Impasto

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Se procura pela técnica empregada na cerâmica, veja Impasto (cerâmica).
Taos Mountain, Trail Home de Cordelia Wilson (c. 1920). Pintura do início do século XX elaborada com uma técnica de impasto bastante marcada.

Impasto é uma técnica utilizada em pintura onde a tinta (em particular a de óleo) é espalhada numa área da tela, ou mesmo em toda a tela, de forma tão espessa que as marcas dos objectos utilizados para pintar (p.ex. pincel, espátula) são visíveis na pintura. A tinta também pode ser misturada directamente na tela. Quando fica seco, o impasto dá textura e relevo à representação.[1][2] O termo impasto tem origem italiana e quer dizer "mistura".[3]

O impasto ganhou notoriedade nas pinturas de artistas venezianos, como Titian e Tintoretto. Além de ser possível observar nas paisagens naturalista e romântica, do século XIX. A técnica foi imposta como uma maneira de ressignificar a superfície das obras, que deveria ter sua própria realidade e profundidade, ao invés de ser apenas uma janela para um mundo imaginativo e ilusionista. Este método também pode ser definida pelo termo pictórico, no qual a aplicação de tinta é feita de forma "solta" ou menos controlada, causando efeitos sensoriais e visuais.[4]

Em meados do século XX, alguns artistas levaram o impasto ao extremo, como pode ser observado em alguns trabalhos de Frank Auerbach, Jean Dubuffet e Leon Kossoff.[4]

Características[editar | editar código-fonte]

O impasto é uma técnica, na qual uma quantidade espessa e opaca de tinta é adicionada a um mural ou pintura. Sua composição, geralmente, é produzida com a adição de corantes e ligantes, podendo, também, ser encontrada em quantidades de pigmentos inorgânicos.[5] O método cria a sensação de que a tinta está derramando sobre a superfície, como se tivesse sido gotejada sobre a tela, por meio de traços curtos, agitados e semi-opacos. O resultado é um comportamento não-linear das pinceladas, dependendo tanto da espessura em que foi empregada uma camada de tinta quanto da mistura de pigmentos envolvidos.[6]

É aplicado em superfícies já pintadas, por exemplo, com tinta a óleo ou acrílica. Com traços visíveis e grossos, o impasto dá volume ao plano, conferindo a sensação de peso e textura. A técnica gera um contraste com outras partes da obra, já que cada camada poderá ter uma altura, causando a impressão de dimensionalidade e profundidade.[6]

Popularizou-se entre os artistas devido a sua versatilidade e habilidade de ser aplicada a mais de um estilo artístico. Nos trabalhos de Vermeer, por exemplo, o método ganhou acabamentos mais profundos e lustrosos. Já em Monet, obteve uma forma mais espessa, para alcançar um contorno escultural e, por vezes, agressivo.[6]

Referências

  1. «Impasto no National Portrait Gallery». Consultado em 31 de março de 2013. Arquivado do original em 3 de junho de 2013 
  2. «Impasto em AmoPintar». Consultado em 31 de março de 2013. Arquivado do original em 18 de junho de 2012 
  3. The Free Dictionary
  4. a b Tate. «Impasto – Art Term | Tate». Tate (em inglês) 
  5. Weyer, Angela (2015). EwaGlos - European illustrated glossary of conservation terms for wall paintings and architectural surfaces. Europa: Hornemann Institut. 1 páginas. doi:10.5165/hawk-hhg/233 
  6. a b c Baxter, William (2004). «IMPaSTo: A Realistic, Interactive Model for Paint». Consultado em 22 de setembro de 2017 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Impasto