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Modelo de aquisição de habilidades de Dreyfus

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Nos campos da educação e investigação operacional, o Modelo de Aquisição de Habilidades dos Dreyfus modela como estudantes adquirem habilidades através de instrução formal e prática. Os irmãos Stuarty e Hubert Dreyfus propuseram o modelo em 1980 em um influente relatório das suas pesquisas na universidade de Berkeley.[1] O modelo originalmente propunha que um estudante passa por cinco estágios distintos: Iniciante, competente, proeficiente, experiente e mestre.

O modelo de cinco estágios

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No estágio de iniciante, uma pessoa segue regras como são apresentadas, sem analisar contexto, sem senso de responsabilidade além das regras em si. Competência desenvolve-se quando o indivíduo desenvolve princípios organizacionais para rapidamente acessar as regras relativas a uma tarefa; daí, a competência é caracterizada por tomada de decisão ativa na escolha de um caminho de ação. Proficiência é mostrada por indivíduos que desenvolvem intuição para guiar suas decisões e criam suas próprias regras para formular planos. O progresso é, portanto, da rígida fidelidade às regras para um modo intuitivo de raciocínio baseado no conhecimento tácito.

Michael Eraut resume os cinco estágios de habilidade crescente da seguinte forma:[2]

1. Novato
  • "rígida fidelidade às regras ou planos ensinados"
  • nenhum trabalho de "julgamento discricionário"
2. Iniciante avançado
  • "percepção situacional" limitada
  • todos os aspectos do trabalho tratados separadamente com igual importância
3. Competente
  • lida com múltiplas tarefas e acumulação de informação
  • alguma percepção de ações com relação a um objetivo
  • discute planejamento
  • formula rotinas
4. Proficiente
  • visão holística da situação
  • prioriza importância de aspectos
  • "percebe mudanças em relação aos padrões regulares"
  • aplica máximas (regras/princípios) para orientação, com significados que se adaptam à situação corrente
5. Experiente
  • transcende confiança nas regras, guias e maxim
  • "atuação intuitiva de situações baseadas em conhecimento tácito profundo"
  • tem "visão do que é possível"
  • usa "abordagem analítica" em situações novas ou em casos de problemas

O modelo original dos Dreyfus é baseado em quatro qualidades binárias:

  • Recordação (não-situacional e situacional)
  • Reconhecimento (decomposta ou holística)
  • Decisão (analítica ou intuitiva)
  • Consciência (monitorada ou absorvida)

Isto leva a cinco papéis:

1. Iniciante
  • recordação não-situacional, reconhecimento decomposto, decisão analítica, consciência monitorada
2. Competente
  • recordação situacional, reconhecimento decomposto, decisão analítica, consciência monitorada
3. Proficiente
  • recordação situacional, reconhecimento holístico, decisão analítica, consciência monitorada
4. Experiente
  • recordação situacional, reconhecimento holístico, decisão intuitiva, consciência monitorada
5. Mestre
  • recordação situacional, reconhecimento holístico, decisão intuitiva, consciência absorvida

Exemplo de uso do modelo

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  • Verificando progresso de desenvolvimento de habilidade.
  • Ajudando a definir um nível desejado de competência.
  • Suporta progresso em desenvolvimento de habilidade, através do entendimento das necessidades de aprendizado e estilos de aprendizados em diferentes níveis de habilidade.
  • Ajudando a determinar quando um aprendiz está preparado para ensinar outros.

Criticismo ao modelo

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Uma crítica ao modelo de Dreyfus foi apresentada por Gobet e Chassy,[3][4] que também propuseram uma teoria alternativa de intuição. De acordo com estes autores, não há nenhuma evidência empírica para a presença de estágios no desenvolvimento de expertise. Além disso, enquanto o modelo argumenta que pensamento analítico não se aplica a nenhum papel com pessoas experientes, que agem apenas intuitivamente, há muita evidência que experientes, na verdade, possuem uma lenta capacidade de resolver problemas (e.g. leia sobre xadrez).

Referências

  1. Dreyfus, Stuart E.; Dreyfus, Hubert L. (fevereiro de 1980). «A Five-Stage Model of the Mental Activities Involved in Directed Skill Acquisition» (PDF). Washington, DC: Storming Media. Consultado em 8 de março de 2015 
  2. Cheetham, Graham; Chivers, Geoff (2005). Professions, Competence and Informal Learning. Cheltenham: Edward Elgar Publishing. p. 337. ISBN 1-84376-408-3  Reprinted from Eraut, Michael (1994). Developing Professional Knowledge and Competence. London: Falmer Press. p. 124. ISBN 0-7507-0330-X 
  3. Gobet. F. & Chassy, P. (2008). Towards an alternative to Benner’s theory of expert intuition in nursing: A discussion paper. International Journal of Nursing Studies, 45, 129-139.
  4. Gobet. F. & Chassy, P. (2009). Expertise and intuition: A tale of three theories. Minds and Machines, 19, 151-180.

Leitura posterior

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Modelo de Dreyfus & Dreyfus de habilidades e competências no meu ponto de vista é individualizado e especializado. Um ser humano não tem capacidade de resolver todos os problemas em diversas áreas do conhecimento para se tornar Mestre, Doutor ou mesmo pHD. Kátia de Cássia Pires.

Ligações externas

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