Museu da Ruralidade

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Museu da Ruralidade
Inauguração 29 de Julho de 2011
Website Página oficial
Geografia
País Portugal Portugal
Localidade Entradas
Coordenadas 37° 46' 39" N 8° 0' 43.9" O
Mapa
Localização do edifício em mapa dinâmico

O Museu da Ruralidade, oficialmente conhecido como Núcleo da Oralidade do Museu da Ruralidade, é um espaço cultural na vila de Entradas, no Município de Castro Verde, em Portugal. Foi inaugurado em 29 de Julho de 2011.[1]

Descrição[editar | editar código-fonte]

O Museu da Ruralidade está instalado numa antiga casa agrícola, conhecida como Casa da Leda, com cerca de 500 m², situada na Rua de Santa Madalena, no centro da vila de Entradas.[2]

Destina-se à divulgação do património etnológico da região alentejana conhecida como Campo Branco, situada entre as serras do Algarve e a zona dos barros de Beja.[3] Este museu tem uma área com cerca de 500 m², com três espaços expositivos: no primeiro estão preservadas várias alfaias agrícolas e outros utensílios da agricultura da zona campaniça, sendo igualmente utilizado como local de exposições temporárias.[3] O segundo destina-se a exposições de tipologia semi-permanente, e alberga uma oficina do ferreiro, o espólio do último abegão em Castro Verde, e miniaturas de alfaias agrícolas.[3] O último espaço, conhecido como Núcleo da Oralidade, é dedicado ao património imaterial da região, com destaque para a histórica Feira de Castro e a Viola campaniça.[3]

Conta com três núcleos museológicos em aldeias no concelho de Castro Verde: o Pólo da Tecelagem, em Lombador, que também se dedica ao estudo da pecuária, das espécies de gado autóctones e da transumância,[4] o Núcleo Museológico de Almeirim A Minha Escola, centrado na história da instrução escolar no concelho de Castro Verde,[5] e o Núcleo Museológico dos Aivados Aldeia Comunitária, onde se explica a história daquela povoação e da Estação Ferroviária de Ourique.[6]

História[editar | editar código-fonte]

O estudo prévio para a transformação da Casa da Leda no Núcleo da Oralidade foi aprovado pelas reuniões de 16 de Maio do executivo da Câmara Municipal de Castro Verde, e de 21 de Maio de 2007 da Junta de Freguesia de Entradas.[7] Este programa incluía a remodelação do antigo edifício e a construção de um anexo, que iria ser utilizado em exposições temporárias e semi-permanentes.[8] A elaboração do plano para o museu ficou a cargo da empresa Arte Tectónica, de Lisboa, com a coordenação de João Cassiano Santos.[7] A empreitada foi entregue à empresa Construções Pastilha & Pastilha, por cerca de 270 mil Euros,[9] tendo os trabalhos começado nos finais de 2008.[8] Ao mesmo tempo, iniciou-se uma intervenção de restauro numa debulhadora fixa dos princípios do Século XX, de origem britânica, que iria fazer parte de uma exposição semi-permanente no museu.[8] Também nessa altura já tinha sido concluída a elaboração do Programa Base e Estudo Prévio do Pavilhão de Reservas do Museu da Ruralidade, que iria ficar situado junto ao Pavilhão da Junta de Freguesia, em Entradas, e que iria colaborar nas intervenções de restauro e reabilitação do acervo etnográfico e etnológico do museu.[8] Estava igualmente a decorrer um programa de recolha do património imaterial da região, que incluiu a realização, por parte dos alunos do Curso de Multimédia da Escola Secundária de Castro Verde, de vários pequenos documentários sobre a cultura do concelho, que iriam fazer parte da base de dados do museu.[8] Embora a abertura do museu tenha sido originalmente prevista em 2009,[8] o Núcleo da Oralidade só foi inaugurado em 29 de Julho de 2011.[1] A abertura deste museu esteve integrada no programa municipal Operação Integrada de Requalificação do Centro Histórico de Entradas, elaborado pela arquitecta Inês Palma, e que também previa outras intervenções na vila, incluindo a requalificação da Praça Zeca Afonso, a reinstalação do Pelourinho, a remodelação da zona envolvente à Igreja Matriz, o reaproveitamento do antigo hospital para uma biblioteca, e a remodelação da Igreja de Nossa Senhora da Esperança.[10]

Entretanto, em 2010 já se planeava a reconversão da antiga escola primária de Almeirim para o núcleo museológico, de forma a apresentar uma reconstrução do ambiente escolar tradicional, para a qual estava prevista uma recolha de várias peças antigas, como documentos e livros, junto da população.[11] Ao mesmo tempo, também estava a ser preparada a instalação do Centro Documental da Comunidade dos Aivados, num edifício cedido pela Associação de Moradores, que iria servir para preservar a história e as tradições daquela aldeia.[11] Naquela altura, a autarquia já tinha adquirido um pavilhão em Entradas, que iria servir para acolher provisoriamente o espólio para o futuro Museu da Ruralidade.[12] A antiga Escola Primária de Almeirim foi inaugurada no ano lectivo de 1959 a 1960, tendo inicialmente mais de quarenta alunos. e foi encerrada em 2006, quando já só era utilizada por quatro crianças.[13]

Em Janeiro de 2014, foi aberto ao público o pólo de Almeirim, no âmbito de uma reunião da Rede de Museus do Distrito de Beja, em Castro Verde.[14] Em 24 de Janeiro de 2015, foi inaugurado o núcleo museológico na aldeia de Aivados.[15] Em Fevereiro desse ano, o Museu da Ruralidade foi o local escolhido pelos compositores Rui Santana e Filipe Pilar para a apresentação ao vivo da banda sonora original Bailado Rural.[16] Em 18 de Dezembro de 2016, abriu o Pólo da Tecelagem, na antiga Escola Primária do Lombador.[17] Em Janeiro de 2020, o Museu organizou a exposição Campos do Baixo Alentejo, no Museu Municipal de Vidigueira.[18] Entre Janeiro e Fevereiro de 2021, albergou a exposição Entradas: A sua História e o seu Património, baseada na monografia Vila de Entradas, Breves Notas de História e Antologia, escrita por Joaquim de Brito Nobre e João Rodrigues Lobato.[19] Em Março desse ano, editou três livros infantis, da autoria de Constantino Piçarra, com ilustrações de Joaquim Rosa: O Mistério da Casa da Tia Prudência, Uma Viagem no Tempo e À Descoberta do Tesouro, relativos correspondentemente à indústria da lã, à instrução escolar durante o período ditatorial do Estado Novo, e à aldeia de Aivados.[20]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Abriu o Museu da Ruralidade em Entradas» (PDF). O Campaniço (88). Castro Verde: Câmara Municipal de Castro Verde. Agosto de 2011. p. 9. Consultado em 20 de Julho de 2021 
  2. FERREIRA, Carla (29 de Julho de 2011). «Ver, ouvir e registar o mundo rural em Entradas». Diário do Alentejo. Ano LXXIX (1527). Beja: AMBAAL - Associação de Municípios do Baixo Alentejo e do Alentejo Litoral. p. 2. Consultado em 1 de Maio de 2021 – via Issuu 
  3. a b c d «Museu da Ruralidade». Câmara Municipal de Castro Verde. Consultado em 24 de Abril de 2021 
  4. «Polo da Tecelagem do Lombador». Câmara Municipal de Castro Verde. Consultado em 24 de Abril de 2021 
  5. «A Minha Escola - Núcleo de Almeirim». Câmara Municipal de Castro Verde. Consultado em 24 de Abril de 2021 
  6. «Núcleo Museológico dos Aivados – Aldeia Comunitária». Câmara Municipal de Castro Verde. Consultado em 24 de Abril de 2021 
  7. a b REGO, Miguel (Junho de 2007). «Museu da Ruralidade: Um projecto para preservar a memória» (PDF). Campaniço (72). Castro Verde: Câmara Municipal de Castro Verde. p. 12. Consultado em 1 de Maio de 2021 
  8. a b c d e f «Trabalhos de recolha e tratamento de espólio» (PDF). O Campaniço (79). Castro Verde: Câmara Municipal de Castro Verde. Dezembro de 2008. p. 12. Consultado em 19 de Junho de 2021 
  9. «Obras» (PDF). O Campaniço (77). Castro Verde: Câmara Municipal de Castro Verde. Julho de 2008. p. 6. Consultado em 6 de Maio de 2021 
  10. «Centro histórico de Entradas: Aprovada Operação Integrada de Requalificação» (PDF). O Campaniço (87). Castro Verde: Câmara Municipal de Castro Verde. Maio de 2011. p. 5. Consultado em 19 de Julho de 2021 
  11. a b «Núcleos museológicos em Aivados e Almeirim: Construir e valorizar a memória colectiva» (PDF). O Campaniço (83). Castro Verde: Câmara Municipal de Castro Verde. Janeiro de 2010. p. 13. Consultado em 13 de Julho de 2021 
  12. «Breves: Museu da Ruralidade - Autarquia adquiriu pavilhão em Entradas» (PDF). O Campaniço (83). Castro Verde: Câmara Municipal de Castro Verde. Janeiro de 2010. p. 20. Consultado em 13 de Julho de 2021 
  13. JÚLIO, Carlos (Março de 2014). «Núcleo Museológico '"A Minha Escola" nasce em Almeirim» (PDF). O Campaniço (95). Castro Verde: Câmara Municipal de Castro Verde. p. 10. Consultado em 22 de Agosto de 2021 
  14. «Rede de Museus reúne em Castro Verde». Rádio Pax. 23 de Janeiro de 2014. Consultado em 24 de Abril de 2021 
  15. «Museu da Ruralidade inaugura Núcleo dos Aivados». Rádio Pax. 24 de Janeiro de 2015. Consultado em 24 de Abril de 2021 
  16. «Almodôvar estreia composição «Via Crucis» em concerto marcado para sábado». Sul Informação. 18 de Março de 2016. Consultado em 24 de Abril de 2021 
  17. «Museu da Ruralidade inaugura Polo da Tecelagem do Lombador». PPorto dos Museus. 8 de Dezembro de 2016. Consultado em 24 de Abril de 2021 
  18. «Exposição "Campos do Baixo Alentejo" patente em Vidigueira». Rádio Pax. 30 de Janeiro de 2020. Consultado em 24 de Abril de 2021 
  19. FREITAS, Ana E. de (3 de Janeiro de 2021). «Museu da Ruralidade em Entradas inaugura nova exposição a 6 de janeiro». Rádio Voz da Planície. Consultado em 24 de Abril de 2021 
  20. «Castro Verde. Museu da Ruralidade lança três livros infantis». Correio Alentejo. 24 de Fevereiro de 2021. Consultado em 24 de Abril de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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