Mário Alberto

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Mário Alberto
Nascimento 20 de julho de 1925
Sá da Bandeira, Angola colonial
Morte 4 de outubro de 2011 (86 anos)
Lisboa, Portugal
Nacionalidade Portugal Portuguesa
Ocupação Pintor e cenógrafo
Página oficial
Mário Alberto

Mário Alberto Rosado Cabral (Sá da Bandeira, 20 de Julho de 1925 - Lisboa, 4 de Outubro de 2011) foi um pintor, cenógrafo e autor teatral português.

Vida e obra[editar | editar código-fonte]

Nascido em Angola, filho de alentejanos, foi criado no Alentejo e viveu o essencial da sua vida em Lisboa, no Parque Mayer. Discípulo do Mestre Pinto de Campos, em Portugal, e dos Mestres Yves Brayer e Henri Goetz, na Academie La Grand Chaumière, em Paris, foi pintor, cenógrafo, figurinista em Teatro, Cinema e Televisão.

Está representado no acervo do Museu do Teatro, em Lisboa, e em muitas colecções nacionais e estrangeiras.

Co-fundador dos grupos de teatro Ádoque e A Barraca, Mário Alberto foi um dos principais responsáveis pela renovação da "Revista à Portuguesa" iniciada com "O Fim da Macacada", no Teatro ABC, no início dos anos 70 do século XX.

Foi professor de Cenografia, na Companhia de Teatro de Almada e na Escola de Circo do Chapitô.

O seu último trabalho para teatro foi a direcção cenográfica de "Tem a Palavra a Revista", que estreou no Maria Vitória no ano 2000, com cenários de António Casimiro, Avelino do Carmo, Eduardo Cruzeiro, Jorge Rosa, Juan Soutullo, Luís Furtado, Mário Alberto, Moniz Ribeiro e Octávio Clérigo.

Foi casado várias vezes, uma das quais com a actriz Maria do Céu Guerra.

Em 2002 foi publicada a sua fotobiografia O IVAngelho II Mário Alberto.[1]


Principais trabalhos[editar | editar código-fonte]

Teatro[editar | editar código-fonte]

Principais trabalhos de Cenografia, Figurinos e Montagem

- "Falar Verdade a Mentir", de Almeida Garrett, encenação de Pedro Bom, no Pavilhão dos Desportos, Lisboa.

- "O Principe de Hamburgo", de Von Klebt, encenação de A. M. Couto Viana, Teatro da Trindade, Lisboa.

- "A Cantora Careca", de Ionesco, encenação de Marques de Lemos, na Faculdade de Direito, Lisboa.

- "O Casamento Branco" de Tadeus Rozewicz, encenação de Fernanda Lapa, pela Companhia Nacional 1, no Teatro Aberto, Lisboa.

- "O Fidalgo Aprendiz", de Dom Francisco Manuel de Mello, encenação de José Martins, no Teatro O Século, Lisboa.

- "As Duas Viagens de Job Cardoso", de Pierre Halet, encenação de Rui Mendes, Grupo 4, Teatro Aberto, Lisboa.

- "Dulcinea ou A Última Aventura de D Quixote", de Carlos Selvagem, encenação de António Pedro, CITAC, Coimbra.

- "Volpone", de Bem Johnson, encenação de Adolfo Gulkin, Grupo Cénico de Direito, no Teatro Politeama, Lisboa.

- "A Primeira Família", de Supervbile, encenação A. M. Couto Viana, Teatro da Trindade, Lisboa.

- "O Labirinto", de Arrabal, encenação de Fernando Gusmão, Grupo 4, no Teatro Tivoli, Lisboa (Proibido pela Censura salazarista na véspera da estreia).

- "As Aventuras de Till Eulenspliegel" de Charles De Coster, encenação de Joaquim Benite, Grupo de Teatro de Campolide, Almada.

- "O Foral", de Fernando Paulouro, encenação de José Martins, Grupo de Intervenção Cultural da Covilhã.

- "A Sapateira Prodigiosa", de Garcia Lorca, encenação de José Martins, Grupo de Campolide, Lisboa.

- "A Escova de Dentes", de Jorge Diaz, encenação de Fernando Gusmão, Sociedade de Santo Amaro, Lisboa.

- "A Importância de se Chamar Ernesto", de Oscar Wilde, encenação de António Pedro, Teatro Experimental do Porto.

- "Doroteia", de Nelson Rodrigues, encenação de Morais e Castro, Casa da Comédia, Lisboa.

- "As Guerras de Alecrim e Mangerona", de António José da Silva (O Judeu), encenação de Hermínio, Sociedade Guilherme Cossoul, Lisboa.

- "A Cidade Dourada, Ou Nem Tudo O Que Luz é Ouro", encenação colectiva de "A Barraca/Grupo Candelária, no Teatro "A Barraca", Lisboa.

- "A Farsa de Inês Pereira (Assim se Fazem as Cousas)", de Gil Vicente, encenação de José Martins, G 1 C 1, Covilhã.

- "Liberdade, Liberdade", de Luiz Francisco Rebello, Hélder Costa e Luís Lima, encenação de Luís Lima, Teatro Aberto, Lisboa.

- "A Bilha Ouebrada", de Von Klebt, encenação de Goulart Nogueira. Teatro Oficina da Universidade de Coimbra.

- "A Cantora Careca", de Ionesco, encenação de Hélder Costa, Teatro 'A Barraca', Lisboa.

- "O Casamento", de Gogol, encenação de Joaquim Benite, Teatro do Ribatejo.

- "'O Beijo da Mulher Aranha" de Manuel Puig encenação de Castro Guedes, Teatro Villaret, Lisboa.

- "O Comissário de Policia", de Gervásio Lobato, encenação de Júlio Cardoso, Teatro Carlos Alberto, Seiva Trupe, Porto.

- "Nápoles Milionária", de Eduardo de Filippo, encenação de Mário Viegas, Companhia Teatral do Chiado, Lisboa.

- "A Arte da Comédia"', de Eduardo de Filippo, encenação de Mário Viegas, C. T. Chiado, Lisboa.

- "Retábulo do Amor Profano", de Eduardo Blanco Amor, encenação de Xosé Blanco Gil, Teatro Experimental do Porto.

- "Ruzanterbs", de Angelo Beloquio, dito 'O Ruzante’, encenação de José Martins, Teatro Experimental do Fundão.

- "O Conde de Novion", de Almeida Garrett, encenação de José Martins, Grupo de Teatro da Chamusca.

- "Liberdade em Bremen", de Fassbinder, encenação de Hélder Costa, Teatro ‘A Barraca’, Lisboa.

- "Retábulo do Flautista", de Jordi Texidor, encenação de Artur Ramos, Setúbal.

- "Uma Nuvem Sobre a Cama", de Norberto Ávila, encenação de Víctor Pires, Teatro de Portalegre.

- "As Mamas de Tirésias", de Apollinaire, encenação de A. M. Couto Viana, Teatro da Trindade, Lisboa.

- "O Marido Ausente", de Norberto Ávila, encenação de Augusto Tello, Teatro de Portalegre.

- "A Tia de Charlie", de George Abbott, encenação de Antónb Cabo, Teatro Monumental Lisboa.

- "Maria Emília", de Alves Redol, encenação colectiva, Teatro Monumental, Lisboa.

- "Terra que o Coração Deselava", de Butler Yeats, encenação de Fernando Midões, Grupo Cénico de Direito, Lisboa.

- "Breve História de Lua", de António Gedão, encenação de José Martins, Grupo de Teatro do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, Lisboa.

- "O Pagador de Promessas", de Dias Gomes, encenação de Igrejas Caeiro, União Filarmónica e Artística da Amadora.

- "Breve História da Lua", de António Gedeão, encenação de Etelvina Ferreira, Covilhã.

- "Marathona", de Ricardo Monti, encenação de Júlio Cardoso, Seiva Trupe, Porto.

- "Zoo Story", de Edward Albee, encenação de Costa Ferreira, com José de Castro e Canto e Castro, Teatro Laura Alves, Lisboa:

- "O Valente Soldado Schveik", de Jaroslav Hasek, encenação de Jorge Listopad, Teatro Municipal de Almada.

- "A Partilha", de Miguel Fabbelia, encenação de Antónlo Feio, Sala Amélia Rey Colaço - Robles Monteiro, Teatro Nacional D. Maria II, Lisboa.

Teatro de Revista[editar | editar código-fonte]

Além de dezenas e dezenas como cenógrafo, figurinista, director artístico e de montagem, foi também autor de textos de revistas, de parceria com Francisco Nicholson e Gonsalves Preto:

- "O Fim da Macacada", Teatro ABC, Lisboa.

- "P'ro Menino e P'rà Menina", Teatro ABC, Lisboa.

- "Tudo a nu", Teatro ABC, Lisboa.

- "Tudo a Nu com Parra Nova", Teatro ABC, Lisboa (depois do 25 de Abril de 1974).

- "Pides na Grelha", Teatro Ádoque, Lisboa.

- "CIA dos Cardeais", Teatro Ádoque, Lisboa.


Ópera[editar | editar código-fonte]

Cenários de "Bastien e Bastienne", de Mozart, encenação de Joaquim Benite, Teatro Municipal de Almada.

Cinema e Televisão[editar | editar código-fonte]

- Actor em "Vendaval Maravilhoso", do realizador Leitão de Barros, "Duas Causas", do realizador Henrique Campos, e "Os Três da Vida Airada" (argumento de Manuel da Fonseca), do realizador Perdigão Queiroga.

- Décors de "O Mal Amado", de Fernando Matos Silva.

- Guarda-Roupa de "Iratan e Iracema", de Paulo Guliherme

- Art Director de "A Mulher do Próximo", de José Fonseca e Costa.

- Décors de "Os Cornos de Cronos", de José Fonseca e Costa.

- Décors de "Come Tudo", programa de Manuel Luís Goucha;

- Figurinos e Décors para "Que Pena Não Ser a Cores", de Herlander Peyroteo.

- Décors de "Arséne Lupin", ('Le Canon de Junot'), de Michel Win, co-produção RTP / RTF (França).

- Figurinos, décors e co-autoria do programa "Satiricão", de Francisco Nicholson, Gonsalves Preto, Vasco, Sam e Mário Alberto

Pintura[editar | editar código-fonte]

Principais exposições:


1957- Galeria Raymond Ducan, Paris, França.

1960- Galeria Divulgação, Porto, Portugal.

1963- Casa da Imprensa, Portugal.

- Galeria do Teatro Capitólio, Lisboa, Portugal.

1979- I Exposição de Arte Moderna da Costa do Sol, Casino do Estoril, Portugal.

- Presença em três Bienais da Festa do Avante, Portugal.

- Colectiva no Teatro Ádoque, Lisboa, Portugal.

1980- No espaço da "Barraca", Lisboa, Portugal.

1983- Jornada da Divulgação da Arte em Portugal, Casa do Alentejo Lisboa, Portugal.

1984- PORNEX, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova, Lisboa, Portugal.

1989- Exposição de Figurinos, Centro Cultural Manuel da Fonseca, Ferreira do Alentejo, Portugal.

- Exposição de Figurinos, Salão de Exposições da Câmara Municipal de Aljustrel, Portugal.

- Homenagem a Manuel da Fonseca, Galeria Municipal, Grandola, Portugal.

- Exposição de Figurinos, Câmara Municipal, Castro Verde, Portugal.

- Exposição de Figurinos, Sala de Sessões da Câmara Municipal de Moura, Portugal.

- Exposição de Figurinos, Galeria Escudeiros, Beja, Portugal.

1994- Maquetes e Figurinos, Comemorações do Dia Mundial do Teatro, Sociedade Portuguesa de Autores, Lisboa, Portugal.

1995- Colectiva com Branquinho Pequeno, Luís Guedes, e J. Etienne Olion, Suíça.

- Convidado na Colectiva "Corpo Real, Corpo Imaginário", com Branquinho Pequeno, Dulce Castro, Luís Guedes e Manuel Almeida, Biblioteca Municipal Calouste Gulbenkian, Ponte de Sor

- Exposição Individual na Biblioteca Municipal Calouste Gulbenkbn, Ponte de Sor.

1998- Salle Du Rex Mont Favet, Avignon, França.

- Colectiva do "Grupo de Espinho", Sociedade Portuguesa de Autores, Lisboa, Portugal.

1999- Homenagem a Artur Bual, com "Grupo de Espinho", Recreios da Amadora, Portugal

- Exposição do "Grupo de Espinho" e Avelino do Carmo, Universidade Lusófona, Lisboa, Portugal.

- Exposição com Avelino do Carmo e "Grupo de Espinho, Cinearte, Lisboa, Portugal.

- Exposição com Avelino do Carmo, Cinearte, Lisboa, Portugal.

- Exposição com Avelino do Carmo e "Grupo de Espinho", Anexo, Cais do Espanhol, Lisboa, Portugal.

2000- Homenagem a José Afonso: "24/25" dípitico pintado com Avelino do Carmo para o lançamento do livro "Zeca Afonso: As voltas de um andarilho", de Viriato Teles. Auditório da Cordoaria Nacional, Lisboa, Portugal.

- Exposição com Avelino do Carmo ("Grupo Kowalsky"), ACERT, Tondela, Portugal.

- Exposição na Galeria de Fitares, Sintra, Portugal

- Exposição de "Cenógrafos Pintores", com António Casimiro, Avelino do Carmo, Eduardo Cruzeiro, Filipe de Melo, João Vieira, Jorge Rosa, Juan Soutullo, Luís Furtado, Mário Alberto, Moniz Ribeiro e Octávio Clérigo. Museu da Electricidade, Liboa, Portugal.

2001- Exposição "Cinco Pintores Com José Saramago", no lançamento do livro "A Caverna", Livraria Som da Tinta, Ourém, Portugal.

- Exposição 25 de Abril, Biblioteca Municipal da Covilhã, Portugal.

- Sala da nora, Câmara Municipal de Castelo Branco, Portugal.

2002- Exposição 25 de Abril, Galeria da Caixa de Crédito Agrícola, Fundão, Portugal.

Prémios[editar | editar código-fonte]

1971- Prémio de Cenografia da Casa da Imprensa

1990- Homenageado do Ano no Festival de Teatro de Almada

1994/95- Prémio de Cenografia da Associação Portuguesa de Criticos-"Valente Soldado Schveik".

2000- Troféu "Pateota", atribuído na Festa do Teatro, Páteo Alfacinha, Lisboa


Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. As Sandálias do Pecador - prefácio a O IVAngelho II Mário Alberto (página visitada em 1.6.2012)