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Luiza Neto Jorge

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Luiza Neto Jorge (Lisboa, 10 de Maio de 1939 — Lisboa, 23 de Fevereiro de 1989) foi uma tradutora e poetisa portuguesa.

Frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde foi fundadora do Grupo de Teatro de Letras, mas desistiu do curso e foi viver para Paris, onde permaneceu durante oito anos (1962-70). Ainda hoje é considerada a personalidade de maior destaque do grupo de poetas que se reuniu em torno do movimento Poesia 61, no âmbito do qual publicou Quarta Dimensão. Não foi essa, todavia, a sua estreia literária. O primeiro livro foi Noite Vertebrada (1960), a que iria seguir-se uma obra escassa mas de obrigatória referência.

Como tradutora deixou uma obra inigualável, nos domínios da poesia, da ficção e do teatro, abrangendo autores como Céline - Morte a Crédito valeu-lhe o prémio de tradução do PEN Clube -, Sade, Goethe (o Fausto), Verlaine, Marguerite Yourcenar, Jean Genet, Witold Gombrowicz, Apollinaire, Karl Valentim, Garcia Lorca, Ionesco, Boris Vian, Oscar Panizza, entre outros.

Fez adaptações de textos para teatro (Diderot, etc.) e colaborou com alguns cineastas, tendo escrito diálogos para filmes de Paulo Rocha e Solveig Nordlund, o argumentos de Os Brandos Costumes, de Alberto Seixas Santos (1975) e assistência literária em Relação Fiel e Verdadeira, de Margarida Gil (1989).

Salvo poemas avulsos em algumas publicações, como é o caso da revista Colóquio-Letras, não publicou nenhum livro nos últimos dezasseis anos de vida. Encontra-se representada em quase todas as antologias de poesia portuguesa contemporânea (editadas em Portugal e no estrangeiro) e tem grande parte dos poemas traduzidos para diversos idiomas. Em 1993 foi coligida a obra completa.

Foi casada com o tradutor e crítico teatral Manuel João Gomes (Coimbra, 1948-2007),[1] [2] [3] de quem teve um filho nascido em 1973, Dinis Neto Jorge Gomes, actor.

Morreu em Lisboa em 1989, de doença pulmonar.