Lesão traumática do plexo braquial

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Lesão traumática do plexo braquial são lesões que causam danos aos nervos do plexo braquial, e estas lesões podem surgir de várias causas, como acidentes de trânsito, principalmente envolvendo motocicletas, e esportes de contato.[1][2] Essas lesões traumáticas possuem maior ocorrência em adultos, homens e jovens, moradores de regiões urbanas e trabalhadores braçais. São frequentemente ocasionadas por acidentes de moto, associadas com politraumas, com lesão total do plexo, neurotmese ou axonotmese.[3][4]

Ocorrência[editar | editar código-fonte]

Evento traumático de lesão do plexo braquial

Lesões do plexo braquial ocorrem entre 44% a 70% com lesões traumáticas, como acidentes de moto, atividades esportivas, ou mesmo nos locais de trabalho, sendo 22% os ferimentos em motocicletas e cerca de 4,2% tendo danos no plexo.[5] Pessoas que têm acidentes com motocicletas e snowmobiles têm maiores riscos de terem lesões do plexo braquial.[6] Podem ocorrer também com outros tipos de veículos. Ferimentos causados por um golpe direto para o lado lateral da escápula também são possíveis. A gravidade das lesões nervosas pode variar desde um estiramento suave até a raiz nervosa rasgar a partir da medula espinhal (avulsão). "O plexo braquial pode ser prejudicado por quedas de altura para o lado da cabeça e ombro, em que os nervos do plexo são violentamente esticados. O plexo braquial pode também ser ferido por violência direta ou arma de fogo, por tração violenta no braço, ou por esforços para reduzir uma luxação da articulação do ombro.[7]

História[editar | editar código-fonte]

As primeiras narrações de lesões traumáticas do plexo braquial (LTPB) são datadas de épocas de grandes guerras, lesões que seriam abertas por objetos cortantes sobre o ombro, que causavam a perda do movimento do membro superior. Na Ilíada de Homero (século IX a.C. – Guerra de Tróia) foi identificado o primeiro relato de LTPB.[8] Porém, as postagens científicas apenas iniciaram-se no século XIX, ao longo da guerra civil americana, e mais tarde, no século XX, quando as lesões fechadas prevaleceram, devido a explosões e acidentes com armas de fogo, que causavam grandes traumas.[9]

Referências

  1. FLORES, Leandro Pretto. Estudo epidemiológico das lesões traumáticas de plexo braquial em adultos. Arq. Neuro-Psiquiatr., São Paulo, v. 64, n. 1, mar. 2006 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2006000100018&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 29 jun. 2010. doi: 10.1590/S0004-282X2006000100018.
  2. Clínica Deckers. Lesão do Plexo Braquial (Ferroada) Arquivado em 31 de julho de 2016, no Wayback Machine.. Acesso em 29 de junho de 2010
  3. Transpadine, DC (2011). Bijos, P; Correa, JFG, eds. «Plexo braquial» (PDF). Acidentes de motocicletas e sua relação com a lesão do plexo braquial. Rio de Janeiro: Di Livros;: 43-58 
  4. Bijos, P (2005). Bijos, P; Zumiotti, AV; Rocha, JR; Ferreira, MC, eds. «Lesões de plexo braquial» (PDF). Microcirurgia reconstrutiva. São Paulo: Atheneu;: 199 
  5. Smania, N; Berto, G; La Marchina, E; Melotti, C; Midiri, A; Roncari, L; Zenorini, A; Ianes, P; Picelli, A; Waldner, A; Faccioli, S; Gandolfi, M (2012). «Rehabilitation of brachial plexus injuries in adults and children». European Journal of Physical and Rehabilitation Medicine. 48 (3): 483–506. PMID 23075907 
  6. Midha, Rajiv (1997). «Epidemiology of Brachial Plexus Injuries in a Multitrauma Population». Neurosurgery. 40 (6): 1182–8; discussion 1188–9. PMID 9179891. doi:10.1097/00006123-199706000-00014 
  7. Warwick, R.; Williams, P.L, eds. (1973). Gray’s Anatomy 35th ed. London: Longman. p. 1046 
  8. Homero, OM; Nienkotter, S (2008). «Ilíada.». Editora Unicamp 
  9. Toffolo, L; Silva, JB (2010). «Lesões traumáticas do plexo braquial no adulto: diagnostico e tratamento». Acta Méd (Porto Alegre);: 157-64