Linha do tempo da desocupação do Pinheirinho

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Esta é a linha cronológica dos acontecimentos anteriores e posteriores envolvidos na Desocupação do Pinheirinho.

Linha do tempo[editar | editar código-fonte]

  • 1978 - Área é comprada por Benedito Bento Filho. Prefeitura aprova projeto de loteamento na região (5.140 residências).[1]
  • 1981 - Bento Filho vende terreno à Selecta S/A de Naji Nahas.
  • 1983 - Prefeitura cancela loteamento e muda a região de zona residencial para industrial.
  • abril de 1990 - Falência da Selecta S/A.
  • 2004 - Moradores ocupam terreno abandonado da massa falida da empresa Selecta S/A.
  • 2005 - TJ cassa a liminar de reintegração de posse. Diz que o juízo da falência não tem competência para julgar o caso. A massa falida requere a reintegração à 6ª Vara Cível de São José, que nega o pedido. massa falida recorre ao TJ que, então, concede a liminar. Defesa recorre.[2]
  • 2011 - TJ suspende reintegração. STJ (Superior Tribunal de Justiça) suprime todo o processo.
  • novembro de 2011 - Determinação de reintegração de posse é "ressuscitada" pela Juíza Márcia Loureiro (6ª Vara Cível de São José). União manifesta interesse jurídico-político no terreno, por questões de moradia popular.
  • 14 de janeiro de 2012 - Moradores do Pinheirinho protestam e criam "exército" de resistência.
  • 15 de janeiro de 2012 - Moradores do bairro vizinho defendem reivindicações do Pinheirinho e ocupam terreno que prefeitura preparava para "desalojados".
  • 16 de janeiro de 2012 - PM lança panfletos pedindo a retirada dos moradores.
  • 17 de janeiro de 2012 - PM mobiliza 1500 homens para reintegração de posse de madrugada, mas determinação da Justiça Federal (Roberta Monza Chiari) suspende ordem judicial estadual por volta das 4 horas da manhã. No mesmo dia, um juiz federal cassa liminar.
  • 19 de janeiro de 2012 - Acordo entre moradores e Selecta SA suspende reintegração até dia 3 de fevereiro. MPF move ação contra prefeitura de São José dos Campos, acusada de omissão na regularização das famílias do Pinheirinho.
  • 20 de janeiro de 2012 - Determinação da Justiça Federal suspende novamente reintegração de posse. Governador Geraldo Alckmin é avisado dos riscos de uma intervenção armada e decide pela operação da PM no Pinheirinho na sexta (só no dia seguinte seria avisado pela justiça que poderia realizar a operação). Escolhe o número de policiais, o dia e o horário da operação.[3]
  • 21 de janeiro de 2012 - Juiz estadual declara que ignorará suspensão federal.
  • 22 de janeiro de 2012 - Às 6 horas começa a reintegração de posse. Críticas do governo federal, da OAB, Partidos Políticos, Sindicatos, estudantes, meios de comunicação e do MPF. À noite, STJ declara em liminar que a competência do caso é da justiça estadual.
  • 23 de janeiro de 2012 - Conflitos continuam. Famílias vão ao STF contra reintegração. Moradores incendeiam sofá e são agredidos com bombas e balas de borracha pela Polícia Militar.
  • 24 de janeiro de 2012 - Até o final da noite, todos os moradores retiram seus pertences. Caminhão é queimado e estabelecimentos comerciais são atacados. O comércio fecha as portas.
  • 25 de janeiro de 2012 – Concluída reintegração de posse.[4] Em aniversário de São Paulo, Kassab é recebido com ovos.[5] Alguns manifestantes entram em confronto com a PM. Os cineastas Marco Dutra e Juliana Rojas lêem moção de repúdio à ação no Pinheirinho no Prêmio Governador do Estado, evento do governo estadual.[6]
  • 26 de janeiro de 2012 – PM envia nota por e-mail defendendo reintegração e alegando que ação foi pacífica, a despeito de numerosos relatos, fotos e vídeos em contrário.[7]
  • 27 de janeiro de 2012 - Após críticas da Anistia Internacional, de relatores da ONU e da Secretaria de Direitos Humanos, grupo de advogados, entre eles o professor de direito da Universidade de São Paulo Fábio Konder Comparato, o procurador do Estado Marcio Sotelo Felippe e Hélio Bicudo (Ex-Presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA), denunciam caso Pinheirinho à Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos.[8]
  • fevereiro de 2012 - Homens armados, seguranças de Naji Nahas, passam a impedir entrada de moradores e curiosos na região.[9]
  • 9 de abril de 2012 - Câmara dos deputados convoca a Comissão de Direitos Humanos e Minorias para uma audiência pública a respeito dos abusos em Pinheirinho.[10]
  • 10 de abril de 2012 - Cancelado o encontro da Comissão na Câmara.[11]
  • 28 de junho de 2012 - Denúncias contra lideranças tucanas e magistrados são entregues ao CNJ e à OEA.[12]

Referências

  1. «'Pinheirinho era um verdadeiro jardim'». Folha de S.Paulo. 29 de janeiro de 2012 
  2. «Cronologia dos Conflitos» 
  3. Folha de S.Paulo, 24 de janeiro de 2012. C1, "Secretaria avaliou riscos antes da operação da PM"
  4. «Ação da PM acaba e área de risco é invadida». Folha de S.Paulo. 26 de janeiro de 2012 
  5. «SP 458 tem confusão, ovo em Kassab e festa». Folha de S.Paulo. 26 de janeiro de 2012 
  6. «Governo de SP premia Renata de Almeida». Folha de S.Paulo. 26 de janeiro de 2012 
  7. «Após críticas, PM enevia e-mails para explicar ação no Pinheirinho». iG. 26 de janeiro de 2012 
  8. «Grupo de juristas quer denunciar violações no Pinheirinho à OEA». Terra. 27 de janeiro de 2012 
  9. «Homens armados impedem "garimpo" e barram curiosos no Pinheirinho». BrasilAtual 
  10. «Comissão discute violação de direitos humanos na desocupação de Pinheirinho». CenárioMT. 9 de abril de 2012. Arquivado do original em 4 de março de 2016 
  11. «Cancelada audiência sobre violação de direitos humanos no bairro de Pinheirinho». Agência Câmara de Notícias. 10 de abril de 2012 
  12. «CNJ recebe pedido para investigar Justiça de SP no caso Pinheirinho». Terra