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Maníaco da Torre

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Maníaco da Torre é como ficou conhecido Roneys Fon Firmino Gomes, um assassino em série (também: matador em série ou serial killer) que, após matar suas vítimas, geralmente prostitutas, deixava os corpos embaixo de torres de energia de alta tensão.

Ele atuou na cidade de Maringá, no Paraná, entre os anos de 2005 (nota: ou 2001, conforme O Diário) e 2015 e é considerado pela polícia como um dos maiores assassinos em série do estado.

Foi preso em 30 de julho de 2015 após a polícia encontrar vestígios de alguns materiais ao redor do corpo da vítima Mara Josiane dos Santos, encontrado três dias antes. [1]

O caso chegou a ser noticiado no Jornal Nacional da Rede Globo.

Biografia

Roneys era casado, pai de dois filhos e trabalhava como segurança e vendedor autônomo. Sua mãe era garota de programa e foi assassinada na cidade de Campo Mourão quando ele tinha sete anos de idade, após o qual ele teria ido morar perto de torres de energia elétrica.

Ele já tinha passagens pela polícia por receptação e roubo a banco.

Foi preso aos 40 anos de idade.

Crimes

A polícia já trabalhava com a possibilidade da atuação de um assassino em série na região, tendo um mapeamento de todas as mortes em circunstâncias parecidas acontecidas durante vários anos, mas foi só depois de encontrar o corpo de Mara Josiane dos Santos, em 27 de julho de 2015, que os policiais chegaram a Roneys, após encontrar vestígios e imagens de vídeo que o colocavam na cena do crime.

Em depoimento, o assassino, além de detalhar algumas mortes, disse que teria matado outras cinco mulheres, no entanto, a polícia acredita que o número de vítimas seja maior. [2] [3]

Após a prisão, outras mulheres prestaram depoimento e disseram que Roneys havia tentado matar outras garotas de programa e inclusive um travesti. [4]

Roneys responde por seis homicídios e ocultação de cadáveres.

Elucidando a morte de Mara Josiane: o Maníaco da Torre é preso

Os investigadores encontraram as roupas de Mara Josiane a três quilômetros de distância de onde o corpo estava. Ao lado das roupas, a polícia achou pedaços de um para-choque de um carro azul. Conforme as investigações, o suspeito tinha um veículo azul e o para-choque desse automóvel estava danificado. Os pedaços que estavam com a polícia se encaixaram perfeitamente na parte estragada. Além disso, uma câmera de trânsito flagrou o automóvel no dia e local em que a mulher teria sido morta. Foi com esses indícios que a polícia pediu a prisão de Roneys. [5]

O depoimento de Roneys

Preso, Roneys disse que pós acertar o programa com Mara, teria seguido até uma rua escura. Lá, ela teria tirado sua roupa dentro do carro, mas os dois teriam se desentendido sobre o uso do preservativo, após o que ela teria tentado lhe tomar as chaves do veículo. Temendo ser preso, pois teria visto uma viatura da PM por perto, caso ela saísse correndo nua, ele então a teria estrangulado.

Após constatar sua morte, Roneys declarou ter seguido por um carreador de um milharal até próximo a uma torre de alta tensão, onde pretendia deixar o corpo, mas, ao ver a movimentação de veículos próximo ao local, teria mudado de ideia. Por isto, teria deixado ali apenas parte das roupas de Mara, tendo seguido depois por cerca de um quilômetro até outra propriedade rural, deixando a vítima num milharal, onde "arrumou" o corpo e rezou “pedindo perdão por seu ato e pela vítima”.

Sobre a escolha das vítimas, Roneys disse que isto acontecia de forma aleatória.

Ele também esclareceu detalhes como: para evitar ser arranhado, o que poderia deixar vestígios nas unhas, deitava o banco do carro de maneira a dificultar a reação da vítima; que rezava pelas vítimas que havia matado; que matava geralmente as prostitutas que se recusavam a fazer o que ele pedia; que depois acompanhava os casos pela TV; que todos os corpos de mulheres encontrados na região da torre localizada na Estrada da Roseira teriam sido deixados por ele e que depois do local ficar “manjado” demais, teria começado a deixar as vítimas em outros pontos. [6]

Motivação

Segundo depoimento, ele tinha “ódio de prostitutas” porque sua mãe tinha sido prostituta e também havia sido assassinada, sem que o autor do crime fosse preso, o que lhe teria causado um trauma. Depois da morte da mãe, ele teria ido morar perto de torres de energia elétrica. [7] [8]

Modus operandi

Matava por estrangulamento/asfixia e deixava os corpos nus, de barriga para cima, sempre no meio de plantações e embaixo de torres de transmissão de energia.

Vítimas

Edinalva José da Paz: morreu aos 19 anos por asfixia e seu corpo foi encontrado em 07 de dezembro de 2010. Roneys não admitiu este crime, mas o telefone da vítima foi encontrado com uma amiga do assassino. [9]

Mara Josiane dos Santos: tinha 36 anos e morreu estrangulada. Seu corpo foi encontrado em 27 de julho de 2017. Foi junto às roupas de Mara que policiais encontraram uma parte de uma peça do carro de Roneys, o que levou a sua prisão.

Julgamento e penas

O primeiro caso julgado, em Maringá, em 14 março de 2019, foi o de Edinalva, morta em 2010. O réu respondeu pelos crimes de homicídio duplamente qualificado (mediante asfixia e mediante dissimulação, já que teria enganado a vítima dizendo que fariam um programa sexual) e ocultação de cadáver.

No caso de Mara Josiane, o réu responderá por ocultação de cadáver e por homicídio com quatro qualificações: motivo torpe, por asfixia, dissimulação (recurso que dificultou a defesa da vítima) e feminicídio. [10] [11]

No total, Roneys responderá por seis homicídios e ocultação de cadáveres.

Penas

Caso Edinalva: o réu foi condenado a 21 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. [12]

Referências

  1. PR, Do G1 (28 de julho de 2015). «Polícia Civil investiga ligação entre mortes de oito mulheres em Maringá». Norte e Noroeste. Consultado em 16 de março de 2019 
  2. PR, Do G1 (31 de julho de 2015). «'Tinha ódio de prostitutas', diz à polícia suspeito de matar mulheres no PR». Norte e Noroeste. Consultado em 16 de março de 2019 
  3. «Maníaco da Torre será levado a júri popular por crime cometido em 2010. Edinalva José da Paz teria sido uma das primeiras vítimas». Maringá Post. 28 de novembro de 2017. Consultado em 16 de março de 2019 
  4. PR, Luciane Cordeiro Do G1 (31 de julho de 2015). «Segurança preso confessa morte de cinco mulheres, diz Polícia Civil». Norte e Noroeste. Consultado em 16 de março de 2019 
  5. «O maior serial killer de Maringá, Maníaco da Torre vai a júri popular pela morte de Mara, sua última vítima. Denúncia traz agravante de feminicídio». Maringá Post. 8 de agosto de 2018. Consultado em 16 de março de 2019 
  6. «O maior serial killer de Maringá, Maníaco da Torre vai a júri popular pela morte de Mara, sua última vítima. Denúncia traz agravante de feminicídio». Maringá Post. 8 de agosto de 2018. Consultado em 16 de março de 2019 
  7. PR, Do G1 (31 de julho de 2015). «'Tinha ódio de prostitutas', diz à polícia suspeito de matar mulheres no PR». Norte e Noroeste. Consultado em 16 de março de 2019 
  8. Inteligentes, PDi Publicador Digital Inteligente-MSWI Soluções Web. «Maníaco da Torre é condenado a 21 anos e 4 meses de prisão». www.tribunadecianorte.com.br. Consultado em 16 de março de 2019 
  9. «Maníaco da Torre será levado a júri popular por crime cometido em 2010. Edinalva José da Paz teria sido uma das primeiras vítimas». Maringá Post. 28 de novembro de 2017. Consultado em 16 de março de 2019 
  10. «O maior serial killer de Maringá, Maníaco da Torre vai a júri popular pela morte de Mara, sua última vítima. Denúncia traz agravante de feminicídio». Maringá Post. 8 de agosto de 2018. Consultado em 16 de março de 2019 
  11. Inteligentes, PDi Publicador Digital Inteligente-MSWI Soluções Web. «Maníaco da Torre é condenado a 21 anos e 4 meses de prisão». www.tribunadecianorte.com.br. Consultado em 16 de março de 2019 
  12. «'Maníaco da Torre' é condenado a 21 anos e 4 meses de prisão». G1. Consultado em 16 de março de 2019