Marina Trevisan

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Marina Trevisan
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação astrofísica, engenheira electrotécnica, astrónoma
Prêmios
Empregador(a) Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Marina Trevisan é uma astrofísica brasileira. Em 2019, recebeu o Prêmios L'Oréal-UNESCO para mulheres em ciência por seus estudos em evolução das galáxias e porque elas param de produzir estrelas.[1][2] Atualmente é professora do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.[3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Marina fez graduação em engenharia elétrica na Universidade de São Paulo (USP), quando olhou por um telescópio pela primeira vez e se apaixonou pela astronomia.[4] Em seguida fez mestrado em astrofísica pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).[5] Concluiu seu doutorado em 2012, também em astrofísica, no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, da USP,[6] orientada por Beatriz Barbuy, que também já ganhou o prêmio Para Mulheres em Ciência.[6][2] O título de seu trabalho é "Formação e Evolução de Galáxias: Populações Estelares na Via Láctea, Galáxias Elípticas e Propriedades de Galáxias em Grupos".[7]

Marina fez dois pós-doutorados, um no INPE e outro no Institut d'astrophysique de Paris, na França.[8]

Toda galáxia tem vida útil e precisa de gás para continuar produzindo estrelas. O ambiente onde a galáxia está influencia a sua capacidade de continuar produzindo estrelas, pois processos externos podem remover da galáxia o gás que a compõe, afetando sua evolução. No entanto, ainda não está bem entendido como essa influência ocorre nem quais seus efeitos, e desvendar esse processo foi o foco da pesquisa de Marina.[2][4][9]

A respeito da situação das mulheres na ciência, Marina comenta sobre sua gravidez enquanto cursava o mestrado e da importância que foi o seu parceiro ter sido pai e não deixado as responsabilidades da criação para ela. Comenta também sobre como a sociedade tem cobrança maior sobre a mãe. Quando o pai quando viajou a trabalho, não ouviu comentários sobre ter deixado a filha para trás, mas quando ela viajou a trabalho para Inglaterra e teve sua capacidade com mãe questionada. Marina acredita que o machismo permeia a ciência e a sociedade em geral, e acredita que na Astronomia tem-se reconhecido que isso é um problema e tem-se tomando medidas para diminuí-lo.[5][10] Em 2015, co-autorou uma apresentação sobre assédio moral e sexual na academia, que constatou que mulheres são vítimas desses assédios mais frequentemente do que homens.[11]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Audryn Karolyne (5 de outubro de 2019). «Mulheres na Ciência: 7 pesquisadoras brasileiras ganham bolsas para continuarem seus estudos». O Globo. Cópia arquivada em 6 de outubro de 2019. (pede subscrição (ajuda)) 
  2. a b c «Marina Trevisan, astrofísica e vencedora do prêmio Para Mulheres na Ciência 2019, investiga a evolução das galáxias e por que elas param de produzir estrelas». Prêmio Para Mulheres na Ciência. 18 de setembro de 2019. Consultado em 4 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 28 de dezembro de 2019 
  3. «Marina Trevisan - Orientadores com Credenciamento Pré-Aprovado». Instituto de Física - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Consultado em 4 de outubro de 2020 
  4. a b Pesquisadora da UFRGS é uma das vencedoras de prêmio de ciência | Repórter Brasil | TV Brasil | Notícias, 16 de agosto de 2019, consultado em 4 de outubro de 2020 
  5. a b Audryn Karolyne (11 de outubro de 2019). «Astrofísica premiada lembra críticas por deixar filha para viajar a trabalho: 'Tive minha capacidade como mãe questionada'». O Globo. Cópia arquivada em 14 de outubro de 2019. (pede subscrição (ajuda)) 
  6. a b «Marina Trevisan». Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas - Universidade de São Paulo. Consultado em 4 de outubro de 2020 
  7. Marina Trevisan (2012). «Formação e Evolução de Galáxias: Populações Estelares na Via Láctea, Galáxias Elípticas e Propriedades de Galáxias em Grupos» (PDF). São Paulo: Universidade de São Paulo - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas - Departamento de Astronomia. Consultado em 4 de outubro de 2020 
  8. Alexandre Paz (13 de agosto de 2019). «Pesquisadora da UFRGS é uma das vencedoras do prêmio Para Mulheres na Ciência». GZH. Consultado em 4 de outubro de 2020 
  9. Maria Clara Rossini (28 de agosto de 2020). «Conheça o trabalho da cientista que estuda fertilidade das galáxias». Superinteressante. Abril. Consultado em 18 de novembro de 2020 
  10. Maria Fernanda Chaves (1 de outubro de 2019). «Marina Trevisan e Mônica Tergolina - Programa Lugar de Mulher». Lume Repositório Digital - UFGRS | UFRGS TV. Consultado em 4 de outubro de 2020 
  11. Rafael S. de Souza; Emille E. O. Ishida; Marina Trevisan; Josephine Rua; Maria Elidaiana da S. Pereira (17 de julho de 2015). «LACAN - Levantamento do Ambiente Científico na Astronomia Nacional» (PDF). X Escola do CBPF, Rio de Janeiro