Noé Mauagali

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São Noé Mauagali
Mártir
Nascimento 1850
Morte 1886
Veneração por Igreja Católica
Portal dos Santos

Noé Mauagali (em luganda: Mawaggali) foi um dos mártires a serem mortos a mando do cabaca Muanga II (r. 1884–1888) do Reino de Buganda, na atual Uganda.

Vida[editar | editar código-fonte]

Noé nasceu em em 1850 em Necazibacu na região de Singo, e era filho de Musazi e Meme (futura Valéria) e irmão mais velho de Carlos Luanga e Munacu (futura Maria Matilda), todos membros do clã negabi. Reputado como trabalhador firme, curtia couro e era oleiro, sendo nomeado oleiro do chefe local, que admirava seu trabalho. Após viver algum tempo na casa deste, tornou-se inquilino de Matias Calemba e construiu uma casa em sua terra. Por sua amizade com Matias, foi influenciado a se tornar catecúmeno e foi batizado em 1 de novembro de 1885, na Festa de Todos os Santos, junto com outros 22 indivíduos.[1]

Muanga II (r. 1884–1888)

Em 1881, estava entre os católicos que iam às aulas sobre o Evangelho de Mateus e os Atos dos Apóstolos ministradas pelo missionário anglicano Alexander Mackay. Em 1886, quando eclode a perseguição aos cristão sob mando do cabaca Muanga II (r. 1884–1888), estava em Mitiana, 45 quilômetros de distância da capital Mengo. Em 31 de maio, foi a Cauingo visitar alguns cristãos. Enquanto estava na casa de Lucas Banabaquintu dando instruções e discutindo a prisão de Matias e Lucas, a casa foi cercada pelo grupo liderado pelo legado real Mebugano. Mauagali foi ao encontro deles, dando a seus companheiros a chance de escapar. Diz-se que gritaram "É você, Mauagali?" e ele respondeu "Sim, é" antes de passar sobre sua cabeça um tecido de casca que estava usando.[1]

Camani, principal baterista do rei, mergulhou sua lança nas costas de Mauagali, que caiu muito ferido. Um dos atacantes sugeriu que Noé fosse dado aos cachorros. Ele foi amarrado a uma árvore e os cachorros o rasgaram em pedaços, um tormento que durou até o anoitecer. De noite, seus restos foram desatados da árvore e deixados na estrada como aviso a outros cristãos. No dia seguinte, quando partiram, quase mais nada de seu corpo havia restado, pois as hienas também lhe devoraram. Noé foi beatificado por papa Bento XV em 1920 e canonizado pelo papa Paulo VI em 1964. Uma porção da árvore a qual foi atado está em Mitiana, onde um santuário moderno celebra ele, Lucas e Matias.[1]

Referências

  1. a b c Shorter 2003.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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