Josafá II de Constantinopla

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Josafá II de Constantinopla
Josafá II de Constantinopla
Nascimento Krapsi
Morte Desconhecido
Edirne
Ocupação ministro
Religião cristianismo ortodoxo

Josafá II de Constantinopla, dito o Magnífico (em grego: Ιωάσαφ Β΄ ο Μεγαλοπρεπής; m. depois de 1565), também chamado de Joasafá, foi patriarca ecumênico de Constantinopla entre 1556 e 1565.

História[editar | editar código-fonte]

Josafá nasceu na Trácia, estudou em Janina e depois em Náuplia, onde aprendeu árabe, persa e turco. Em 1535, foi consagrado bispo de Adrianópolis pelo patriarca Jeremias I[1].

Depois da morte do patriarca Dionísio II, Josafá foi eleito em julho ou agosto de 1556 (ou agosto de 1555 segundo alguns estudiosos)[2]. Num de seus primeiros atos, Josafá conseguiu reduzir o valor da "taxa de nomeação" (peshtesh) paga ao sultão otomano de 3 000 para 1 000 écus (peças de ouro).

Josafá promoveu a educação entre o seu clero, reformou a administração dos ativos da igreja e melhorou as finanças reduzindo pela metade as dívidas do Patriarcado. Ele também começou uma grande expansão do palácio patriarcal. Por causa de todas estas conquistas, Josafá recebeu o epíteto de "o Magnífico" em grego: ὁ Μεγαλοπρεπής)[3]. Em 1556, ele inaugurou em Istambul a Escola Patriarcal, a precursora da Grande Escola da Nação.

Josafá também demostrou interesse na Reforma Protestante, em particular no luteranismo, e, em 1558, enviou a Wittenberg o diácono sérvio Demetrios Mysos (Dimitrije Ljubavić) para buscar informações. Em 1559, o teólogo luterano Melâncton enviou-lhe uma carta juntamente com uma tradução para o grego da Confissão de Augsburgo, mas sem nenhum resultado[4]. Alguns estudiosos sugerem que a carta nem sequer teria chegado a Istambul[5].

Suas caras obras, sua atitude arrogante em relação ao clero e sua administração independente das finanças lhe valeram muitos adversários na comunidade grega[3]. A causa final de sua deposição estava relacionada a um pedido, em 1557, de Ivã, o Terrível, da Rússia, que queria o seu título de czar formalmente confirmado. Ao invés de convocar um sínodo para deliberar sobre o tema, Josafá enviou para a Rússia um documento sinodal falsificado para que a recompensa ficasse toda para si. Sua tramoia foi descoberta e Josafá foi deposto por um sínodo de sessenta bispos em 15 de janeiro de 1565 e exilado para Monte Atos[3].

Algum tempo depois, Josafá recebeu permissão do Santo Sínodo para ser reinstalado na Diocese de Adrianópolis, onde ele permaneceu até a morte.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Josafá II de Constantinopla
(1556-1565)
Precedido por:

Patriarcas ecumênicos de Constantinopla

Sucedido por:
Dionísio II 176.º Metrófanes III

Referências

  1. «Ἰωάσαφ Β´» (em grego). Site oficial do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla 
  2. Kiminas, Demetrius (2009). The Ecumenical Patriarchate (em inglês). [S.l.]: Wildside Press LLC. p. 38, 46. ISBN 978-1-4344-5876-6 
  3. a b c Aubert, R. (2000). Dictionnaire d'histoire et de géographie ecclésiastiques. Joasaph II (em francês). 27. Paris: Letouzey et Ané. p. 1389-90. ISBN 2-7063-0210-0 
  4. Angold, Michael (2006). The Cambridge history of Christianity (em inglês). Cambridge, UK: Cambridge University Press. p. 188–9. ISBN 978-0-521-81113-2 
  5. Tibbs, Eve (2000). «16th Century Lutheran & Orthodox Exchange» (em inglês)