Hōjō Shigetoki

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Hōjō Shigetoki
Nascimento 11 de julho de 1198
Morte 26 de novembro de 1261
Progenitores
Filho(a)(s) Hōjō Tokitsugu, Hōjō Nagatoki, Hōjō Tokishige, Kasai-dono, Hōjō Naritoki, Hōjō Yoshimasa, Hōjō Tadatoki
Irmão(ã)(s) Take-dono, Hōjō Yasutoki, Hōjō Tomotoki, Hōjō Aritoki, Hōjō Masamura, Hōjō Saneyasu
Ocupação escritor, político

Hōjō Shigetoki ( 北条重時 ? , 11 de julho de 119826 de novembro de 1261) foi um samurai japonês do Período Kamakura da História do Japão . Ele foi o terceiro Rokuhara Tandai (Kitakata) , servindo de 1230 a 1247. [1] Ficou conhecido após sua morte como Senhor de Gokurakuji ( 极楽寺殿 Gokurakuji-dono?) uma referência ao nome da residência onde vivia. [2] Seus escritos influenciaram mais tarde a filosofia samurai. [3]

Bakufu Kamakura[editar | editar código-fonte]

A carreira de Shigetoki começou aos 21 anos de idade, em 1219 quando participou da guarda de honra que levou o infante Mitora (que mais tarde se tornaria o Xogun Yoritsune) de Quioto para Kamakura [4]. Nessa época era conhecido com o nome de Mutsu Samburo ( 陆奥三郎 ? , "o terceiro filho do Kenkai [governador] da província de Mutsu" , Hōjō Yoshitoki). Neste mesmo ano, tornou-se o Bettō (chefe) do recém formado Samurai-dokoro. Serviu também como porta-espada do jovem Xogun Yoritsune durante seus passeios. Não participou da Guerra Jōkyū.

Em 13 de outubro de 1223 Shigetoki foi nomeado Capitão dos guarda-costas shogunais (kinjūban) até 1230. Concomitantemente de 1224 a 1230 serviu também como auxiliar do Shikken Hōjō Yasutoki, após a maioridade de Yoritsune. [5]

Durante o reinado de Go-Toba , foi nomeado pela primeira vez para a corte como shuri gon no suke (funcionário da chancelaria no Daijō-kan). [6] Mas o mais importante eram suas posições como kami (governador) em províncias que o Bakufu lhe atribuiu. A primeira foi a província de Suruga (1223). No ano seguinte, quando seu irmão Hōjō Yasutoki tornou-se shikken, também foi nomeado shugo da província de Shinano. Esta posição que manteve após a sua nomeação como Tandai , seus descendentes ocuparam este cargo por várias gerações. [7]

Tandai em Quioto[editar | editar código-fonte]

Em 19 de fevereiro de 1230 Yasutoki decidiu que seu irmão, já tinha adquirido um bom conhecimento sobre as questões administrativas, e resolveu nomeá-lo para o comando do Rokuhara Tandai em Quioto. Entre suas responsabilidades estava incluído o policiamento da capital para suprimir bandoas de ladrões. Em 1241, o Tandai assumiu a investigação de casos de homicídios na capital, que antes era uma tarefa da Polícia do Imperador, isso demostrou o aumento do poder do Bakufu. [8] Em 1242 Hōjō Tokimori demitiu-se do cargo de minamikata e Shigetoki assumiu ambos os cargos até o 1247. [1]

Com a seca que ocorreu em todo o país entre 1229 e 1232 e a consequente fome que se espalhou, Shigetoki passou a responder pela proteção do fluxo de alimentos para capital tendo de enfrentar saques de alimentos da população que eram protegidas pelos monges Sohei rebeldes do Monte Koya entre 1233 e 1236. [9]

Enquanto se tornava conhecido como bom administrador no Tandai seu patrimônio foi crescendo, em 1231 tornara-se shugo da província de Wakasa e em 1237, da província de Sagami, que era administrada pelo clã Miura. Em documentos da época ele passou a ser conhecido como Sagami no kami. [10] Em 1238 foi promovido a Shōgoi (funcionário de quinto escalão pleno), em uma audiência privada com o próprio imperador Shijo. Suas relações com a Corte eram boas em Quioto, Shigetoki liderou a criação de delegacias de polícia e um sistema de iluminação noturna.

Na disputa da sucessão ocorrida com a morte do imperador Shijo em 1242 Shigetoki parece não ter sido ativo, no entanto, apoiou o futuro imperador Go-Saga (r. 1243-1246), que era também apoiado pelo Bakufu. Ele foi muito mais ativo na questões da sucessão do Xogun, quando forçou a renúncia de Yoritsune em favor do filho deste Yoritsugu. Yoritsune foi mantido sob controle após ter deixado o xogunato e mantido como "hóspede" em uma residência do Tandai. [11]

Em 05 de julho de 1247 Shigetoki foi obrigado a intervir na chamada Guerra Miura (também conhecida como Hōji gassen), onde o Clã Miura se rebelou em favor do Xogun deposto Yoritsune e foi praticamente dizimado juntamente com seus seguidores no oeste do Japão. [12] [13]

Rensho[editar | editar código-fonte]

Imediatamente após a conclusão com êxito a missão de derrotar o Clã Miura, Shigetoki foi nomeado Rensho ( 连署 ) em 17 de junho de 1247, um cargo que estava vago desde 1240. Sua nomeação fortaleceu ainda mais a posição da família no Conselho do Xogunato (Hyōjōshū). No Rokuhara Tandai foi sucedido por seu filho Nagatoki. [14] Nesta época Shigetoki foi tutor de Yoritsugu, quando este tinha 10 anos.

No final de 1251 veio à tona outra conspiração contra o Bakufu , e as provas recaíram novamente contra Yoritsune; Hōjō Tokiyori aproveitou a oportunidade para derrubar Yoritsugu substituído pelo Príncipe Munetaka, filho do Imperador Go-Saga [15]. Com a posse de Príncipes como Xoguns os Hōjō acreditavam que seu poder seria assegurado para sempre. [16]

Depois de já ter mostrado problemas de saúde em 1254, [17] Shigetoki renunciou ao cargo de Rensho em 3 de novembro de 1256. [18] No entanto, permanece atuando politicamente de forma ocasional. Logo depois ele se tornou um padre leigo (入道, nyūdō) da escola de budismo Kegon (Kegon-shū, cuja sede é o Tōdai-ji), [19] mais se tornou um seguidor da seita Terra Pura (Jōdō-shū) até sua morte. [20]

No quarto mês de 1261, o Xogun Munetaka e sua esposa visitaram Shigetoki em sua residencia que havia sido construída recentemente. Cinco semanas depois, Shigetoki adoece vitima de malária. Depois que a doença melhorou sofreu uma recaída quatro meses depois e não sobreviveu. Vindo a falecer em 3 de novembro de 1261. A residencia foi ampliada por seu filho Nagatoki e se tornou o templo Gokuraku-ji sob a direção do monge Ninshō. [21]

Precedido por
Hōjō Tokiuji
Kitakata do Rokuhara Tandai
1230-1247
Sucedido por
Hōjō Nagatoki
Precedido por
Hōjō Tokifusa
Rensho
1247–1256
Sucedido por
Hōjō Masamura


Referências

  1. a b Ikegami, Eiko (1995). The Taming of the Samurai:. Honorific Individualism and the Making of Modern Japan (em inglês). [S.l.]: Harvard University Press, p. 90. ISBN 9780674868083 
  2. Sansom, Sir George Bailey (1958). A History of Japan to 1334 (em inglês). [S.l.]: Stanford University Press, p. 432. ISBN 9780804705233 
  3. Curzon (2004). Hojo Shigetoki 1198-1261. Edição 41 de Scandinavian Institute of Asian Studies monograph series (em inglês). [S.l.]: Taylor & Francis, p. 199. ISBN 9780700701322 
  4. Jeffrey P. Mass Antiquity and Anachronism in Japanese History (em Ingles) pag. 77 Editora Stanford University Press, 1992, ISBN 9780804725927
  5. Frederic, Louis; Hwang, Alvaro David. O Japão. Dicionário e Civilização. [S.l.]: GLOBO, p. 443. ISBN 9788525046161 
  6. Mass, Jeffrey (1976). The Kamakura Bakufu:. A Study in Documents (em inglês). [S.l.]: Stanford University Press, p. 102. ISBN 9780804766432  e nota 2, p 103
  7. Curzon (2004). Hojo Shigetoki. [S.l.]: p. 90 
  8. Curzon (2004). Hojo Shigetoki. [S.l.]: p. 103 
  9. McMullin, N. (2014). Buddhism and the State in Sixteenth-Century Japan (em inglês). [S.l.]: Princeton University Press, p. 294 nota 45. ISBN 9781400855971 
  10. Mass, Jeffrey (1979). The Development of Kamakura Rule, 1180-1250:. A History with Documents (em inglês). [S.l.]: Stanford University Press, p. 266. ISBN 9780804766449 
  11. Adolphson, Mikael S. (2000). The Gates of Power: Monks, Courtiers, and Warriors in Premodern Japan (em inglês). [S.l.]: University of Hawaii Press, p. 189. ISBN 9780824823344 
  12. Mass (1979). The Development of Kamakura Rule. [S.l.]: pp. 113-115 
  13. The Nichiren Mandala Study. The mandala in Nichiren Buddhism (em inglês). [S.l.]: Library of Congress, p. 179. ISBN 9781304289414 
  14. Bary, Wm Theodore De; Bary, William Theodore De (2008). Sources of East Asian Tradition:. Premodern Asia (em inglês). [S.l.]: Columbia University Press, 840. ISBN 9780231143059 
  15. A Chronology of Japanese HistoryShikoku Japan 88 Route Guide
  16. Louis-Frédéric (1985). Japon (em francês). [S.l.]: Éditions du Félin, p. 183 
  17. Scandinavian Institute of Asian Studies Monograph Series. Edições 40-41 (em inglês). [S.l.]: Curzon Press, p.128. 1969. ISBN 9780700701315 
  18. Scandinavian Institute ... E. 40-41. [S.l.]: p. 129 
  19. Keown, Damien (2004). A Dictionary of Buddhism (em inglês). [S.l.]: OUP Oxford, p. 140. ISBN 9780191579172 
  20. Curzon (2004). Hojo Shigetoki. [S.l.]: p.281 
  21. Stone, Jacqueline Ilyse; Walter, Mariko Namba (2008). Death and the Afterlife in Japanese Buddhism (em inglês). [S.l.]: University of Hawaii Press, p. 122. ISBN 9780824832049