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==Introdução==
A família '''Monimiaceae''', pertencente à ordem [[Laurales]] (APG III, 2009) engloba 28 gêneros e 195-200 espécies (Renner et al. 2010). Tem ocorrência principalmente na América Tropical, Madagascar e Oceania, também são representadas em menor número na Austrália, Nova Zelândia e uma espécie na África. Seus principais centros de dispersão são o Arquipélago Malaio e o sul-sudeste brasileiro (Peixoto & Pereira-Moura 2008, Renner et al. 2010). As Monimiaceae são árvores ou arbustos, raramente escandentes ou lianas (cipós e trepadeiras), plantas monóicas ou [[dióicas]].
A família '''Monimiaceae''', pertencente à ordem [[Laurales]] (APG III, 2009) engloba 28 gêneros e 195-200 espécies (Renner et al. 2010). Tem ocorrência principalmente na América Tropical, Madagascar e Oceania, também são representadas em menor número na Austrália, Nova Zelândia e uma espécie na África. Seus principais centros de dispersão são o Arquipélago Malaio e o sul-sudeste brasileiro (Peixoto & Pereira-Moura 2008, Renner et al. 2010). As Monimiaceae são árvores ou arbustos, raramente escandentes ou lianas (cipós e trepadeiras), plantas monóicas ou [[dióicas]].


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Revisão das 01h03min de 15 de junho de 2013

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMonimiaceae
Peumus
Peumus
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Laurales
Família: Monimiaceae
Wikispecies
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Monimiaceae

Introdução

A família Monimiaceae, pertencente à ordem Laurales (APG III, 2009) engloba 28 gêneros e 195-200 espécies (Renner et al. 2010). Tem ocorrência principalmente na América Tropical, Madagascar e Oceania, também são representadas em menor número na Austrália, Nova Zelândia e uma espécie na África. Seus principais centros de dispersão são o Arquipélago Malaio e o sul-sudeste brasileiro (Peixoto & Pereira-Moura 2008, Renner et al. 2010). As Monimiaceae são árvores ou arbustos, raramente escandentes ou lianas (cipós e trepadeiras), plantas monóicas ou dióicas.

Etimologia

O nome da família é originária a partir do gênero Monimia, Thouars (05 de novembro de 1758, Bournois - 12 de maio de 1831, Paris). A abreviatura cíentifica Thouars, é usada para indicar o importante botânico francês Louis Marie Aubert Du Petit-Thouars como uma autoridade na descrição e classificação científica das plantas.

Morfologia

Apresenta inflorescência cimosa, flores não vistosas, são unissexuadas (plantas monoicas ou dioicas) ou raramente bissexuadas, são actinomorfas, monoclamídeas, possuem cálice com três ou mais sépalas, dialissépalo, estames oito ou mais – numerosos, anteras geralmente com deiscência remosa ou por fenda circular (Hennecartia), gineceu dialicarpelar, tem carpelos de um ou mais – números, ovário súpero (flores frequentemente períginas), placentação pêndula, uniolvulado. Quanto ao fruto: é múltiplo, são frutículos drupáceos, com hipanto tornando-se carnoso e, às vezes, envolvendo-os (Grazielanthus e Hennecartia).

Distribuição

A família Monimiaceae possui uma distribuição pantropical, cuja distribuição cobre as regiões tropicais de todos os continentes, ou seja, estão presentes nas regiões tropicais da África, Ásia e nas Américas, incluindo cerca de 20 gêneros e 250 espécies. No Brasil ocorrem cinco gêneros e cerca de, 43 espécies, a maioria delas encontradas na Mata Atlântica da Região Sudeste, onde ocorrem todos os gêneros e mais de oitenta por cento das espécies descritas.

Caracteres evolutivos

Evolutivamente a morfologia floral de Monimiaceae é expressa geralmente em termos de redução, tanto em tamanho quanto em número de partes florais; apresenta reestruturação da orientação dessas partes de espiral para radial e finalmente decussado; no fechamento do receptáculo das flores femininas; em transição de carpelos livres para um gineceu sincárpico e ínfero. Outras características da anatomia da madeira, do grão de pólen, da arquitetura da folha e da progressão de monoecia para dioecia também foram assinaladas pelo pesquisador Lorence. Em algumas espécies como, Hennecartia omphalandra, podemos observar nas folhas: venação marginal que se forma pela anastomose das nervuras de menor calibre, de onde partem terminações livres, simples ou ramificadas, caracterizando como "incompleta" a venação marginal nas regiões de contorno regular, compreendidas como as áreas entre duas terminações pontiagudas. Estas áreas pontiagudas são formadas pelo prolongamento de uma nervura secundária ou terciária, o que confere rigidez a essa região.

Reprodução

Nas angiospermas mais primitivas, e em todas as Magnoliídeas, grãos de pólen são libertados na condição de duas células (uma célula do tubo, que se expande para formar o tubo de pólen de germinação e uma célula geradora, que se divide para formar duas células espermáticas); em subclasses avançadas de plantas com flores, eles são liberados em uma condição de três unicelulares (uma célula do tubo e dois espermatozóides), porque os espermatozóides são formados antes que o pólen seja liberado. Uma exceção do tipo ocorre em Laurelia (Monimiaceae) e Beilschmiedia (Lauraceae). Grãos de pólen de duas células, em outros, que são de três alvéolos, e em outros ainda, as células do espermatozóide está no processo de formação, quando o pólen é liberado. A reprodução de plantas tropicais depende, essencialmente, da interação com animais polinizadores e/ou dispersores de sementes, uma vez que as angiospermas dependem dos animais para o transporte de pólen ou de sementes, tais como, abelhas, morcegos e aves.

História

Lorence (1985), Philipson(1987) e Renner (1998) sugeriram que Hortonia, Peumus, Palmeria, e Monimia (ou seja, as tribos Hortonioideae e Monimioideae) são os gêneros mais basais de Monimiaceae (embora não necessariamente formando um clado), hipótese também sugerida pelas datações propostas por Renner (2005). Neste caso, a família teria iniciado sua expansão no transcorrer do Cretáceo, período geológico marcado pelo surgimento e expansão de todo o grupo das angiospermas. Naquele momento, Madagascar já estava separada da África havia mais de 60 milhões de anos. Durante o mesmo período, os continentes africanos e sulamericano foram se separando também, embora ainda permanecessem unidos na altura do nordeste brasileiro. Surgia o Atlântico, de sul para norte, um fator de forte amenização climática do clima desértico que predominara na região equatorial do Jurássico. (Bigarella, 1991). A Antártica, por sua vez, era uma massa de terra que provia a maior conexão terrestre entre os atuais oeste (América do Sul e sul da África) e leste (Austrália, Nova Caledônia, Nova Zelândia) do Gondwana. Era coberta por florestas tropicais, que atingiam até baixas latitudes (73° S) (Schatz, 1996; Menegat, 2002; Bolzon & Marchiori, 2002; Burnham & Johnson, 2004; Dutra, 2004; Sanmartín & Ronquist, 2004; Wilf et al. 2005). Pode se supor, então, que no período do Cretácio as linhagens mais basais de Monimiaceae, tenham sido forjadas em torno da Malásia e se dispersado na direção da Antártica, seguindo um arco de florestas úmidas temperadas.

Importância econômica

Na família algumas espécies se destacam pela importância econômica, principalmente, no uso medicinal, pela presença de óleos voláteis aromáticos. A Peumus boldus Molina (boldo-do-chile), espécie endêmica do Chile, é largamente empregada em muitos lugares do mundo para transtornos hepáticos e como anti-inflamatórios, pela presença de alcalóides essenciais. É servido e comercializado como chá. Também temos a Sirapuna brasilienses (Peroba-rosa) usada na confecção de móveis por oferecer uma madeira de boa qualidade. Espécies pertencentes às famílias próximas como Siparunaceae, também são citadas pelo seu uso em medicina popular, como a Siparuna apiosyce (utilizada no tratamento de distúrbios gastrointestinais, febres, gripes e outras afecções. A Mollinedia brasiliensis é considerado um forte antiespasmódico, e em Siparuna pauciflora (Beurl.) A. DC. foi verificada atividade contra Plasmodium falciparum (Jenett-Siems et al., 2003), um protozoário parasita causador da Malária em humanos.

Conservação

As florestas do planeta desempenham um papel crucial na regulação do clima global, na manutenção da subsistência local e na proteção da biodiversidade do planeta. As florestas são a “casa” de 80% da biodiversidade terrestre e de 300 milhões de pessoas ao redor do mundo. A criação de unidades de conservação de uso sustentável, como as florestas nacionais e as reservas extrativistas, visa combater o desmatamento descontrolado provocado pela humanidade.

Potencial ornamental

Alguns gêneros são cultivados como plantas ornamentais (Hedycarya e Peumus). O Boldo (Peumus boldus) é uma planta nativa dos Andes Chilenos, estudada pela primeira vez em 1869, pelo médico francês Dujardin Baumez. A madeira, que desprende um suave aroma, é muito utilizada em construções.

Gêneros

  • Bracteanthus;
  • Decarydendron;
  • Ephippiandra;
  • Grazielanthus;
  • Hedycarya;
  • Kibaropsis;
  • Levieria;
  • Xymalos;
  • Faika;
  • Kairoa;
  • Kibara;
  • Macropeplus;
  • Macrotorus;
  • Matthaea;
  • Mollinedia;
  • Monimia;
  • Parakibara;
  • Peumus;
  • Steganthera;
  • Tambourissa;
  • Tetrasynandra;
  • Wilkiea;
  • Hennecartia.
    • Gêneros nativos do Brasil: Grazielanthus, Hennecartia, Macropeplus, Macrotorus e Mollinedia.

Referências

  • Santos, I. da S, Peixoto, A. L. Taxonomia do gênero Macropeplus Perkins.
    • [1] - Acesso em 30 de Maio de de 2013.
  • Marcos Gonzalez (2007), Distribuição geográfica conhecida e potencial de 'Hennecartia omphalandra' Poisson e 'Macropeplus ligustrinus' (Tul.) Perkins (Monimiaceae).
    • [2] - Acesso em 02 de Junho de 2013.
  • J. González. Explicación Etimológica de las Plantas de La Selva. - Flora Digital De la Selva Organización para Estudios Tropicales.
  • Haraguchi,L.M.M.,Carvalho,O.B.,São Paulo,Abril de 2010.Plantas Medicinais.
  • Souza, Vinicius Castro e Lorenzi, Harri: Botânica sistemática - guia ilustrado para identificação das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG III. Instituto Plantarum, Nova Odessa SP, 2009.
  • [http: //http://delta-intkey.com/angio//] - Acesso em 30 de maio de 2013.
Categoria
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