João de Góis e Almeida

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João de Góis e Araújo, sertanista, capitão, filho de Pedro Taques de Almeida, recebeu ordem do Governador Geral do Estado do Brasil D. João de Lencastre para executar certas diligências descritas em carta de 5 de março de 1701, da Bahia, de D. João ao Rei D. Pedro II.

Diz que o capitão João de Góis e Araújo (retornado de missão na região das Minas do ouro, onde por ordem do governador estivera em descobrimento de um caminho que delas viesse para a Bahia) recebera dele ordem para declarar «com toda a verdade, clareza e individuação, se da parte de São Paulo, Rio de Janeiro e mais vilas que ficam na repartição do Sul» haveria «gados bastantes e mantimentos para provimento das gentes que se acham lavrando ouro nas ditas minas, ou se precisamenbte lhes é necessário valerem-se dos gados e mantimentos dos currais» da Bahia, «e qual caminho é o mais acomodado e fácil para a condução dos ditos gados e mantimentos, se o que vem de São Paulo e Rio de Janeiro para as Minas, ou o que vai deste sertão».

João, filho de Pedro Taques de Almeida, dos mais importantes sertanistas, de quem Antonil declara que tirou das minas cinco arrobas, ou cerca de 80 quilos de ouro, apenas antes do início de 1700, estava na Bahia, portanto, e Lencastre o encarregara de ir aos confins da capitania do Espírito Santo, região que se dizia estar a 25 (ou a 40, pois nada se sabia ao certo) léguas das minas descobertas e exploradas pelos paulistas, reconhecer o terreno e ver se tinha ouro, assim como buscar, no retorno, a rota mais curta para a Bahia. E é bem possível que em tal missão de menos de um ano João tivesse descoberto mais ouro, por sua conta.

João dá em sua resposta conta do pouco gado que havia no Rio de Janeiro e nos Campos de Campos dos Goitacazes|Goitacazes]], a seu ver incapaz de sustentar o povo que acorria às Minas Gerais:

»Muito apenas nos Campos dos Itaicazes há alguns currais de que se sustenta aquele povo, e inda que haja alguns outros, são tão poucos que escassamente bastarem para serventia dos engenhos e lavradores, e a este respeito, as vilas anexas à dita cidade, suposto tenham também alguns, não são com tanta abundância que bastem para servir as lavouras e despedir boiadas, porque se o chegarem a fazer em um ano, daí a muitos o não hão de reiterar, assim por lhes faltar a largueza dos campos e pastos que há no rio São Francisco, por serem ordinariamente aquelas terras muito montuosas e asperas como porque, ou por razão de clima ou por outra alguma particular, não multiplicam tanto como nos sertões do dito rio São Francisco.»