Hérnia abdominal: diferenças entre revisões

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2)Hérnia - Sintomas. Dr. Drauzio Varella. Disponível em: <http://www.drauziovarella.com.br/arquivo/arquivo.asp?doe_id=33>

Revisão das 18h40min de 31 de dezembro de 2009

Hérnia é, por definição, ruptura; protrusão de um órgão ou parte de um órgão ou de uma estrutura através da parede da cavidade que normalmente o contém. As hérnias abdominais caracterizam-se pelo defeito congênito ou adquirido de camadas da parede abdominal que permitem a protrusão de conteúdo intra-abdominal por entre as camadas, podendo gerar abaulamentos na silhueta do abdome. Difere da evisceração, porque, naquele caso, a abertura da parede abdominal é completa, com total exposição dos órgãos abdominais.

Tipos

As hérnias abdominais são classificadas de acordo com a sua localização e origem. Os tipos mais comuns são as hérnias inguinais, as umbilicais, as epigástricas e as incisionais.

Hérnia inguinal

Ver artigo principal: Hérnia inguinal

As hérnias inguinais são aquelas que ocorrem na região da virilha, e correspondem a 75% de todas as hérnias abdominais. Este tipo de hérnia é 25 vezes mais comum em homens do que em mulheres. São divididas em diretas e indiretas (mais comuns). As hérnias inguinais diretas são as decorrentes da fraqueza da parede do canal inguinal, e são mais comuns em pessoas mais velhas e que se submetem a um grande esforço abdominal (profissionais, esporte, tosse crônica, constipação, obesidade). As hérnias inguinais indiretas ocorrem devido a uma falha congênita da região inguinal, e por isso são mais comuns em crianças e adultos jovens.

O paciente com hérnia inguinal se queixa de abaulamento nesta região, com dor discreta associada, que piora com o esforço abdominal (tosse, evacuação, exercício, levantar objetos pesados). Ao exame, o médico percebe o abaulamento da região inguinal, que fica mais evidente quando o paciente aumenta a pressão abdominal por solicitação do médico. A diferenciação do tipo de hérnia inguinal, direta ou indireta, não tem importância no momento da consulta, porque o tratamento é semelhante para os dois tipos.

O tratamento das hérnias inguinais é cirúrgico.

Hérnia Umbilical e Epigástrica

Ver artigo principal: Hérnia umbilical

A hérnia umbilical é causada por um defeito no fechamento da cicatriz umbilical, que pode ser congênito ou adquirido durante a vida. Nas crianças, em geral a hérnia umbilical se fecha até os dois anos, mas caso persista até os cinco anos, será necessário o tratamento cirúrgico. O exame abdominal revela a presença de abaulamento umbilical, principalmente quando o paciente faz força com o abdome. O tratamento é simples, e consiste na sutura do defeito umbilical. SINTOMAS: Quando pequenas, as hérnias podem não apresentar sinais externos além do inchaço na área por ela afetada. No entanto, se a abertura no tecido muscular e a protusão aumentarem, a dor pode ser contínua ou intermitente e sua tendência é agravar-se com atividades que pressionem a parte inferior do abdome, como esforço para evacuar, tossir, levantar peso ou, ainda, se a pessoa permanecer em pé por período prolongado. A hérnia pode manifestar-se num momento, desaparecer espontaneamente e voltar a manifestar-se de novo. Às vezes, porém, ficam estranguladas, isto é, as alças intestinais não retornam à posição normal. Quando isso acontece, há um bloqueio da circulação sanguínea na parte do tecido em que ocorreu a protusão. Nesse caso, além da dor, surgem náuseas e vômitos. Na presença desses sintomas, procure imediatamente assistência médica.


Ver artigo principal: Hérnia epigástrica

As hérnias epigástricas são as que acometem a linha mediana do abdome, tanto acima (mais comum) quanto abaixo da cicatriz umbilical. Também se caracterizam por abaulamento da região abdominal, e são tratadas com sutura do orifício herniário.

As hérnias umbilicais e epigástricas apresentam baixo índice de recidiva.

Hérnias incisionais

As hérnias incisionais ocorrem em locais do abdomén que já foram submetidos a uma incisão cirúrgica, e são resultantes da cicatrização inadequada dessas incisões. Este tipo de hérnia tem como característica apresentar altos índices de recidiva e de complicações. Os principais fatores que levam ao desenvolvimento de hérnias incisionais são: a infecção da ferida cirúrgica no pós-operatório, a obesidade, o tratamento com corticóides e quimioterapia, complicações respiratórias (tosse) no pós-operatório, má nutrição e idade avançada.

Nas hérnias incisionais pequenas, o tratamento pode ser realizado apenas com a sutura simples do defeito da parede abdominal(herniorrafia). No entanto, nos casos de grandes hérnias incisionais, há a necessidade de colocação de uma rede propria, que é reabsorvida e serve para reforço da aponevrose. Nos pacientes obesos, a colocação da rede por via laparoscópica (por dentro do abdomén) pode apresentar vantagens.

Complicações

As maiores complicações das hérnias abdominais são o encarceramento e o estrangulamento. O encarceramento é a manutenção de partes do conteúdo abdominal no saco herniário, ou seja, fora da cavidade abdominal, sem retorno deste conteúdo para o seu lugar correto. No estrangulamento, além do encarceramento, há o sofrimento do intestino ou de qualquer outra estrutura dentro do saco herniário, devido à compressão dos vasos sanguíneos, com consequente redução ou impedimento à circulação sanguínea . O encarceramento é uma urgência, e a cirurgia para o tratamento da hérnia deve ser realizada o mais rápido possível.

1) Stedman dicionário médico. - 23 ed - Rio de Janeiro; Guanabara Koogan, 1987 ISBN 85-226-0224-7

2)Hérnia - Sintomas. Dr. Drauzio Varella. Disponível em: <http://www.drauziovarella.com.br/arquivo/arquivo.asp?doe_id=33>