Haydée Jayme Ferreira
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Haydée Jayme Ferreira (Anápolis, 26 de junho de 1926 - Anápolis, 2 de janeiro de 1999), foi professora, escritora, historiadora e jornalista brasileira.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Haydée Jayme foi filha de Jarbas Jayme, historiador e genealogista, e de Maria Dinah Crispim Jayme, uma cantora lírica e poetisa. Casou-se com Odir da Costa Ferreira no ano de 1947, com quem teve os filhos Leandro, Leonardo e Lúcia da Costa Ferreira.
Fez seus primeiros estudos no Colégio Auxilium de Anápolis, onde cursou o ensino primário e o ginasial. Formou-se professora na cidade de Bonfim, atualmente Silvânia, onde concluiu o ensino normal no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora com as irmãs Salesianas[1].
Educação[editar | editar código-fonte]
Haydée Jayme, segundo o relato da pesquisadora Diane Valdez[1], gostava do título de professora, “educadora brasileira” ou “educadora anapolina” e fazia questão de ser chamada assim em público e em documentos. Foi diretora e professora do ensino primário em Anápolis no Grupo Escolar Antensina Santana.
Trabalhou pela implantação da merenda escolar (“sopa das crianças”), junto ao Conselho Municipal de Educação e Assistência Social. Em 1944 Haydée Jayme fez um curso intensivo de Assistência Social, em São Paulo, no Colégio Santo Agostinho (Des Oiseaux), o que a levou a algumas atividades na área social.
Além do Grupo Escolar Antensina Santana, a professora organizava mutirões para a reforma das escolas isoladas da cidade, como a Escola Isolada de Corumbá, Escola Isolada da Vila Góis e a reforma do muro do Grupo Escolar Municipal Padre Casteli em 1950.
Cultura[editar | editar código-fonte]
Outras áreas também receberam a contribuição da professora Haydée, uma delas foi no segmento da cultura. Por meio de uma parceria com o governo inglês e estadunidense, juntamente com o médico fundador do primeiro hospital da cidade, James Fanstone, Haydée coordenava feiras culturais no município, tornando a cidade conhecida mundialmente. O nome “Manchester Goiana” teve grande contribuição da educadora, que colocou a cidade no fluxo cultural daquela época[1].
O livro "Anápolis, sua vida, seu povo"[editar | editar código-fonte]
A partir de 1972, quando ficou viúva, Haydée Jayme, voltou sua atenção para a vida política da cidade e passou a escrever sobre as vivências do povo anapolino. Publicou então, em 1981, sua obra mais citada em trabalhos acadêmicos, “Anápolis, sua vida, seu povo[2]”. Editado pelo Centro Gráfico do Senado Federal, em 1981, o livro está esgotado, sendo encontrado somente em sebos, como a Estante Virtual.
O livro, que aborda os aspectos socioculturais dos habitantes da cidade, foi prefaciado pelo advogado e ex-Prefeito do Município Adhahyl Lourenço Dias. Narra aspectos interessantes, como os nomes e dados de figuras importantes da cidade de Anápolis, falecidas entre o ano de 1907 e 1954, conta também com uma coletânea de fotos da cidade, a Igreja Santana, o Grupo Escolar Antensina Santana, praças etc.
Seu livro, segundo a jornalista Letícia Jury, foi considerado pela própria professora como seu legado final e constitui hoje uma importante fonte de pesquisa para estudiosos e interessados pela história de Anápolis[3].
"É a obra mais citada por pesquisadores, estudantes e historiadores em seus trabalhos acadêmicos sobre o município".
A título de exemplo, vamos ver que a Província do Santíssimo Nome de Jesus do Brasil, comunidade religiosa católica dirigida pelos frades franciscanos (Ordem dos Frades Menores), cita, em sua página na Wikipedia, o livro da escritora anapolina.
Um outro exemplo de citação acadêmica é o trabalho da professora Sandra Elaine Aires de Abreu - As fontes de pesquisa e a escrita da história da educação em Goiás. O Grupo Escolar Antesina Santana de Anápolis. -, publicado na Revista Educativa (Goiânia, v. 17, n. 2, p. 520-542, jul./dez. 2015)[4]
E ainda o trabalho apresentado no VII Seminário Internacional História e História: escrita da História e políticas da memória, realizado no período de 06 a 08 de março de 2024, na Universidade Federal do Ceará, o autor Lucas Gabriel Corrêa Vargas abordou o tema “A representação da História urbana de Anápolis. Uma leitura partir das narrativas memorialistas”, que menciona o nome da historiadora Haydée Jayme Ferreira como uma das referências para a leitura historiográfica da cidade.
Diz o texto de apresentação do trabalho:
Neste sentido, este trabalho tem por intenção, a partir da leitura das narrativas historiográficas memorialistas na cidade de Anápolis, realizar uma análise da representação do processo de urbanização da cidade de 1930 a 1970. Dentre os autores utilizados como fonte principal para esta leitura será dado destaque a quatro deles, pelo esforço com que atuaram para a sistematização do conhecimento da história anapolina, e por registrarem o recorte temporal adotado, garantido que houvesse pontos de partidas mais seguros para uma leitura historiográfica. São eles: Francisco Lopes de Azeredo Filho, João Luiz de Oliveira, Humberto Borges Crispim e Haydée Jayme Ferreira, autores das obras Dados Geográficos e Históricos do Município de Anápolis (1938), A Revista A Cinquentenária (1957), História de Anápolis (1975) e Anápolis, sua vida, seu povo (1979), respectivamente[5].
Outros livros[editar | editar código-fonte]
Outras obras da escritora Haydée Jayme são os livros:
- Nuanças de Mim (1987)
- Fogo no Bambual (1988)
- Canto do Cisne (1996)
Jornalismo[editar | editar código-fonte]
Como jornalista figurou em páginas de diversos periódicos anapolinos e goianos, com artigos de interesse histórico, social e político, ao longo de várias décadas em que escreveu para “O Anápolis”, “Gazeta Popular”, “A Imprensa”, “Folha de Goiaz”, “Correio do Planalto”, “O Popular”, “Imagem Atual” e outros.
Na justificativa do projeto de lei que dá o nome da escritora a um viaduto na BR 153, o autor da propositura, Deputado Rubens Otoni, discorre sobre o trabalho jornalístico de Haydée Jayme[6]:
De 1966 a 1969 assinou, no Jornal O Anápolis, a coluna Umas e Outras. Trabalhou dois anos no Jornal Correio do Planalto, onde, além das colunas assinadas "Umas e Outras" (política) e "Mosaicos" (biográfica), fazia reportagens, entrevistas e até matéria policial. Colaborou com os jornais O Popular, Folha de Goiás, Diário da Manhã, O Educacional, Tribuna de Silvânia, Gazeta Popular, Revista Imagem Atual e fez parte do Conselho de Redação da Gazeta Cultural.
Homenagens[editar | editar código-fonte]
A escritora, ao longo de sua carreira, recebeu algumas homenagens. Em 1992, aos 66 anos, recebeu da Associação Goiana de Imprensa (AGI), o diploma Mérito da Goianidade, maior honraria a época da instituição[7].Na literatura foi classificada no I Concurso de Poesias Modernas, passando a integrar a antologia “Anápolis em Tempo de Poesia".
Por proposta do Deputado Rubens Otoni (PT/GO), tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei PL 394/2007, que atribui ao viaduto construído no quilômetro 435,55 da rodovia BR-153, que dá acesso à BR-414, no município de Anápolis, o nome de "Viaduto Professora Haidée Jayme Ferreira".
Outro reconhecimento foi a instituição, pela Prefeitura de Anápolis, da Medalha de Distinção de Mérito Haydée Jayme Ferreira, outorgada anualmente a mulheres que se destacam com o seu trabalho em favor da cidade[8].
Outras homenagens estão registradas na justificativa do projeto de lei que dá o nome da escritora a um viaduto na BR 153[6]:
- Figurou nos livros LETRAS ANAPOLINAS, do escritor Mário Ribeiro Martins, e ANÁLISES E CONCLUSÕES, de Nely Alves de Almeida, ambos da Academia Goiana de Letras.
- Em 1981 recebeu diploma concedido pelo jornal Folha de Goiás, pelo trabalho intitulado “Vida e Obra do Dr. James Fanstone”..
- Diploma de Destaque Literário do ano de 1987, concedido pela Gazeta Popular.
- Diploma concedido pela Academia Petropolitana de Poesia "Raul de Leoni", em 1988.
- Ocupou o cargo de Chefe do Museu Histórico de Anápolis.
Referências
- ↑ a b c VALDEZ, Diane (2017). Dicionário de Educadores e Educadoras em Goiás:- Séculos XVIII - XXI (PDF). Goiânia: Editora Imprensa Universitária (UFG). p. 261. ISBN 9788593380303
- ↑ Jota (31 de março de 2024). «'A cidade de Ana : Anápolis' [Capítulo XXI – ALGUNS VULTOS ANAPOLINOS». Jornal Cidade. Consultado em 16 de junho de 2024
- ↑ JURY, Letícia (3 de julho de 2023). «A escritora e jornalista que criou a identidade da cidade de Anápolis». Diário da Manha - DM Anápolis. Consultado em 16 de junho de 2024
- ↑ ABREI, Sandra Elaine Aires (2015). «As fontes de pesquisa e a escrita da história da educação em Goiás, O Grupo Escolar Antesina Santana de Anápolis». Educativa - Rvista de Educação - PUC/GO. Consultado em 16 de junho de 2024
- ↑ «A representação da História urbana de Anápolis. Uma leitura partir das narrativas memorialistas – VII Seminário Internacional História e Historiografia». Consultado em 18 de junho de 2024
- ↑ a b «Portal da Câmara dos Deputados». www.camara.leg.br. Consultado em 16 de junho de 2024
- ↑ Manhã, Diario da (15 de junho de 2015). «Mérito da goianidade | Diario da Manhã». Diário da manhã. Consultado em 16 de junho de 2024
- ↑ Redação (14 de março de 2014). «Prefeitura de Anápolis entrega Medalha Haydée Jayme Ferreira». Contexto. Consultado em 16 de junho de 2024