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Maria Umbelina Alves Couto

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Maria Umbelina Alves Couto (Campinas, 8 de janeiro de 1848Campinas, 21 de julho de 1903) foi uma benemérita campineira, idealizadora e fundadora do Liceu Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora, tradicional instituição de ensino de Campinas.[1]

Sensibilizada com a sorte de inúmeras crianças cujos pais foram vítimas das epidemias de febre amarela - mal que devastou a cidade em fins do século XIX -, teve Maria Umbelina a ideia de criar uma instituição que cuidasse desses desamparados. Assim, mobilizou toda a sociedade campineira, angariando significativos recursos, além daqueles que ela própria e muitos de seus parentes legaram. Em atitude rara numa época em que o machismo imperava, Maria Umbelina ia pedir, de porta em porta, contribuições para que pudesse concretizar seu objetivo. Ao seu encontro veio o Cônego João Batista Correia Néri, mais tarde o primeiro bispo de Campinas, que posteriormente entregou a instituição aos auspiciosos cuidados dos padres salesianos de Dom Bosco. Graças à iniciativa de Maria Umbelina e à ajuda de Dom Néri, assim como de Geraldo Ribeiro de Sousa Resende e Maria Amélia Barbosa de Oliveira (Barões de Geraldo de Resende) e de Francisco Bueno de Miranda e Amélia Alves Bueno de Miranda - que doaram a área onde foi erguido o colégio - pôde o Liceu ser inaugurado em 1897.[2] Dirigido, como se disse, desde pouco tempo depois de sua fundação, pela ordem salesiana é hoje o Liceu um dos mais importantes educandários campineiros.

Maria Umbelina Couto era filha do Alferes Custódio Manuel Alves, o segundo deste nome, presidente da Câmara Municipal de Campinas (então Vila de São Carlos) na legislatura de 1837-41[3] e de Ana Carolina de Barros. Nascida Maria Umbelina Alves Cruz,[4] casou-se, em 7 de maio de 1870 com o major Antônio Francisco de Andrade Couto, prestante cidadão, comerciante e fazendeiro em Campinas, vereador em diversas legislaturas,[5] assim no Império como na República, com quem teve três filhos:[6] Altemira Alves Couto, casada com o Dr. Adriano Júlio de Barros; Maria Alves Couto, casada com Sabino Júlio de Barros e o major Herculano Alves Couto, casado com Raquel Judite de Oliveira Valente.

Era irmã, entre outros, do Dr. Luís Silvério Alves Cruz, presidente da província de Goiás, e do terceiro Custódio Manuel Alves, cofundador do Clube Semanal de Cultura Artística de Campinas.[7]

A Rua Maria Umbelina Couto, situada no bairro Taquaral daquela cidade, presta tributo a sua memória.

  • AMARAL, Leopoldo. O Liceu Salesiano N. S. Auxiliadora, um monumento erigido pela caridade. In Monografia histórica do Município de Campinas. Rio de Janeiro: Serviço gráfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1952.
  • DUARTE, Rafael de Andrade. Traços biográficos de Custódio Manuel Alves. In Revista do Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas, 1904.
  • NEGRÃO, Ana Maria de Melo. Arcadas do tempo: o Liceu tece 100 anos de história. São Paulo: DBA, 1997.
  • OTÁVIO, Benedito & MELILLO, Vicente (org.). Almanaque histórico e estatístico de Campinas. Campinas: Casa Mascote, 1912.
  • SILVA LEME, Luís Gonzaga da. Genealogia paulistana. São Paulo: Duprat & Comp., 1904-05.

Referências

  1. AMARAL, Leopoldo. O Liceu Salesiano N. S. Auxiliadora, um monumento erigido pela caridade. In Monografia histórica do Município de Campinas. Rio de Janeiro: Serviço gráfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1952, p. 413
  2. NEGRÃO, Ana Maria de Melo. Arcadas do tempo: o Liceu tece 100 anos de história. São Paulo: DBA, 1997.
  3. OTÁVIO, Benedito & MELILLO, Vicente (org.). Almanaque histórico e estatístico de Campinas. Campinas: Casa Mascote, 1912. p. 62
  4. SILVA LEME, Luís Gonzaga da. Genealogia paulistana. São Paulo: Duprat & Comp., 1904-05. Vol. II, p. 425.
  5. OTÁVIO, Benedito & MELILLO, Vicente (org.). Almanaque histórico e estatístico de Campinas. Campinas: Casa Mascote, 1912, pp.65-6
  6. SILVA LEME, Luís Gonzaga da. Genealogia paulistana. São Paulo: Duprat & Comp., 1904-05. Vol III, p. 191.
  7. DUARTE, Rafael de Andrade. Traços biográficos de Custódio Manuel Alves. In Revista do Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas, 1904, p. 35.