel de dominadora enquanto cavalga nas costas dele e o chicoteia. Alexandre, que já havia sido alertado por Fílis sobre o que iria acontecer, testemunha a humilhação de seu tutor, provando que os encantos de uma mulher podem superar até o intelecto do maior filósofo. Em algumas versões, Fílis é descrita como amante ou esposa de Alexandre, enquanto em outras ela é descrita como amante do rei, pai de Alexandre.[1][2][3]

Origem[editar | editar código-fonte]

O Museu do Louvre diz que a história originou-se em escritas do alemão Jacques de Vitry no século XIII.[4] A obra francesa Le Lai d'Aristote é conhecida de manuscritos datados de 1220, geralmente atribuídos pelos estudiosos a Henri d'Andeli ou Henri de Valenciennes.[5][6][7]

Em 1386, o poeta inglês John Gower incluiu um resumo da história em seu Confessio Amantis, uma coleção de histórias de amor imoral contadas em verso. Ela aparece no poema sobre Apolônio de Tiro, onde Gower conta que a lógica e os silogismos do filósofo não o salvam.[8] Também no século XIV, o Dominicano John Herold escreveu uma versão em latim do conto.[9] No século XV, foi destaque na comédia alemã Ain Spil van Maister Aristotiles (em português: "Uma Peça do Mestre Aristóteles").[4][10]

Galeria[editar | editar código-fonte]

Idade Média[editar | editar código-fonte]

Idade Moderna[editar | editar código-fonte]

Idade Contemporânea[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. «Aristotle and Phyllis». Art Institute of Chicago (em inglês) 
  2. Smith, Justin E. H. (2 de abril de 2013). «Phyllis Rides Aristotle» (em inglês) 
  3. Van Bryan (10 de março de 2014). «Aristotle Plays Horsey and Other Strange Tales». Classical Wisdom (em inglês) 
  4. a b «Phyllis and Aristotle: The Triumph of Seduction over Intellect». Museu do Louvre (em inglês) 
  5. Jeanne, Wathelet-Willem (1953). «Henri d'Andeli. Le Lai d'Aristote, publié d'après tous les manuscrits par Maurice Delbouille». Persée (em francês) 
  6. Zufferey F (2004). «Un problème de paternité: le cas d'Henri d'Andeli. II. Arguments linguistiques.». Revue de linguistique romane. 68: 57-78 
  7. Bratu, Mihai Cristian (2007). L'Emergence de l'auteur dans l'historiographie medievale en prose en langue francaise (em francês). [S.l.: s.n.] p. 103. ISBN 9780549257325 
  8.  «Gower, John». Dictionary of National Biography. Londres: Smith, Elder & Co. 1885–1900 
  9. Sarton, George (Maio de 1930). «Aristotle and Phyllis». Isis. 14 (1): 8-19. doi:10.1086/346483 
  10. Briski, Marija Javor (2004). Erotik, aus dem Dreck gezogen (em alemão). [S.l.]: Rodopi. p. 37-66. ISBN 90-420-1952-2