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Em 1969, um decreto papal posterior ao [[Concílio Vaticano II]] pôs fim à utilização do galero, como um ato de humildade da hierarquia da Igreja. Considerou-se que mediante a eliminação de tais insígnias elaboradas, o povo poderia se identificar melhor com seus líderes pastorais. Hoje em dia, só o [[solidéu]] vermelho e o [[Barrete (veste litúrgica)|barrete]] se colocam sobre as cabeças dos cardeais no consistório. Os cardeais de rito oriental têm o seu próprio chapéu distintivo.
Em 1969, um decreto papal posterior ao [[Concílio Vaticano II]] pôs fim à utilização do galero, como um ato de humildade da hierarquia da Igreja. Considerou-se que mediante a eliminação de tais insígnias elaboradas, o povo poderia se identificar melhor com seus líderes pastorais. Hoje em dia, só o [[solidéu]] vermelho e o [[Barrete (veste litúrgica)|barrete]] se colocam sobre as cabeças dos cardeais no consistório. Os cardeais de rito oriental têm o seu próprio chapéu distintivo.


== Actualidade ==
== Na atualidade ==
Actualmente, o galero caiu completamente em desuso, salvo em heráldica.
Atualmente o galero caiu completamente em desuso, salvo em heráldica.


No entanto, alguns cardeais continuam obtendo galeros privadamente para conservar a antiga cerimónia da suspensão do mesmo sobre suas tumbas. Segundo dita tradição, quando morria um cardeal, se pendurava seu galero sobre sua tumba, onde permanece até que fica reduzido a pó, simbolizando que toda a glória terrenal é passageira. Diz-se que quando cai, o alma do cardeal entrou no céu.
No entanto, alguns cardeais continuam obtendo galeros privadamente para conservar a antiga cerimónia da suspensão do mesmo sobre suas tumbas. Segundo a tradição, quando morria um cardeal, o seu galero era pendurado sobre o seu túmulo, onde permaneceria até que ficasse reduzido a pó, simbolizando que toda a glória terrena é passageira. Diz-se que quando cai, a alma do cardeal entrou no céu.


Também está permitido utilizar o [[chapéu Saturno]] como prenda para se proteger do Sol, fora dos serviços religiosos, com pequenas borlas isoladas sobre o asa, em número e cor equivalente ao do galero heráldico próprio de seu grau na [[Hierarquia católica|hierarquia]].
Também seria permitido utilizar o [[chapéu saturno]] para se proteger do Sol, fora dos serviços religiosos, com pequenas borlas isoladas sobre a asa, em número e cor equivalentes ao do galero heráldico próprio do grau na [[Hierarquia católica|hierarquia]].


== Referências ==
== Referências ==

Revisão das 00h37min de 1 de março de 2013


Galero cardinalício.

O galero (do latín galerum, pl. Galera) na Igreja Católica era um chapéu de asa larga usado pelo clero, com cordões terminados em borlas que ficavam sobre o peito. Tem sua origem nos chapéus de peregrino. Utiliza-se em heráldica eclesiástica desde o século XIV, substituindo às mitras nos escudos.

Origem

Durante séculos, o uso do galero estava limitado aos cardeais, como uma coroa que simbolizava o título de Príncipe da Igreja. O Papa Inocêncio IV foi o primeiro que impôs o galero vermelho aos cardeais em 1425, no Primeiro Concílio de Lyon. A tradição na Arquidiocese de Lyon era que a cor vermelha foi inspirado pelos chapéus vermelhos dos cânones de Lyon. Segundo Noonan, o Papa Inocêncio queria que seus favoritos fossem diferentes e reconocibles nas procissões do Concílio. O cardeal Jean Cholet utilizou seu galero para coroar a Charles de Valois em 1285 em Girona como Rei de Aragão durante a Cruzada Aragonesa, o que lhe valeu o apodo de "roi du Chapeau" ("rei do chapéu").

Heráldica eclesiástica

Ver artigo principal: Heráldica eclesiástica
Brasão de armas de um Cardeal.

Ainda que o uso do galero em heráldica era já comum desde o século XIV, foi Pio XI quem regulou definitivamente, mediante decreto o 21 de fevereiro de 1905, as cores e o número de borlas que correspondiam à cada grau dentro da hierarquia.

Para os abades, priores e superiores de ordens religiosas, admite-se substituir a cor negra pelo alvo.

Os presbíteros e diáconos, pelo geral, não utilizam brasão de armas, salvo que o utilizem por outras razões (por exemplo, o pertence a uma família com títulos nobiliárquicos); nesses casos, deverão timbrar o seu brasão com o galero correspondente.

Concílio Vaticano II

Quando se ordenava um cardeal, o Papa colocava um galero escarlate sobre a cabeça do novo cardeal no consistório; esta prática deu lugar à frase "receber o chapéu vermelho". Durante um consistório, o Papa colocava-o sobre a cabeça de cada um dos novos cardeais, entregando-lhes também um rolo onde está escrito o título que corresponde a cada novo cardeal.

Em 1969, um decreto papal posterior ao Concílio Vaticano II pôs fim à utilização do galero, como um ato de humildade da hierarquia da Igreja. Considerou-se que mediante a eliminação de tais insígnias elaboradas, o povo poderia se identificar melhor com seus líderes pastorais. Hoje em dia, só o solidéu vermelho e o barrete se colocam sobre as cabeças dos cardeais no consistório. Os cardeais de rito oriental têm o seu próprio chapéu distintivo.

Na atualidade

Atualmente o galero caiu completamente em desuso, salvo em heráldica.

No entanto, alguns cardeais continuam obtendo galeros privadamente para conservar a antiga cerimónia da suspensão do mesmo sobre suas tumbas. Segundo a tradição, quando morria um cardeal, o seu galero era pendurado sobre o seu túmulo, onde permaneceria até que ficasse reduzido a pó, simbolizando que toda a glória terrena é passageira. Diz-se que quando cai, a alma do cardeal entrou no céu.

Também seria permitido utilizar o chapéu saturno para se proteger do Sol, fora dos serviços religiosos, com pequenas borlas isoladas sobre a asa, em número e cor equivalentes ao do galero heráldico próprio do grau na hierarquia.

Referências