Massacre de Aïgbado

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Massacre de Aïgbado
Guerra Civil da República Centro-Africana
Local Aïgbado e Yanga, Haute-Kotto, República Centro-Africana
Coordenadas 6° 53′ 44,52″ N, 21° 45′ 43,56″ L (Aïgbado), 7° 21′ 46,8″ N, 21° 35′ 47″ L (Yanga)
Data 16–17 de janeiro de 2022
Tipo de ataque Massacre
Arma(s) Armas de fogo
Mortes 65 (excluindo 2 assaltantes)
Feridos 100+[1] (excluindo 2 assaltantes)
Vítimas 756 pessoas deslocadas
Responsável(is) Rússia Grupo Wagner
República Centro-Africana Forças Armadas Centro-Africanas

O massacre de Aïgbado ocorreu nos dias 16 e 17 de janeiro de 2022, quando pelo menos 65 civis foram mortos por mercenários russos do Grupo Wagner apoiados pelas Forças Armadas Centro-Africanas nos povoados de Aïgbado e Yanga, perto de Bria, na República Centro-Africana, durante uma operação contra os rebeldes da Coalizão de Patriotas pela Mudança.

Ataque[editar | editar código-fonte]

Em 16 de janeiro de 2022, pouco antes do meio-dia, os mercenários do Grupo Wagner fortemente armados deixaram Bria em direção a N'dele e chegaram ao vilarejo de Aïgbado, localizado a 75 km de Bria. A população local começou a entrar em pânico ao ver sua presença. Os mercenários começaram a atirar indiscriminadamente na multidão e também incendiaram uma dezena de casas. Os rebeldes da União para a Paz na República Centro-Africana que estavam presentes em áreas próximas, os atacaram ferindo quatro mercenários. Em seguida, o Grupo Wagner deslocou-se em direção ao vilarejo de Yanga, a 70 km de Aïgbado.[2] Dois membros do grupo Wagner morreram mais tarde devido aos ferimentos, seus corpos foram transportados para Bangui. Eles estabeleceram uma base em Aïgbado depois[3] e teriam impedido que qualquer pessoa entrasse ou saísse da área,[1] enquanto, segundo fontes, apenas mulheres e crianças feridas foram autorizadas a deixar as aldeias.[4] Após o evento, os mercenários colocaram minas terrestres para impedir que as forças de paz chegassem ao vilarejo.[5] No final de fevereiro, os agentes humanitários não conseguiram acessar a área.[4]

De acordo com as estimativas mais recentes, pelo menos 65 pessoas foram mortas.[1] Algumas foram atingidas por balas de armas pesadas durante a operação, enquanto outras foram levadas para o matagal e executadas sumariamente. Entre as vítimas estavam mulheres e pelo menos duas crianças.[6] Alguns feridos conseguiram chegar a Bria. Segundo os sobreviventes, eram muitos corpos na floresta. Pescadores locais teriam retirado pelo menos catorze cadáveres, incluindo mulheres e crianças do rio La Kotto.[1] 756 pessoas foram forçadas a fugir para Boungou na mesma prefeitura. As casas foram saqueadas e incendiadas durante os confrontos.[7]

Reações[editar | editar código-fonte]

As forças de paz das Nações Unidas (MINUSCA) teriam enviado uma equipe humanitária para a área para avaliar a situação e investigar os assassinatos. O governo da República Centro-Africana negou oficialmente quaisquer baixas civis durante a operação.[8]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]