Incêndios florestais no Chile em 2017

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Incêndios florestais no Chile em 2017

Imagem de satélite dos incêndios, capturados pelo MODIS da NASA, em 25 de janeiro de 2017.

País
Local
Localizações administrativas
Estatística
Data
Data de início
Data de fim
Área queimada
mais de 587 000[1]
Fonte da Ignição
Uso do solo
Vitímas mortais
10
Motivo
Em investigação

Os incêndios florestais no Chile em 2017 foram uma série de incêndios florestais gerados em múltiplas áreas das regiões centro e sul do Chile, entre as regiões de Coquimbo e Los Lagos, com maior intensidade nas regiões de O'Higgins, Maule e Biobío, além de incêndios distantes na região de Magalhães e Antártica Chilena (parte sul do país), durante os meses de janeiro e fevereiro de 2017 e que atingiram 587.000 hectares.[2]

Várias autoridades governamentais concordaram que a origem dos incêndios foi antrópica, muitos deles intencionais, de modo que no final de janeiro, havia quarenta e três pessoas detidas.[3] Os diferentes incêndios tiveram um nível sem precedentes, que seriam explicados pela convergência de uma alta velocidade do vento, altas temperaturas — após ondas sucessivas de calor —, baixa umidade e difícil geografia dos setores afetados.[4]

Causas[editar | editar código-fonte]

Embora existam diferentes causas nos vários incêndios, a maioria deles originou-se de causas antropogênicas, seguindo a tendência histórica dos incêndios registrados no país pela Corporação Nacional de Silvicultura (Conaf).[5]

Uma das causas teria sido a negligência das empresas de eletricidade, o que levou à uma sucessão de falhas. No caso do incêndio "Nilahue Barahona" em Pumanque, a acusação anunciou em 22 de janeiro, a possível responsabilidade da empresa de eletricidade CGE Distribución, por alegada falta de manutenção de suas redes.[6]

A propagação do incêndio foi reforçada pelas condições climáticas que ocorreram no verão de 2017 no Chile, cujas condições climáticas foram denominadas como adversas pois atingiram o "fator 30-30-30", com temperaturas acima de 30 graus Celsius, baixa umidade (em torno de 30%) e ventos de 30 quilômetros por hora.[7] No final de janeiro de 2017, a Direção Meteorológica do Chile registrou uma onda de calor que marcou temperaturas históricas, como a maior temperatura registrada em Santiago durante o mês de janeiro e a maioria alto desde 1912 (37,4 °C) e máximos absolutos registrados nas cidades de Curicó (37,3 °C), Chillán (41,5 °C) e Los Ángeles (42,2 °C). Em 26 de janeiro de 2017, registrou-se a temperatura máxima na história do Chile: 44,9 graus em Quillón.[8]

Consequências[editar | editar código-fonte]

Um total de 587.000 hectares foram queimados entre os meses de janeiro e fevereiro, na região centro-sul do Chile.[9]

Incêndios principais

  • No início da manhã de 26 de janeiro de 2017, a cidade de Santa Olga, na comuna de Constitución, foi afetada por um incêndio que a destruiu quase inteiramente, afetando mil casas, o quartel de bombeiros e o terminal de ônibus local.[11]

Impactos ambientais

  • Em Maule, o bosque de ruil (Nothofagus alessandrii) perdeu cerca da metade de suas áreas que estavam sob preservação, se tratando de una especie endêmica da cordilheira da Costa do Chile.[12]
  • Segundo a Conaf, dos 587.000 hectares queimados, cerca de 15.000 hectares seriam de bosque nativo.[13]

Reações[editar | editar código-fonte]

Governo do Chile[editar | editar código-fonte]

O Governo do Chile declarou «zona afetada por catástrofe» e «zona de catástrofe» com estado de exceção constitucional («estado de catástrofe») nas províncias de Colchagua e Cardenal na região de O'Higgins[14] e em toda região de Maule[15] e na comuna de Bulnes na região de Biobío. O Governo do Chile, junto a Corporación Nacional Forestal (Conaf), contratou no final de janeiro de 2017, o helicóptero Sikorsky S-64 Skycrane, que tem a capacidade de despejar 10 mil litros de água e pode succionar a água em qualquer tipo de fonte, em somente 45 segundos.[16]

Ajuda internacional[editar | editar código-fonte]

  •  Alemanha: O governo alemão ofereceu uma importante ajuda humanitária, e doação imediata de 140 milhões de pesos chilenos, as quais foram entregues à Cruz Vermelha.[17]
  •  Argentina: O governo argentino enviou de uma brigada de "Cascos Blancos" para apoiar o trabalho que se estava fazendo em terra.[18]
Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira combatendo incêndios florestais.
  •  Canadá: A REDIDEC (Rede de pesquisadores chilenos no Canadá) doou 35 mil dólares para a Fundação "Un Techo para Chile".[21]
  •  Colômbia: O governo colombiano enviou um contingente de 32 membros do Corpo de Bombeiros de Bogotá e da Unidad Nacional para la Gestión de Riesgo de Desastres (UNGRD), para ajudar no combate do fogo.[22]Também foram enviados 37 brigadistas e 10 toneladas de equipamento para a luta contra os incêndios.​[21]
  • Coreia do Sul Coreia do Sul: O governo da Coreia do Sul enviou 100 mil dólares ao governo de Chile para enfrentar a emergência.[23]
  • Espanha O governo da Espanha enviou um grupamento de 64 militares da Unidade Militar de Emergências, para trabalhar na extinção dos incêndios florestais. Assim como, gerenciou o aluguel de um avião ACO de reconhecimento, que foi utilizado no combate dos incêndios florestais.[21]
  •  Rússia O governo da Rússia enviou um avião cisterna Ilyushin Il-76 com capacidade de despejar 42 toneladas de água. No Chile esse avião foi apelidado de: "el Luchín".[24]


Ilyushin Il-76 Avião cisterna do governo russo

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Situación nacional de incendios forestales». Conaf. 28 de janeiro de 2017. Consultado em 30 de janeiro de 2017 
  2. Oficina Nacional de Emergencia (26 de janeiro de 2017). «Resumen nacional de incendios forestales». Consultado em 27 de janeiro de 2017 
  3. «Cópia arquivada». Consultado em 23 de junho de 2017. Arquivado do original em 6 de fevereiro de 2017 
  4. «Subsecretario Aleuy entregó balance de incendios forestales». Gobierno de Chile. 20 de janeiro de 2017. Consultado em 23 de janeiro de 2017 
  5. Duarte, Herbert (janeiro de 2010). «Los Grandes Incendios Forestales en Chile 1985-2009» (PDF). CONAF - Corporación Nacional Forestal. Consultado em 15 de novembro de 2017 
  6. Matus, Reyes, Aguayo e Yévenes, J., C., D., e P. (22 de janeiro de 2017). «Fiscal apunta a negligencia de empresas eléctricas por origen de incendio de Pumanque». La Tercera 
  7. «El peor desastre forestal de Chile». National Geographic en español. 30 de janeiro de 2017. Consultado em 15 de novembro de 2017 
  8. «Temperaturas Máximas Históricas Enero de 2017» (PDF). Dirección Meteorológica de Chile. Janeiro de 2017. Consultado em 15 de novembro de 2017 
  9. «Tormenta de fuego en Chile». CONAF (Corporación Nacional Forestal). Consultado em 23 de novembro de 2017. Arquivado do original em 1 de dezembro de 2017 
  10. «Monitoreo para la Región del Maule por incendios forestales». ONEMI (Oficina Nacional de Emergencia del Ministerio del Interior y Seguridad Pública). 9 de março de 2017. Consultado em 23 de novembro de 2017 
  11. Torres, Clara (26 de janeiro de 2017). «Alcalde de Constitución: Localidad de "Santa Olga se quemó entera"». biobiochile.cl 
  12. «Incendios arrasan con el 50% de los bosques de árbol nativo chileno en peligro de extinción». Emol. 26 de janeiro de 2017 
  13. «Incendios: Primer estudio satelital muestra que más de la mitad de lo quemado fueron plantaciones forestales». Emol. 10 de fevereiro de 2017 
  14. «Autoridades se reúnen en Comité de Operaciones de Emergencias por incendios forestales que afectan a la zona central del país». ONEMI. 21 de janeiro de 2017. Consultado em 30 de novembro de 2017 
  15. Jara, Alejandra; Rivas, Sebastián (23 de janeiro de 2017). «Amplían a toda la región del Maule Estado de Catástrofe por incendio». La Tercera. Consultado em 30 de novembro de 2017 
  16. «Conaf integrará nueva aeronave en el combate de incendios forestales». Radio Cooperativa. 28 de janeiro de 2017. Consultado em 10 de dezembro de 2017 
  17. «Subsecretario Edgardo Riveros recibió a Franz-Josef Jung y Bernhard Kaster, parlamentarios federales alemanes». Ministerio de Relaciones Exteriores. 30 de janeiro de 2017. Consultado em 10 de dezembro de 2017 
  18. «Argentina envía brigadistas a Chile para combatir los incendios - TN.com.ar». Todo Noticias. 28 de janeiro de 2017. Consultado em 10 de dezembro de 2017 
  19. «Canciller: el mundo está llegando en ayuda de Chile». Diario Financiero. 28 de janeiro de 2017. Consultado em 16 de dezembro de 2017 
  20. «Defesa envia aeronaves para o combate a incêndios no Chile». Ministério da Defesa. 29 de janeiro de 2017. Consultado em 16 de dezembro de 2017 
  21. a b c http://www.ahoranoticias.cl/noticias/nacional/189250-pais-por-pais-esta-es-la-ayuda-internacional-que-ha-recibido-chile-para-combatir-lo-incendios.html
  22. «Colombia envía refuerzos a Chile para ayudar a combatir incendios forestales». Emol. 26 de janeiro de 2017. Consultado em 16 de dezembro de 2017 
  23. «Canciller Muñoz recibió ayuda humanitaria de Corea y agradeció aportes de la comunidad internacional». Gobierno de Chile. 2 de fevereiro de 2017. Consultado em 2 de fevereiro de 2017 
  24. «Gobierno de Putin ofrece a Chile el "SuperTanker" ruso: lanza 42 toneladas de agua». BioBioChile. 26 de janeiro de 2017. Consultado em 3 de fevereiro de 2018 [ligação inativa]
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