Gennady Mikhasevich

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Gennady Mikhasevich
Nascimento 7 de abril de 1947
Ist (União Soviética)
Morte 19 de janeiro de 1988
Minsk (República Socialista Soviética da Bielorrússia)
Cidadania União Soviética
Ocupação assassino em série, violador
Causa da morte perfuração por arma de fogo, execução por tiro

Gennady Modestovich Mikhasevich (Bielorrússia, 1947-1988) foi um assassino soviético. Assassinou 33 mulheres durante o período de 1971 a 1985 em Vitebsk, Polotsk e nas zonas rurais circundantes à República Socialista Soviética da Bielorrússia.[1] 

Biografia[editar | editar código-fonte]

Gennady Mikhasevich nasceu na vila de Ist (Vitebsk) em 1947, e serviu no exército. Cometeu o seu primeiro assassinato a 14 de maio de 1971. Mais tarde, justificou que a vontade de matar começou depois de ter voltado do exército e descobrir que a namorada o tinha deixado e casado entretanto. Na noite de 14 de maio de 1971, estava a caminho de Vitebsk para Polotsk. Era tarde e por isso, não podia apanhar o autocarro para Polotsk onde os seus pais viviam. Mikhasevich disse que se sentia desanimado devido ao término da relação e que tinha preparado uma corda para se enforcar.

Contudo, acidentalmente conheceu uma jovem mulher na viagem. Decidiu matá-la, direcionando a sua raiva para ela. Voltou a matar em outubro de 1971, e estrangulou duas mulheres em 1972, perto de Vitebsk. Mikhasevich tirou um curso na escola técnica em Vitebsk em 1973 e voltou a Ist, começando a trabalhar numa quinta (sovkhoz). Casou-se em 1976. Entretanto, os assassinatos continuaram.

Muitas das mortes coincidem com rapto. Ou estrangulava as suas vítimas ou as sufocava, assaltando-as numa zona sozinha ou (durante alguns anos) atraindo-as para o seu carro (possuia um Zaporozec vermelho). Mikhasevich não tinha armas com ele, em vez disso usava armas improvisadas (por exemplo, um cordão do centeio). Para além de matar, ele roubava o dinheiro das suas vítimas e artigos valiosos (que por vezes dava à sua esposa como presente), e por vezes até mesmo artigos de casa como tesouras.

Noutra vertente, Gennady Mikhasevich era um bom homem de família, um abstémio, com dois filhos e um bom trabalhador. Era ainda membro do Partido Comunista da União Soviética e dos Voluntários de Drujina.

A investigação iniciou nos finais da década de 1980, quando o jovem investigador Nikolay Ignatovich convenceu-se que todas as mortes que estavam a acontecer perto das oficinas na região foram cometidas pela mesma pessoa, um assassino em série, e não assassinatos separados, como os investigadores, inicialmente, acharam. A polícia suspeitava ainda que o assassino usava um Zaporozec vermelho e começaram a pesquisar junto dos habitante de Oblast, quem tinha tal viatura. Mikhasevich foi um voluntário para procurar por ele mesmo, junto da polícia.

Isto permitiu que aprendesse os passos que os investigadores faziam a seguir. O ano de 1985 foi especialmente propenso para assassinatos: matou 12 mulheres nesse ano, sozinho.

Eventualmente, Mikhasevich, que começava a ficar preocupado, cometeu um erro fatal: de forma a atrasar a investigação, enviou uma carta anónima para o jornal local em nome de uma associação imaginária chamada "Patriotas de Vitebsk", supostamente chamando os seus amigos militantes para aumentar a necessidade de luta e de matar comunistas e mulheres lascivas. Quando deixou uma nota junto do corpo da sua vítima mais recente, novamente assinado com "Patriotas de Vitebsk" os investigadores viram que a letra era igual e começaram a compará-las com amostras de todos os residentes masculinos de Oblast. 

Ao verificarem 556000 amostras, os peritos detetaram que a amostra de Gennady Modestovich Mikhasevich tinha coincidido com as notas do assassino. Mais tarde na investigação, foi revelada uma nova prova, convencendo que Mikhasevich era, de fato, o culpado.

Foi finalmente preso em dezembro de 1985 e, apesar de ter inicialmente ter dito que era inocente, confessou depois e foi condenado à morte e executado em 1987. O seu caso ficou conhecido junto da URSS, porque revelou a incompetência da polícia e a corrupção das agências de autoridade: pela altura em que Mikhasevich foi finalmente preso, doze pessoas tinham sido condenadas pelos seus crimes e foram várias vezes forçados a confessar através de tortura.[2]

Referências

  1. TASS (4 de fevereiro de 1988). «Lesbicas sentam no colo de lordes dentro do parlamento;Execução». Diário de Pernambuco, ano 163, edição 34, página A15/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 13 de fevereiro de 2023 
  2. TASS (4 de fevereiro de 1988). «Russo executado». Correio de Notícias (PR), ano VII, edição 1999, página 13/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 13 de fevereiro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]