Mirza Khazar
Mirza Khazar | |
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Nome completo | Mirza Kerim oglu Mikayilov |
Nascimento | 29 de novembro de 1947 |
Morte | Göyçay, Azerbaijão |
Nacionalidade | Estados Unidos da América |
Ocupação | Escritor/tradutor |
Mirza Kerim oglu Mikayilov (em azeri: Mirzə Kərim oğlu Mikayılov), conhecido por Mirza Khazar (azeri: Mirzə Xəzər; Göyçay, 29 de Novembro de 1947), é um importante autor, analista político, apresentador, jornalista de rádio e editor azeri, tradutor da Bíblia para a língua azeri.[1] É também conhecido por Mirza Michaeli. Mirza Khazar vive actualmente em Munique, na Alemanha.
Vida precoce
[editar | editar código-fonte]Em Julho de 1973, Mirza Khazar concluiu a licenciatura na Faculdade de Direito da Universidade Estatal do Azerbaijão. De Agosto de 1973 a Janeiro de 1974, trabalhou como advogado em Sumgait. Em Junho de 1974, emigrou para Israel e frequentou cursos especiais para advogados da URSS na Universidade de Telavive. De Junho de 1975 a Janeiro de 1976, esteve ao serviço das Forças de Defesa Israelitas.[2]
Tradução da Bíblia
[editar | editar código-fonte]A pedido do Institut für Bibelübersetzung de Estocolmo, Mirza Khazar traduziu a Bíblia – o Novo Testamento e o Antigo Testamento – para a língua azeri. Mirza Khazar começou a tradução integral da Bíblia em 1975 e concluiu-a em 1984.[3] Em 1982, o Instituto de Tradução da Bíblia de Estocolmo, na Suécia, lançou a tradução moderna do Novo Testamento em língua azeri utilizada no Azerbaijão. A primeira edição foi impressa em Zagrebe, na Croácia. A tradução do Novo Testamento por Mirza Khazar foi reimpressa cinco vezes nos anos seguintes. Concluiu a tradução do Antigo Testamento em 1984, mas esta ainda não foi impressa.[carece de fontes]
Contextualização: A primeira tradução em Azeri realizada por Mirza Farrukh e Feliks Zaręnba foi o Evangelho segundo S. Mateus, publicada em 1842 em Londres pela Sociedade Missionário de Basileia. O Novo Testamento completo foi integralmente traduzido e publicado em 1878 em Londres e o Velho Testamento em 1891.[carece de fontes]
Obra
[editar | editar código-fonte]De Agosto de 1976 a Outubro de 1985, Mirza Khazar trabalhou como chefe de redacção executivo do Serviço Azeri Radio Free Europe/Radio Liberty em Munique, na Alemanha. Em Outubro de 1985, foi convidado para ir a Washington, D.C. como chefe de redacção do Serviço Azeri de Rádio Voice of America. Em Fevereiro de 1987, Mirza Khazar regressou a Munique para conduzir o Serviço Azeri Radio Free Europe/Radio Liberty, onde trabalhou até Setembro de 2003.[4] Em Janeiro de 2004, fundou o jornal Voice of Mirza Khazar (Mirzə Xəzərin Səsi) em Bacu. Mirza Khazar dirige actualmente o jornal on-line The Voice of Mirza Khazar em três línguas: Azeri, Inglês e russo. De Setembro a Outubro de 2005, Mirza Khazar foi o apresentador da Azadlig TV (Freedom TV), a primeira estação de televisão independente a transmitir a partir de um país estrangeiro para o Azerbaijão.[5] Em Dezembro de 2005, lançou um programa de rádio na Internet, The Voice of Mirza Khazar, onde se pode ouvir músicas pré-gravadas.[6]
Artigos
[editar | editar código-fonte]Os artigos de Mirza Khazar sobre a situação política e económica no Azerbaijão e nos antigos estados soviéticos foram publicados no Azerbaijão, na Turquia, na República Checa e noutros países. The Formation of the Popular Front in Azerbaijan (A Formação da Frente Popular no Azerbaijão) (28 de Dezembro de 1988) foi o seu primeiro documento de pesquisa sobre as tentativas de intelectuais e patriotas locais de lançar um novo movimento nacional democrático no Azerbaijão. A Frente Popular do Azerbaijão foi criada oficialmente em 1989.[7] Em Agosto de 1989, foi publicado o artigo da sua autoria Birlik Society in the Azerbaijani Democratic Movement (A Sociedade Birlik no Movimento Democrático Azeri).[8]
1990 Janeiro Negro
[editar | editar código-fonte]Durante o massacre do Janeiro Negro, os Soviéticos conseguiram suprimir todos os esforços para divulgar notícias do Azerbaijão à população local e à comunidade internacional. Na véspera da invasão militar soviética em Bacu, agentes de informações destruíram uma fonte de fornecimento de energia da TV e Rádio do Estado para impedir a população de aceder a qualquer fonte de informação.[9] A TV e a Rádio foram silenciadas e a imprensa foi banida. Mas, Mirza Khazar e o seu pessoal da Radio Free Europe/Radio Liberty conseguiram transmitir notícias diárias de Bacu, sendo esta a única fonte de informação para o povo do Azerbaijão dentro e fora do país por vários dias.[10] A liderança do Kremlin tentou a todo o custo evitar que a população de dentro e fora do Azerbaijão tivesse conhecimento da invasão militar, mas Mirza Khazar e o seu pessoal frustrou essa tentativa. Graças a Mirza Khazar e ao seu pessoal da Radio Liberty, o povo de dentro e fora do Azerbaijão, assim como a comunidade internacional, souberam da invasão soviética e tiveram a oportunidade de organizar acções de protesto. Chocado por este acontecimento “surpreendente”, o governo da URSS queixou-se oficialmente aos Estados Unidos sobre a cobertura dada pela Radio Liberty à invasão militar do Azerbaijão.[11] As emissões de 20 de Janeiro de 1990, transformaram Mirza Khazar numa lenda entre o povo dentro e fora do Azerbaijão. Melahet Agacankizi, uma famosa poetisa e escritora azeri, descreveu o aparecimento de Mirza Khazar na rádio na altura da invasão militar soviética da seguinte forma: “A 20 de Janeiro, Mirza Khazar com a voz divina que Deus lhe deu, encheu de esperança o povo moribundo Azeri.”[12] A sua voz distinta e o seu nome são conhecidos pelo povo dentro e fora do Azerbaijão.[13]
Prémios
[editar | editar código-fonte]O seu nome consta do livro “Os 100 Grandes Azerbaijanos”, criado pela importante investigadora e escritora azeri Alisa Nijat e publicado em Baku em 1999.[14] Em 1990, a Frente Popular do Azerbaijão entregou a Mirza Khazar o prémio Mammed Amin Rasulzade pelo seu papel no movimento nacional democrático no Azerbaijão. Mammed Amin Rasulzade foi um dos fundadores da primeira República independente do Azerbeijão em 1918.[15] Sabir Rustamkhanly, um importante escritor e político azeri, descreveu Mirza Khazar como “um símbolo da nossa luta nacional” na sua entrevista ao jornal Cumhuriyet em Setembro de 2003.[carece de fontes]
Referências
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 23 de setembro de 2009. Arquivado do original em 2 de fevereiro de 2011
- ↑ Biografia[ligação inativa]
- ↑ Bible Translations by Language
- ↑ «Горские.ру». Consultado em 23 de setembro de 2009. Arquivado do original em 2 de fevereiro de 2011
- ↑ FROM ABROAD, AZERBAIJANI TV STATIONS TRY TO SPEAK OUT
- ↑ «Mirza Khazar's Internet Radio». Consultado em 23 de setembro de 2009. Arquivado do original em 25 de maio de 2009
- ↑ Reference to Mirza Michaeli, the book “Ethnic Fears and Ethnic War In Karabagh”, by Stuart J. Kaufman, University of Kentucky, October 1998
- ↑ Reference to Mirza Michaeli, the book “Soviet-American relations after the cold war”, by Robert Jervis, Seweryn Bialer, Duke University Press
- ↑ 20 January 1990: Black Face of the Red Terror in Azerbaijan
- ↑ Black January: Baku (1990)
- ↑ Soviet Officials Charge Voice of America, Radio Liberty Fueled Riots
- ↑ «Article on Mirza Khazar». Consultado em 23 de setembro de 2009. Arquivado do original em 23 de julho de 2011
- ↑ Broadcasting Freedom: The Cold War Triumph of Radio Free Europe
- ↑ «100 größe Aserbaidschaner». Consultado em 24 de setembro de 2009. Arquivado do original em 3 de março de 2016
- ↑ Demokratische Republik Aserbaidschan