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Gardamana

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Gardamana (em armênio: Գարդման; romaniz.: Gardman), também conhecido como Gardemanque (Gardmankʼ) ou Gandemanazor (Gardmanadzor), foi um dos oito gavares (cantões) da antiga província de Otena no Reino da Armênia e simultaneamente, junto com o cantão de Ussanatace, um principado armênio.[1]

Na visão do historiador Robert H. Hewsen, o nome Gardamana pode ser de origem georgiana.[2] Muitos autores armênios contemporâneos se referiram a Gardamana como parte do ascar ('província, terra') de Orquistena.[3] Durante o reinado da dinastia arsácida (66–428), foi a sede dos nacarares de Otena. Por esta razão, Otena era às vezes chamado de Gardmants'vots' ishkhanut'yun, ou o principado dos gardamanos.[4] Foi adquirida pelo Reino da Albânia em 387 após a partição da Armênia pela Paz de Acilisena.[5] No século VII, a casa local de Gardamana foi substituída pela dinastia mirrânida (de origem parta),[6] que mais tarde se tornou a dinastia governante na Albânia. Durante o governo dos mirrânidas (séculos VII-VIII), a região de Otena passou a ser chamada de Gardamana.[4]

A região foi conquistada pelos árabes em 855. Historiadores armênios contemporâneos notaram repetidamente a presença de dois locais bem conhecidos em Gardamana: uma fortaleza chamada Guetabaque (na atual região azerbaijana de Gadabai) e uma mina de cobre.[3] Em 982, Gardamana e Farrisos, o distrito ao norte de Artsaque, tornaram-se o armênio Reino de Farrisos, que durou até 1017 e depois se tornou parte do Reino de Lorri. Em 1601, a família principesca de Melique-Xanazariã estabeleceu o Melicado de Gardamana. A família governante pertencia a um ramo da Casa de Khachen, e sua residência era na vila de Voscanapate (e por esse motivo, o pequeno estado era às vezes chamado de Melicado de Voscanapate).[5] Os direitos territoriais dos meliques foram confirmados depois que o Império Russo assumiu o controle da região no início do século XIX.[7]

Referências

  1. Hewsen 2001, p. 100–103, 118–121.
  2. Hewsen 2001, p. 58.
  3. a b Hakobyan 2007, p. 243–244.
  4. a b Ulubabyan 1977.
  5. a b Hewsen 2001, p. 119, 163.
  6. Bosworth 1986.
  7. Hakobyan 2007, p. 378.
  • Bosworth, C. E. (1986). «Arran». Enciclopédia Irânica Vol. II, Fasc. 5. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Colúmbia. pp. 520–522 
  • Hakobyan, Tadevos Kh. (2007). Hayastani patmakan ashkharhagrutʻyun. Erevã: Imprenda da Universidade Estadual de Erevã. pp. 243–244 
  • Hewsen, Robert H. (2001). Armenia: A historical Atlas. Chicago e Londres: The University of Chicago Press. ISBN 0-226-33228-4