Neurônio bipolar

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Ilustração de um neurônio bipolar. De seu corpo celular projetam-se duas ramificações em direções opostas.
Ilustração de um neurônio bipolar.

Um neurônio bipolar, ou célula bipolar, é um tipo de neurônio que possui dois neuritos, um axônio e um dendrito. Muitas células bipolares são neurônios sensoriais especializados para a transmissão de sentidos. Outras classificações morfológicas dos neurônios incluem os casos unipolar, pseudounipolar e multipolar. Durante o desenvolvimento embrionário, os neurônios pseudounipolares começam como bipolares, mas tornam-se pseudounipolares à medida que amadurecem.[1]

Exemplos comuns de neurônios bipolares são de células na retina, em gânglios no nervo vestibulococlear, em receptores olfativos no epitélio olfatório, no gânglio espiral e como transmissores de sinais eferentes (motores) para o controle dos músculos

Na retina[editar | editar código-fonte]

Neurônios bipolares são responsáveis pela transmissão de sinais entre as células fotorreceptoras e as células ganglionares, agindo de maneira direta ou indireta para tal. A transferência de informação realizada por esse tipo de neurônio ocorre por mudanças graduais em seu potencial de membrana, diferentemente dos demais neurônios, que a fazem por potenciais de ação. Apresentam duas variedades, sendo elas os neurônios bipolares ON e OFF. Aqueles do tipo OFF são excitados continuamente no escuro pelos fotorreceptores e se tornam hiperpolarizados (suprimidos) na presença de luz. As células bipolares do tipo ON, por sua vez, apresentam o comportamento oposto, portanto, são excitadas pela luz e permanecem suprimidas no escuro.

No nervo vestibular[editar | editar código-fonte]

Dado que o nervo vestibular é responsável por informações sensoriais, como equilíbrio e percepção de movimento, este também possui neurônios bipolares. Neste caso, a maioria dessas células está dentro do gânglio vestibular, de onde seus axônios se estendem para as máculas do utrículo e do sáculo, assim como para as ampolas dos canais semicirculares.[2]

Nos gânglios espinhais[editar | editar código-fonte]

Neurônios bipolares são encontrados nos gânglios espinhais, quando ainda estão em fase de desenvolvimento. Em alguns casos, mais processos estão aparentemente conectados a uma célula, mas as demais fibras são derivadas de células nervosas adjacentes e apenas apresentam uma ramificação terminal ao redor da célula ganglionar.

No córtex cerebral[editar | editar código-fonte]

Os neurônios Von Economo, também conhecidos como neurônios fusiformes, são encontrados em algumas partes específicas do córtex cerebral de macacos e alguns outros animais.[3][4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Vanderah, Todd W. (2015). Nolte's The Human Brain : An Introduction to Its Functional Anatomy 7th ed. Philadelphia, PA: [s.n.] ISBN 9781455728596. OCLC 895731173 
  2. Clinically Oriented Anatomy
  3. Allman, John M.; Tetreault, Nicole A.; Hakeem, Atiya Y.; Manaye, Kebreten F.; Semendeferi, Katerina; Erwin, Joseph M.; Park, Soyoung; Goubert, Virginie; Hof, Patrick R. (abril de 2011). «The von Economo neurons in fronto-insular and anterior cingulate cortex». Annals of the New York Academy of Sciences. 1225 (1): 59–71. Bibcode:2011NYASA1225...59A. ISSN 0077-8923. PMC 3140770Acessível livremente. PMID 21534993. doi:10.1111/j.1749-6632.2011.06011.x 
  4. Cauda, Franco; Geminiani, Giuliano Carlo; Vercelli, Alessandro (2014). «Evolutionary appearance of von Economo's neurons in the mammalian cerebral cortex». Frontiers in Human Neuroscience (em inglês). 8. 104 páginas. ISSN 1662-5161. PMC 3953677Acessível livremente. PMID 24672457. doi:10.3389/fnhum.2014.00104Acessível livremente