Gaudeamus igitur

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 Nota: Para a obra de Sêneca, veja De brevitate vitae.
Cartão postal com símbolos da vida estudantil alemã em 1898, em que se lê "Gaudeamus igitur"

De brevitate vitae (Sobre a brevidade da vida), mais conhecida como o Gaudeamus igitur, é uma canção que serve de Hino Universitário em todo o mundo, especialmente na Europa, frequentemente interpretada em cerimónias de graduação ou formaturas. Apesar desse uso formal, é um hino jocoso, alegre, que brinca com a vida universitária. A canção remonta a 1287. Situa-se dentro da tradição do carpe diem com suas exortações para aproveitar a vida.

Usada também como canção de libações etílicas, é ainda o hino oficial ou semi-oficial de inúmeras universidades e escolas, colégios, liceus e sociedades estudantis.

Conteúdo[editar | editar código-fonte]

A letra celebra a boémia da vida universitária mas, ao mesmo tempo, relembra que todos acabaremos por morrer. Contém referências irônicas e humorísticas e muitas das versões que foram conservadas revelam censuras que foram feitas para permitir a apresentação em cerimônias públicas. Os estudantes, de sua parte, conhecem e cantam versões, diga-se, mais "apimentadas".

Johannes Brahms cita o hino na secção final de sua "Abertura do Festival Acadêmico". Sigmund Romberg usou-o na opereta O príncipe estudante, ambientada na Universidade de Heidelberg.

Letra[editar | editar código-fonte]

Uma versão datada do século XVII é aqui registrada (C. W. Kindleben, 1781) com a tradução em português, verso a verso. A palavra antiburschius ("anti-estidantil") não existe em latim verdadeiro, foi inventada pelos estudantes da época com base na palavra alemã Bursche, "camarada de escola", "colega".

Latim Português
Gaudeamus igitur
Juvenes dum sumus.
Post jucundam juventutem
Post molestam senectutem
Nos habebit humus.
Alegremo-nos, portanto,
Enquanto somos jovens.
Depois de uma juventude prazenteira,
Depois de uma velhice doentia,
A terra nos terá.
Ubi sunt qui ante nos
In mundo fuere?
Vadite ad superos
Transite in inferos
Hos si vis videre.
Onde estão os que, antes de nós,
No mundo estiveram?
Procurem no Céu,
Mergulhem no Inferno,
Se os quiserem ver.
Vita nostra brevis est
Brevi finietur.
Venit mors velociter
Rapit nos atrociter
Nemini parcetur.
Nossa vida é breve,
Logo findará.
A morte vem rápida,
Arrebata-nos atrozmente
Sem ninguém poupar.
Vivat academia!
Vivant professores!
Vivat membrum quodlibet
Vivant membra quaelibet
Semper sint in flore.
Viva a academia!
Vivam os professores!
Viva cada estudante!
Vivam todos os estudantes!
Estejam sempre no ápice!
Vivant omnes virgines
Faciles, formosae.
Vivant et mulieres
Tenerae amabiles
Bonae laboriosae.
Vivam todas as virgens,
Fáceis e formosas!
E vivam também as matronas,
Ternas e amáveis,
Boas, laboriosas.
Vivat res publica
et qui illam regit.
Vivat nostra civitas,
Maecenatum caritas
Quae nos hic protegit.
Viva a comunidade (país, coisa pública)
E quem a governa!
Viva nossa cidade
E a caridade dos nossos patronos
Que aqui nos protegem!
Pereat tristitia,
Pereant osores.
Pereat diabolus,
Quivis antiburschius
Atque irrisores.
Morra a tristeza!
Morram os odientos!
Morra o diabo,
Os que são contra os estudantes
E os que zombam de nós!

Nota[editar | editar código-fonte]

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Gaudeamus igitur».

Ligações externas[editar | editar código-fonte]