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Menina e Moça: diferenças entre revisões

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'''Menina e Moça''' é a primeira novela pastoril da [[Península Ibérica]], escrita em português por [[Bernardim Ribeiro]]. O nome advém da frase de abertura da novela, com que ficou conhecida:
'''Menina e Moça''' é a primeira novela pastoril da [[Península Ibérica]], escrita em português por [[Bernardim Ribeiro]]. O nome advém da frase de abertura da novela, com que ficou conhecida:


:''Menina e moça me levaram de casa de minha mãe para muito longe. Que causa fosse então a daquela minha levada, era ainda pequena, não a soube. Agora não lhe ponho outra, senão que parece que já então havia de ser o que depois foi. Vivi ali tanto tempo quanto foi necessário para não poder viver em outra parte. Muito contente fui em aquela terra, mas, coitada de mim, que em breve espaço se mudou tudo aquilo que em longo tempo se buscou e para longo tempo se buscava. Grande desaventura foi a que me fez ser triste ou, per aventura, a que me fez ser leda. Depois que eu vi tantas cousas trocadas por outras, e o prazer feito mágoa maior, a tanta tristeza cheguei que mais me pesava do bem que tive, que do mal que tinha.''<div align=right>Início de ''Menina e Moça''</div>
:''Menina e moça me levaram de casa de minha mãe para muito longe ou seja foi desterrada. Que causa fosse então a daquela minha levada, era ainda pequena, não a soube. Agora não lhe ponho outra, senão que parece que já então havia de ser o que depois foi. Vivi ali tanto tempo quanto foi necessário para não poder viver em outra parte. Muito contente fui em aquela terra, mas, coitada de mim, que em breve espaço se mudou tudo aquilo que em longo tempo se buscou e para longo tempo se buscava. Grande desaventura foi a que me fez ser triste ou, per aventura, a que me fez ser leda. Depois que eu vi tantas cousas trocadas por outras, e o prazer feito mágoa maior, a tanta tristeza cheguei que mais me pesava do bem que tive, que do mal que tinha.''<div align=right>Início de ''Menina e Moça''</div>


Bernardim Ribeiro era leitor de autores clássicos como [[Virgílio]], [[Ovídio]], [[Petrarca]], não era um erudito. Utilizou uma linguagem repleta de arcadismo.<ref>Menina e Moça, romance de Bernardim Ribeiro, editado por três vezes no séc. XVI: 1554 (Ferrara, com o título História de Menina e Moça), 1557-58 (Évora, com o título Saudades) e 1559 (Colónia, a partir da 1.ª edição), incluindo a 2.ª edição um prolongamento, que se costuma aceitar como sendo do autor, até ao cap. XXIV.</ref>
Bernardim Ribeiro era leitor de autores clássicos como [[Virgílio]], [[Ovídio]], [[Petrarca]], não era um erudito. Utilizou uma linguagem repleta de arcadismo.<ref>Menina e Moça, romance de Bernardim Ribeiro, editado por três vezes no séc. XVI: 1554 (Ferrara, com o título História de Menina e Moça), 1557-58 (Évora, com o título Saudades) e 1559 (Colónia, a partir da 1.ª edição), incluindo a 2.ª edição um prolongamento, que se costuma aceitar como sendo do autor, até ao cap. XXIV.</ref>

Revisão das 21h23min de 13 de março de 2012

Hystoria de menina e moça, 1554.

Menina e Moça é a primeira novela pastoril da Península Ibérica, escrita em português por Bernardim Ribeiro. O nome advém da frase de abertura da novela, com que ficou conhecida:

Menina e moça me levaram de casa de minha mãe para muito longe ou seja foi desterrada. Que causa fosse então a daquela minha levada, era ainda pequena, não a soube. Agora não lhe ponho outra, senão que parece que já então havia de ser o que depois foi. Vivi ali tanto tempo quanto foi necessário para não poder viver em outra parte. Muito contente fui em aquela terra, mas, coitada de mim, que em breve espaço se mudou tudo aquilo que em longo tempo se buscou e para longo tempo se buscava. Grande desaventura foi a que me fez ser triste ou, per aventura, a que me fez ser leda. Depois que eu vi tantas cousas trocadas por outras, e o prazer feito mágoa maior, a tanta tristeza cheguei que mais me pesava do bem que tive, que do mal que tinha.
Início de Menina e Moça

Bernardim Ribeiro era leitor de autores clássicos como Virgílio, Ovídio, Petrarca, não era um erudito. Utilizou uma linguagem repleta de arcadismo.[1]

Em 1554, na oficina do judeu emigrado de Portugal Abraão Usque, em Ferrara se editou as obras de Ribeiro. Menina e Moça foi editada com o título de História de Menina e Moça. Uma segunda edição, de 1557-58, em Évora, com o titulo de Saudades uma terceira realizada em Colônia a partir da primeira edição.

Referências

  1. Menina e Moça, romance de Bernardim Ribeiro, editado por três vezes no séc. XVI: 1554 (Ferrara, com o título História de Menina e Moça), 1557-58 (Évora, com o título Saudades) e 1559 (Colónia, a partir da 1.ª edição), incluindo a 2.ª edição um prolongamento, que se costuma aceitar como sendo do autor, até ao cap. XXIV.

  • Antonio Gallego Morell: Bernardim Ribeiro y su novela „Menina e Moça“. (= Biblioteca hispano-lusitana; 4). Bermejo, Madrid 1960

Ligações externas