Kamatxi Ikpeng

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Kamatxi Ikpeng
Conhecido(a) por Gravando Som (2010), Das Crianças Ikpeng Para o Mundo (2001)
Nascimento 1988 (36 anos)
Txicão, Mato Grosso, Brasil
Nacionalidade Brasileiro
Etnia Ikpeng

Kamatxi Ikpeng (Txicão, Mato Grosso, 1988) é um cineasta, produtor, ativista e ator indígena brasileiro do povo Ikpeng.[1] Kamatxi trabalhou em vários filmes, incluindo uma atuação em Marangmotxingmo Mïran[1] e a realização do Som Tximna Yukunang.[2] Seu trabalho também envolve a organização de eventos e a criação de instituições para promover as culturas indígenas no Brasil.[3][4]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Kamatxi nasceu em Txicão em 1988.[1] Ele é Ikpeng (ou Txikão),[5] um povo indígena que habita o Parque Indígena de Xingu em Mato Grosso e que é conhecido por seu trabalho cinematográfico.[1][6][7] Os Ikpeng fizeram vários filmes, incluyendo Marangmotxingmo Mïran [“Das Crianças Ikpeng Para O Mundo”] [2001][8] e Moyngo [“O Sonho De Maragareum”] [2000].[9]

Kamatxi é casado com Reko, e eles têm dois filhos, Pirete e Panpo.[1]

Carreira fílmica[editar | editar código-fonte]

O papel principal de Kamatxi foi em Marangmotxingmo Mïran quando ele era menino.[1] O filme mostra alguns meninos e meninas Ikpeng, incluindo Kamatxi, explicando sobre suas vidas cotidianas.[10] O Festival de Cinema no Museu Americano de História Natural em Nova Iorque apresentou o filme em outubro de 2018.[11] Kamatxi logo decidiu trabalhar com os filmes como carreira e começou a filmar em 2008, graças aos cineastas em seu povo e seu amor para com os filmes.[1]

Kamatxi foi um dos realizadores e camarógrafos de Tximna Yukunang Som (“Gravando Som”) (2010),[1] um documentário sobre o Yumpuno, que significa o processo de tornar-se adulto na sociedade Ikpeng.[2] Kamatxi utilizou os recursos da aldeia virtual do parque Xingu para fazer o documentário.[12] Kamatxi fez entrevistas com os mais velhos da aldeia sobre as origens dos rituais[13] e com outros sobre suas experiências com as partes diferentes do Yumpuno, incluindo tatuagem, música, e dança.[14] O documentário é parte de um projeto maior para preservar a cultura Ikpeng e inclui a Casa Cultural MAWO, um museu e centro de pesquisa Ikpeng no Parque Indígena de Xingu.[15] O documentário foi apresentado na inauguração da Casa Cultural MAWO em 2010.[16]

Kamatxi gravou o documentário Para Onde Foram as Andorinhas? (2015) sobre as mudanças climáticas e como isso afeta as vidas dos Ikpeng agora e no futuro.[17]

Kamatxi participou em um festival de cinema organizado pelos indígenas brasileiros, como parte da conferência Rio +20 das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável, onde ele fez uma apresentação sobre seu trabalho.[18]

Casa Cultural MAWO[editar | editar código-fonte]

A Casa Cultural MAWO é um museu e centro activo de cultura que apoia programas para a pesquisa, preservação, e difusão digital da cultura Ikpeng.[19] A casa é o resultado de uma colaboração entre a Associação Indígena Moygu da Comunidade Ikpeng (Instituto Catitu) e Museu do Índio/Funai, financiado pela companhia estatal de petróleo, Petrobras.[19] Depois de sua inauguração em 2010, a casa cultural MAWO começou a desenvolver um arquivo digital sobre a história, cultura, e língua do povo Ikpeng.[20] A Casa Cultural MAWO realizou um intercâmbio entre alguns professores brasileiros e alguns membros dos ikpeng, incluindo Kamatxi; essa colaboração focaliza-se em preservar a cultura e a língua Ikpeng através da direção dos jovens indígenas e dos recursos da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.[3]

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Título Ano Papel
Marangmotxingmo Mïran 2002 Ator
Som Tximna Yukunang/Tximna Yukunang Som 2010 Produtor
Para Onde Foram as Andorinhas? 2015 Cineasta

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d e f g h «Ikpeng». www.ikpeng.org. Consultado em 20 de outubro de 2018 
  2. a b «Ikpeng». www.ikpeng.org. Consultado em 20 de outubro de 2018 
  3. a b «Professora visita Centro de Documentação Digital Mawo». PUC Notícias. 26 de setembro de 2018. Consultado em 20 de outubro de 2018 
  4. «Cinema de índio». Rede Brasil Atual. Consultado em 20 de outubro de 2018 
  5. «Icpengues». Wikipédia, a enciclopédia livre. 27 de novembro de 2018 
  6. «Ikpeng». www.ikpeng.org. Consultado em 20 de outubro de 2018 
  7. «Xingu - Povos Indígenas no Brasil». pib.socioambiental.org. Consultado em 26 de novembro de 2018 
  8. «Ikpeng». www.ikpeng.org. Consultado em 20 de outubro de 2018 
  9. «Ikpeng». www.ikpeng.org. Consultado em 20 de outubro de 2018 
  10. «Das Crianças Ikpeng para o mundo (Marangmotxingmo Mirang)». lugardoreal.com. Consultado em 1 de dezembro de 2018 
  11. «Collectively: Vídeo nas Aldeias». "American Museum of Natural History". Consultado em 20 de outubro de 2018 
  12. «Jovens indígenas inspiram projeto de aldeia virtual - Notícias - SETAS». www.setas.mt.gov.br. Consultado em 20 de outubro de 2018 
  13. Catitu, Instituto (2 de setembro de 2013), Clip Gravando Som 1, consultado em 20 de outubro de 2018 
  14. Catitu, Instituto (18 de setembro de 2013), Clip Gravando Som 3, consultado em 20 de outubro de 2018 
  15. «Índios Ikpeng, no Xingu, inauguram museu na aldeia - Terra - Felipe Milanez». terramagazine.terra.com.br. Consultado em 20 de outubro de 2018 
  16. «Índios Ikpeng inauguram Casa de Cultura | Terras Indígenas no Brasil». terrasindigenas.org.br. Consultado em 20 de outubro de 2018 
  17. «forumdoc.bh.2018». forumdoc.bh.2018. Consultado em 20 de outubro de 2018 
  18. RJ, Do G1 (12 de junho de 2012). «Mostra no Rio reúne filmes feitos por índios brasileiros». Rio+20. Consultado em 20 de outubro de 2018 
  19. a b «Cinema de índio». Rede Brasil Atual. Consultado em 20 de outubro de 2018 
  20. Ricardo, Beto; Ricardo, Fany (2011). Povos indígenas no Brasil: 2006/2010. [S.l.]: Instituto Socioambiental. ISBN 9788585994853. Consultado em 20 de outubro de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]