Goa Velha

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Índia

Goa Velha

 
Basílica do Bom Jesus, exemplo das antigas igrejas deixadas pelos portugueses na região.
Basílica do Bom Jesus, exemplo das antigas igrejas deixadas pelos portugueses na região.
Localização
Goa Velha está localizado em: Índia
Coordenadas 15° 25' 48" N 73° 52' 12" E
Território Goa
Distrito Goa Norte
Características geográficas
Área total 4 km²
População total (2011) 2 550 hab.
Densidade 637,5 hab./km²

Goa Velha (em inglês: Old Goa; em hindi: गोआ वेल्या; em concani: Vhoddlem Goem/ व्हॉडळें गॉय), também chamada de São Francisco Xavier de Goa, é uma cidade histórica no estado indiano de Goa, no distrito de Goa Norte, na parte norte da taluca de Tisuadi.

A cidade foi construída no Sultanato Bijapur no século XV, e serviu como capital da Índia Portuguesa a partir do século XVI até ao seu abandono no século XVIII.

Está fortemente conurbada com Pangim, a orbitando. Esta característica se explica pelo peso demográfico de Pangim, que tem mais de 100 mil habitantes, enquanto que Goa Velha possui uma população estimada em pouco mais de 5 mil habitantes.[1]

Apelidada de "Roma do Oriente",[1] é a capital cultural goesa, pois, dentre outras coisas, sedia a Sé de Santa Catarina da Arquidiocese de Goa e Damão e o Patriarcado das Índias Orientais.[2]

História[editar | editar código-fonte]

A cidade de Goa Velha foi fundada como porto de Govapuri (ou Gokapattana) pela dinastia Cadamba no século XI, nas margens do Zuari. Govapuri foi um dos principais portos do primeiro reino Cadamba e, posteriormente, do Reino de Bisnaga.

No século XV, uma série de guerras foram travadas entre os Sultanatos Decanos e Bisnaga pelo controle da região de Goa, tendo como resultado Govapuri ficando sob o controle do sultão Hidalcão, monarca do Sultanato de Bijapur. Govapuri foi devastada pelas guerras.

Além disso, o rio Zuari tinha começado a assorear, afastando-se do porto. Como resultado, os novos governantes da dinastia Adil Xá construíram um novo porto exatamente onde actualmente localiza-se a cidade de Goa Velha, ao norte, nas margens do rio Mandovi.[1] Goa Velha, então, tornou-se a segunda capital do Sultanato de Bijapur. Neste período, a cidade era cercada por um fosso e continha um palácio, as mesquitas e os templos do xá.

A cidade foi capturada pelos portugueses em 1510. Estes, fizeram da cidade a capital da Índia Portuguesa, e apelidou-se antigo porto de Govapuri, mais ao sul, como "Velha Goa".

Neste ínterim, no século XVI, a colônia portuguesa de Goa, e especialmente Goa Velha, foi o centro da cristianização do Oriente. A cidade tornou-se base evangelizada para todas as ordens religiosas católicas, uma vez que todas tinham ali a sua representação. A população era de aproximadamente 200.000 em 1543.

Epidemias de malária e cólera devastaram a cidade no século XVII e ela foi abandonada pela maioria da população, restando apenas 1.500 habitantes em 1775. Tal epidemia, inclusive, foi o estopim para que Portugal ordenasse a criação do primeiro curso superior de medicina fora da metrópole, o actual Colégio Médico de Goa (fundado em 1691), precursor do ensino superior nas colónias. A consequência deste período danoso, foi a transferência da residência do vice-rei da Índia Portuguesa, em 1759, para Pangim (à época ainda uma aldeia a cerca de 10 quilómetros a oeste).

Permaneceu, porém, como capital de jure das possessões portuguesas no subcontinente indiano até 1843, quando a capital foi legalmente transferida para Pangim.

A cidade abandonada passou a ser conhecida como "Goa Velha", para a distinguir da nova capital Nova Goa (Pangim) e, provavelmente, também "Velha Goa", que era o nome português para o antigo sítio de Govapuri.

Com o passar dos anos Goa Velha foi lentamente recuperando população e conseguiu manter certa influência graças as missões católicas, que permaneceram com base ali.

Em 1961 foi incorporado na Índia, juntamente com o resto de Goa.[3]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Numa definição mais estrita, a cidade está situada inteiramente na ilha de Tisuadi, na margem sul do rio Mandovi, defronte a ilha Divar. Nesta definição, seu pequeno território limita-se entre o referido rio (ao norte) e a Rodovia Estadual 748 (ao sul), estendendo-se do leste, no canal de Cumbarjem (ou Cumbarjua), ao oeste, no rio Ourém.[1] Numa definição mais ampla, além do núcleo centralizado da definição mais estreita, a cidade inclui as ilhas Divar, Capão, Chorão, Santo Estêvão e Cumbarjua - dada a ligação histórica dessas ilhas com o cristianismo -, além de Agaçaim, de Carambolim, das planícies salares de Curca e Talaulim, das planícies úmidas de Banastari-Dhado, do lago Batim e da antiga Govapuri (também chamada de Velha Goa), cruzando a parte oriental da ilha de Tisuadi de norte a sul, com Pangim ficando restrita a oeste.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e Castro, Bernardo do Valle de. «Goa - "Roma do Oriente"». Índia Portuguesa. Consultado em 7 de maio de 2021 
  2. Patriarchate of East Indies. Catholic Hierarchy.
  3. José Hermano Saraiva (21 de dezembro de 1986). «Velha Goa». RTP Arquivos 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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