Miróbriga: diferenças entre revisões
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O local arqueológico de '''Miróbriga''' situa-se nas proximidades da cidade [[Portugal|portuguesa]] de [[Santiago do Cacém]]. |
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==História== |
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Miróbriga representa um dos mais marcantes vestígios da ocupação dos [[romanos]] no Sudoeste de Portugal. Foi classificada de [[Imóvel de Interesse Público]], em [[1940]]. |
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A cidade romana estende-se por mais de 2 km, apresentando ruínas de edifícios de habitação, ruas pavimentadas, um [[hipódromo]], [[termas]], uma [[ponte]] e um [[fórum]]. |
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O Fórum de Miróbriga encontra-se localizado numa zona chamada de "Castelo Velho", o [[topónimo]] de castelo, no sul indica inúmeras vezes ocupação [[Povos pré-romanos em Portugal|pré-romana]]. É o caso de Mirobriga. Foi ocupada já desde a [[Idade do Bronze]], e do Ferro onde beneficiou das trocas comerciais [[púnico|púnicas]] no {{séc|IV a.C.}} |
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A partícula "briga" parece indicar a [[celta|celtização]] da zona. A ocupação propriamente romana dá-se no {{séc|I d.C.}}, e possivelmente teria o estatuto de [[Estipendiária]]. A sua origem etimológica deriva de dois vocábulos [[celtas]] antigos ''miro/more'' (mar) e ''briga'' (fortaleza), pelo que o topónimo significa Fortaleza do Mar. Na época [[pré-romana]] era o povoado principal dos mirobricenses, uma das [[tribo]]s dos [[célticos]], uma confederação tribal cujo território se situava a sul do dos [[lusitanos]] e a norte do território dos [[cónios]] (que correspondia aos atuais [[Algarve]] e sul do [[distrito de Beja]]), ou seja, do sul do rio [[Tejo]] (antigo ''Tagus'') ao rio [[Guadiana]] (antigo ''Anas''), correspondendo, em grande parte, ao atual [[Alentejo]], [[Península de Setúbal]], [[Ribatejo]], a sul do rio [[Tejo]], e parte da [[Estremadura (Espanha)|Estremadura]] espanhola. |
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Na época flaviana o desenvolvimento da cidade foi intenso, podendo mesmo ter chegado a obter o estatuto de [[Municipium]], juntamente com [[Bracara Augusta]] e [[Conímbriga]]. O que seria provável é que controlava muito possivelmente um território relativamente afastado de si, como é o caso de [[Sines]]. |
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O despovoamento de Miróbriga, terá ocorrido, segundo os testemunhos arqueológicos até agora apurados, no {{séc|IV d.C.}}, altura da decadência do império romano registado amiúde em outras cidades. |
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==Património== |
==Património== |
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[[imagem:Miróbriga by Henrique Matos 01.jpg|thumb|250px|Templo de Vénus]] |
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Revisão das 13h48min de 19 de junho de 2013
O local arqueológico de Miróbriga situa-se nas proximidades da cidade portuguesa de Santiago do Cacém. ==Hi
Património
Podemos apreciar um fórum, muito possivelmente construído no século I d.C., e as termas que terão sido edificadas na centúria seguinte, um templo, com o propósito cultual. Este mesmo templo está destacado no seio da urbe. Ocupa um lugar central no fórum. Existe uma outra estrutura com funções igualmente cultuais, segundo Dom Fernando de Almeida - o Templo de Vénus.
As termas são das mais bem conservados no país. Temos as termas este, edificadas no século II d.C., e as termas oeste que viram o nascer do dia por volta da segunda metade do mesmo século. Tanto a escolha topográfica para a implantação, como os materiais para a sua construção foram escrupolosamente pensadas. Existe uma zona de entrada, com salas para massagens, vestiário, e zona de água fria (frigidarium) e água quente (caldarium).
O hipódromo é o único registado em Portugal. Mede 369 X 75 metros, e teria provavelmente bancadas de madeira.
Foram também postas a descoberto várias habitações contendo pinturas murais.
- BARATA, Maria Filomena. Os Balneários de Miróbriga.
- BARATA, Maria Filomena. «As Habitações Romanas de Miróbriga e os Ritos Domésticos Romanos», in Revista Portuguesa de Arqueologia, vol. 2, n.º 2, 1999.
- BARATA, Maria Filomena. «Trabalhos Arqueológicos na Ponte Romana de Miróbriga», in Vipasca, n.º 8, Aljustrel.
- MARECO, Patrícia. «Ruínas Romanas de Miróbriga», in Sítios Arqueológicos e Centros de Interpretação, em Portugal: Alentejo e Algarve, pp 108-119.
- MARQUES, João António. Pontes Históricas do Alentejo. Lisboa: IPPAR, 2005. ISBN 972-8736-87-8
Legislação
- Decreto n.º 30762, de 26 de setembro de 1940, que classifica como imóvel de interesse público a «área do Castelo Velho, com as ruínas da cidade romana adjacente descobertas na herdade dos Chão Salgados, subúrbios de Santiago do Cacém.»
- Decreto n.º 32973, de 18 de agosto de 1943, que classifica como imóvel de interesse público a «área do Castelo Velho, com as ruínas da cidade romana adjacente», no concelho de Santiago do Cacém, distrito de Setúbal.
- Portaria n.º 1135/91, de 5 de novembro, que fixa o perímetro da zona especial de protecção das Ruínas Romanas de Miróbriga.
Ver também
Ligações externas
- Miróbriga
- Estação Arqueológica de Miróbriga
- Câmara Municipal de Santiago do Cacém - Informação arquelógica