Manuel Maria da Terra Brum

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Manuel Maria da Terra Brum (2 fevereiro 1825 - 11 julho 1905) foi um comerciante, viticultor, e o 3.º Barão de Alagoa, natural da Ilha do Faial nos Açores.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Manuel Maria da Terra Brum nasceu no dia 2 de fevereiro de 1825 como membro de várias das famílias mais antigas e ilustres do Faial, incluindo os Brum, Terra, e Silveira.[1][2] Os pais eram morgado José Francisco da Terra Brum, 1.º barão de Alagoa e último Capitão-mor do Faial, e Francisca Paula Brum e Silveira.[1][2] Foi irmão do capitão e comerciante Florêncio José Terra Brum e tio do político e escritor Florêncio Terra.

Como seu pai antes dele, Manuel foi um dos maiores viticultores da Ilha do Pico, produzindo 1000 pipas de vinho Verdelho anualmente.[1]

Negócios e baronato[editar | editar código-fonte]

Um comerciante culto e prático, Brum dedicou sua vida ao "desenvolvimento da indústria, agricultura, vinhas e nobre exploração de todas as fontes de riqueza no Faial e Pico".[1] Depois da sua primeira viagem ao estrangeiro criou a Quinta da Silveira em Santo Amaro, que passou a ser "uma das propriedades mais ricas e bonitas dos Açores, rivalizando os jardins decadentes de São Miguel".[1] De fato, Brum "foi para as ilhas do Faial e Pico o que foram para a ilha do Arcanjo [São Miguel] os Cantos e os Jácome Correia, seus amigos e correspondentes."[1] Oídio e filoxera chegaram aos Açores em 1852 e 1873, respectivamente, destruindo vinhas e arruinando o sustento de habitantes pobres do Pico como o dos proprietários ricos da Horta.[2] Batalhando contra essas pragas, Manuel Maria introduziu novos tipos de uva ao Pico, incluindo variedades americanas.[1][2] Sua iniciativa provocou uma renascença de vinhos do Pico, porque outros viticultores adotaram as novas variedades, resultando em novos vinhos.[1] Durante esta conversão de variedades, Manuel Maria gastou uma grande parte da sua fortuna—até vendou seus terrenos em Alagoa—mas conseguiu recuperar seu investimento e recomprar seus terrenos.[1]

Reconhecendo as contribuições de Brum ao povo do Faial e Pico, Rei D. Carlos I de Portugal em sua visita aos Açores em 1901 conferiu a Brum o título de 3.º Barão de Alagoa, título extinto depois da morte de seu irmão José Francisco da Terra Brum II em 1844.[1][2]

Fim de vida[editar | editar código-fonte]

Brum deixou seu nome atrás em vários prédios e obras filantrópicas. Em 28 de novembro de 1859 foi um dos fundadores da sociedade fraterna Amor da Pátria, servindo como presidente por alguns anos.[1] Também serviu como presidente da Caixa Económica Faialense, e responsabilizou-se pela construção duma estrada em Vista Alegre, Faial.[1]

Não teve descendentes diretos, deixando sua casa em Areia Larga, seus terrenos em Alagoa, e várias vinhas, mobiliário, louçaria, e barcos a António da Cunha de Menezes Brum e José Bettencourt V. Correia é Ávila, seus empregados José Pereira e José Francisco de Medeiros, and suas criadas Ricarda Luísa e Constança Margarida, com o resto da fortuna dividida igualmente pelos sobrinhos.[1] Seu funeral aconteceu na tarde de 12 de julho de 1905. O corpo foi acompanhado ao enterro pelos diretores de Amor da Pátria, Luz e Caridade, e do Asilo da Infância Desvalida, como Brum tinha sido protetor e presidente do último.[1]

Referências[editar | editar código-fonte]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d e f g h i j k l m n Ribeiro (2007): p. 163
  2. a b c d e Mónica e Silveira e Sousa (2009): p. 146

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Ribeiro, Fernando Faria (2007). Em Dias Passados: Figuras, Instituições e Acontecimentos da História Faialense. Horta, Açores: Nucleu Cultural da Horta 
  • Mónica, Maria Filomena; Silveira e Sousa, Paulo, eds. (2009). Os Dabney: Uma Familia Americana nos Acores. Lisboa: Tinta da China Edições. ISBN 978-989-671-006-4