Koba (cesto)

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Uma koba em forma de casa sagrada para um ritual tradicional

A koba é um cesto de palha trançada com tampa originário de Timor-Leste. Listras coloridas diferentes criam padrões coloridos durante a tecelagem deste tipo de cestaria. É utilizado em cerimónias tradicionais dos povos indígenas da ilha de Timor. Normalmente são entregues com algumas peças dentro, como nozes de betel ou moedas, como sinal de prosperidade e bons presságios para uma cerimônia de casamento.

“Koba” é o nome do cesto em tétum, o nome pode variar nas diferentes regiões de Timor-Leste, assim como a aparência. No município de Cova Lima assume por vezes a forma de Uma Lulik, as casas sagradas da região. O nome da comunidade timorense de Cova Lima deriva de “Koba”. A região consistia originalmente em uma aliança de cinco impérios chamada Koba Lima. Através de uma deformação em português, “Koba” tornou-se “Cova”, que na verdade significa “poço”.[1]

O Baha Liurai (rei da montanha) é uma cerimónia animista de culto aos ancestrais na área predominantemente Naueti Suco Babulo de Timor Leste, onde o koba desempenha um papel importante. É realizada a cada sete a quinze anos na “montanha sagrada” de mesmo nome, ou quando os mais velhos considerarem necessário. Diz-se que aqui estão enterrados os Ina ama, pai e mãe dos ancestrais. Durante a cerimônia, uma oferenda é feita aos antepassados ​​em seu túmulo e cestas de koba são levadas para lá. As pessoas falam com eles, agradecem aos seus antepassados ​​por protegerem os habitantes da “terra santa” e pedem que a sua protecção e liberdade de movimento sejam mantidas, como se fossem divindades tutelares.[2]

No âmbito do sincretismo religioso, também é possível em algumas celebrações locais da Igreja Católica em Timor-Leste ver kobas, como no ofertório da missa, ou na celebração do Dia de Finados, conhecido como Loron Matebian.[3]

Referências

  1. Palmer, Lisa; Kehi, Balthasar. «Hamatak halirin: The cosmological and socio-ecological roles of water in Koba Lima, Timor». Bijdragen tot de Taal-, Land- en Volkenkunde, (em inglês). Consultado em 1 de janeiro de 2024 
  2. Barnes, Susana; Hägerdal, Hans (2017). «An East Timorese Domain». Journal of the Humanities and Social Sciences of Southeast Asia (em inglês). Consultado em 1 de janeiro de 2024 
  3. «Timorese Temple Baskets» (em inglês). Museu da Austrália Ocidental. 2010. Consultado em 1 de janeiro de 2024