Gary Plauché

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Gary Plauché
Nome Leon Gary Plauché
Data de nascimento 10 de novembro de 1945
Local de nascimento Baton Rouge, Luisiana, EUA
Data de morte 20 de outubro de 2014 (68 anos)
Local de morte Baton Rouge, Luisiana, EUA
Nacionalidade(s) Americano
Crime(s) Matar Jeff Doucet
Esposa(s) June
Filho(s) 4

Leon Gary Plauché (10 de novembro de 1945 - 20 de outubro de 2014) foi um homem americano conhecido por matar publicamente Jeff Doucet, um abusador de crianças que tinha raptado e estuprado Jody, filho de Plauché. A morte ocorreu a 16 de março de 1984 e foi capturado pela câmera de uma equipa de notícias local. Plauché foi sentenciado a sete anos de pena suspensa com cinco anos de liberdade condicional e 300 horas de serviço comunitário, não recebendo tempo de prisão. O caso recebeu ampla publicidade porque algumas pessoas questionaram se Plauché devia ter sido condenado por homicídio. Plauché afirmou que ele estava certo, e que qualquer pai numa posição semelhante teria tido a mesma ação.[1]

Rapto do filho por Doucet[editar | editar código-fonte]

Plauché, nativo de Baton Rouge, Luisiana, estava separado da sua esposa, June, na altura do tiroteio. Durante 1983/84, o seu filho de 11 anos Jody tinha aulas de karaté com um instrutor, Jeffrey Doucet de 25 anos. Sem os pais de Jody saberem, Doucet tinha andado a abusar sexualmente do rapaz à pelo menos um ano. A 14 de fevereiro de 1984, Doucet raptou Jody e levou-o para um motel em Anaheim, Califórnia, onde ele abusou sexualmente dele e o molestou. Jody, o foco de uma procura nacional, foi eventualmente encontrado depois de Doucet permitir ao rapaz fazer uma chamada a cobrar para a mãe a partir do motel.[2] A polícia da Califórnia invadiu o motel e prendeu Doucet a 29 de fevereiro sem incidentes.[3]

A 1 de março de 1984, Jody foi devolvido à sua família em Luisiana. Numa entrevista com uma equipa de notícias, Gary, tendo ouvido relatos de que Doucet tinha abusado sexualmente do seu filho, afirmou que se sentia impotente.[4]

Morte de Doucet por Plauché[editar | editar código-fonte]

A 16 de março de 1984, Doucet foi levado de volta para Luisiana para ir a tribunal. Ele chegou ao Aeroporto Metropolitano de Baton Rouge e foi levado algemado por polícias pela aeroporto à volta das 21h, onde Plauché estava à espera de Doucet.[4]

Um empregado afiliado local da ABC, WBRZ, tinha dito a Plauché quando Doucet chegava ao aeroporto.[5] Uma equipa de notícias da WBRZ estava à espera de Doucet e tinha preparado as câmeras para gravar a sua chegada. Do outro lado da equipa de notícias havia um banco de telefones públicos, onde Plauché esperou enquanto falava com o seu melhor amigo num dos telefones. Ele usou um boné de basebol e óculos de sol para que ninguém o reconhecesse.[4]

Enquanto Doucet era levado pelo aeroporto, ele passou pela equipa de notícias que estava a gravar a cena. Ele passou então por Plauché, que alvejou o lado direito da cabeça de Doucet à queima-roupa. Doucet caiu ao chão, sangrando da ferida perto da sua orelha direita. Plauché pousou o telefone antes de um polícia o segurar e lhe remover a arma da mão enquanto os outros assistiam a Doucet.[5] Os agentes que seguraram em Plauché reconheceram-no. Eles mantiveram-no contra o banco de telefones, perguntado-lhe, "Gary, porquê? Porquê, Gary?".[4] O incidente foi capturado numa cassete ENG. Doucet entrou em coma, e morreu do tiro no dia seguinte.[6][7]

Desfecho[editar | editar código-fonte]

Plauché foi inicialmente acusado de homicídio em segundo grau, mas aceitou um acordo no qual não contestou homicídio culposo. Ele foi sentenciado a sete anos de pena suspensa, com cinco anos de liberdade condicional e 300 horas de serviço comunitário, que completou em 1989.[8]

Relatórios psicológicos ajudaram o caso de Plauché depois de se descobrir que Doucet tinha abusado de Jody meses antes ao rapto. O psiquiatra Edward P. Uzee examinou Plauché e determinou que ele não conseguia distinguir a diferença entre certo e errado quando ele matou Doucet. A equipa de defesa de Plauché argumentou que ele foi levado a um estado psicótico temporariamente depois de descobrir o abuso do seu filho. Uzee também determinou que Doucet tinha a capacidade de manipular os outros e tirou vantagem do facto de que Plauché estava separado da sua mulher na altura, e conseguiu abrir caminho na família Plauché. O juíz Frank Saia determinou que mandar Plauché para a prisão não ia ajudar ninguém, e que havia virtualmente nenhum risco de ele cometer outro crime.[7]

O vídeo de Plauché a matar Doucet apareceu em vários programas televisivos e documentários, incluindo o shockumentary de 1994, Traces of Death II e o documentário de 2002 dirigido por Michael Moore, Bowling for Columbine. As imagens foram também publicadas no YouTube, onde o vídeo recebeu mais de 20 milhões de visualizações.[4] Um vídeo no Youtube foi tirado da série televisiva Anatomy of a Crime, que foi ao ar em 2001 na Court TV e produzida por John Langley, criador de COPS.[4]

Com 67 anos, Plauché deu uma entrevista onde afirmou que não se arrepende de matar Doucet e que o voltaria a fazer.[9]

Em agosto de 2019, o livro Porquê, Gary, Porquê?: A História de Jody Plauché" foi lançado por Jody.[10] Em 2024, Jody deu uma entrevista ao Mirror na qual disse que estava feliz com a sua vida e que via o seu pai como o "melhor pai de todo o sempre".[11]

Morte[editar | editar código-fonte]

Plauché teve um AVC em 2011.[3] Ele morreu em 2014 num lar depois de outro AVC, com 68 anos.[12]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Father of Kidnapped Son gets Revenge-1984 Remember those moments on TV?-Jeffrey Doucet bites the bullet | Toluna». web.archive.org. 22 de julho de 2011. Consultado em 9 de abril de 2024 
  2. «What Price Vengeance?A Louisiana Town Weighs the Issue In Slaying of Accused Kidnaper». Washington Post (em inglês). 25 de fevereiro de 2024. ISSN 0190-8286. Consultado em 9 de abril de 2024 
  3. a b «A father's justice». ESPN.com (em inglês). 10 de outubro de 2012. Consultado em 9 de abril de 2024 
  4. a b c d e f Father of Kidnapped Son gets Revenge, consultado em 9 de abril de 2024 
  5. a b Plauché, Jody (2019). "Why, Gary, Why?": The Jody Plauché Story (em inglês). [S.l.]: Inspired Forever Book Publishing 
  6. eFootage. «VICTIM'S FATHER SHOOTS ATTACKER - HD - Film & Video Stock». eFootage (em inglês). Consultado em 9 de abril de 2024 
  7. a b «Kidnapping Suspect Dead - NYTimes.com». web.archive.org. 16 de julho de 2014. Consultado em 9 de abril de 2024 
  8. «Judge suspends killer's sentence». news.google.com. Consultado em 9 de abril de 2024 
  9. «AROUND THE NATION; Man Sentenced in Killing Of Suspected Kidnapper - New York Times». web.archive.org. 11 de abril de 2010. Consultado em 9 de abril de 2024 
  10. Brodsky, Max (17 de setembro de 2013), E:60 "A Time To Kill" - Jody Plauche, consultado em 9 de abril de 2024 
  11. Hassel, Jeremiah (17 de março de 2024). «'My life is great 40 years after my dad killed my rapist on live TV'». The Mirror US (em inglês). Consultado em 9 de abril de 2024 
  12. «Family: Gary Plauche has died». web.archive.org. 5 de novembro de 2018. Consultado em 9 de abril de 2024